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Audiência irá debater situação da atual concessão da BR-040

Concer fernando priamo
hugo leal
Deputado Hugo Leal (PSD/RJ) entrou com pedido para realização da audiência para buscar resolução para o contrato (Foto: Guilherme Dardanham/ALMG)
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A Comissão de Viação e Transportes (CVT) da Câmara dos Deputados irá realizar uma audiência pública na tarde desta terça-feira (2) para discutir a caducidade da concessão da BR-040, no trecho entre Rio de Janeiro e Juiz de Fora. Em setembro de 2018, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) instaurou processo administrativo para apurar possível descumprimento contratual da Concer, concessionária responsável pela extensão referida da rodovia. Com o entrave, o deputado federal Hugo Leal (PSD/RJ) entrou com pedido para realização da audiência para buscar uma resolução para o contrato.

Segundo o parlamentar, a solicitação para o encontro se deu, especialmente, pelo descumprimento de uma série de dispositivos da concessão por parte da empresa que impactam, inclusive, no trânsito e fluxo de pessoas pela rodovia. Uma das principais questões envolvendo o contrato está relacionada às obras da Nova Subida da Serra (NSS) de Petrópolis (RJ), paralisadas desde 2016. “O que incomoda a todos, principalmente em Petrópolis e em Juiz de Fora, é a Subida da Serra”, diz. “Ela já deveria ter sido entregue em 2010. O Governo Federal ficou de passar um recurso que acabou não se consolidando, e virou esse entrave.”

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O contrato com a Concer vence em 2021, entretanto, de acordo com o deputado, a audiência busca antecipar uma solução quanto ao imbróglio envolvendo a concessão. “Não dá para ficar do jeito que está. Quero uma decisão sobre essas intervenções, seja pela caducidade ou acordo amigável”, afirma Leal.

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Representantes da ANTT, do Departamento de Infraestrutura de Transportes (Dnit), do Tribunal de Contas da União (TCU), da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), da Concer e da administração municipal de Petrópolis foram convidados para participar da audiência nesta terça-feira.

Processo administrativo

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Em setembro do ano passado, quando houve a instauração da ação, a Tribuna divulgou que uma comissão formada por três técnicos do órgão federal teria 120 dias para conclusão da análise e produção de relatório final. O prazo foi prorrogado em novembro. Procurada novamente, a ANTT informou, em nota, que o diretor relator da matéria solicitou análise jurídica do processo para a procuradoria da Advocacia-Geral da União (AGU). Os documentos foram analisados, e a procuradoria recomendou que a Superintendência de Exploração de Infraestrutura Rodoviária da ANTT complementasse a ação com novas informações necessárias. Com o procedimento encaminhado, atualmente, o diretor relator analisa os acréscimos da Superintendência, para que, posteriormente, o processo possa ser pautado em reunião de diretoria para deliberação.

Nova Subida da Serra

Obras da Nova Subida da Serra estão paradas há cerca de dois anos (Foto: Fernando Priamo)

A Concer confirmou que contará com representantes na audiência pública da CVT, “acreditando que será uma oportunidade de apresentar esclarecimentos sobre as consequências que a inadimplência da União com as obras da Nova Subida da Serra causam aos usuários da rodovia.” As intervenções mencionadas pela concessionária se transformaram em um imbróglio administrativo e jurídico desde agosto de 2016, quando houve a interrupção dos trabalhos de construção do traçado. As obras da Nova Subida da Serra de Petrópolis fundamentaram, inclusive, a abertura do processo administrativo conduzido pela ANTT.

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O contrato com a Concer, cujo vencimento ocorre em 2021, foi assinado em 1995 e previa a construção do traçado, estimado, na época, em R$ 80 milhões. Conforme a Concer informou à Tribuna em julho de 2017, as obras na serra estariam avaliadas em R$ 1,16 bilhão. Desta forma, um aditivo contratual foi firmado em 2014 com a ANTT, que pagaria a diferença de valores em três parcelas, por meio de aportes. Caso houvesse descumprimento do pagamento, a concessão poderia ser prorrogada por até mais 17 anos e seis meses. Entretanto, como divulgado anteriormente pela Tribuna, apenas parte do primeiro aporte – estimado em 30% do valor total – chegou a ser pago.

TCU e MPF apontam irregularidades no contrato

Em junho de 2017, por determinação do TCU, a ANTT anulou a parte do aditivo contratual que previa mais tempo de concessão. Por meio de um acórdão, o TCU ainda orientou a agência a analisar situações referentes ao serviço prestado e cumprimento das cláusulas contratuais. O Ministério Público Federal (MPF) também reuniu uma série de ações civis envolvendo problemas pontuais da rodovia.

Os dois órgãos apontaram indícios de superfaturamento e graves irregularidades na Nova Subida da Serra, que resultaram na impossibilidade de estender o contrato de concessão que vence em 2021. O MPF defendeu, ainda, que, mesmo com autorização e recursos para a retomada das intervenções do traçado, a obra não seja feita pela concessionária, e sim por nova empresa, definida em leilão, ou por meio do próprio Dnit.

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Comissão externa

Uma comissão externa da Câmara dos Deputados, também integrada pelo deputado Hugo Leal (PSD-RJ), acompanhou a situação das obras, os investimentos e os serviços da Concer, em março de 2018. O relatório aprovado pelos parlamentares também recomenda realização de nova licitação para que outra empresa conclua as obras pendentes. O parecer final, elaborado por Hugo Leal, ratifica e segue recomendações do TCU e do MPF.

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