Embora medidas já tenham sido tomadas para melhorar a segurança de cobradores e motoristas ônibus urbanos, a categoria, mais uma vez, está apreensiva e tenta buscar uma solução para o problema da violência nos coletivos, que também atinge os passageiros. Um ofício será entregue nesta quinta-feira (1º) pelo Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo (Sinttro) à Secretaria de Transporte e Trânsito (Settra), solicitando medidas mais seguras no exercício das atividades. O sindicato pede mais qualidade às câmeras de segurança instaladas nos ônibus, para que elas não só filmem, mas também arquivem as filmagens. Atualmente, segundo o sindicato, as imagens são ruins, o que dificulta e, por vezes, impossibilita o reconhecimento dos infratores por parte das polícias Civil e Militar. O documento foi elaborado durante reunião nesta terça-feira (30). Somente nos últimos dois dias, foram três assaltos a coletivos
Conforme dados do Sinttro, dos coletivos que trafegam na Zona Norte, apenas em 22% os dispositivos de filmagem funcionam perfeitamente. “Já fizemos reuniões com a Polícia Militar, com a Prefeitura, e os problemas continuam. Muitos assaltantes cometem roubos seguidos, no entanto, pela péssima qualidade das imagens, nada pode ser feito, pois fica impossível constatar que aquele indivíduo, de fato, foi o responsável pelo crime”, criticou o presidente do Sinttro, Vagner Evangelista, denunciando que alguns veículos, inclusive, estariam sem câmeras, mas sem apontar quais. As câmeras estão previstas em lei e em contrato.
No encontro, os profissionais decidiram cobrar da Settra um posicionamento sobre a falta de cofres em alguns carros e a realização de um trabalho preventivo nos bairros com maiores índices de roubos.
‘Rotina de medo’
Em uma postagem na página do Facebook denominada Rodoviários Juiz de Fora, datada de 26 de maio de 2017, profissionais do transporte coletivo relatam a insegurança recorrente. “Já virou praxe de nossa rotina sair de casa, olhar para nossas famílias e guardar essa última imagem e guardar ela durante nossas escalas, pois não sabemos se iremos novamente ver nossos filhos, esposas, pais, quando terminarmos nosso trabalho.” No mesmo post, há a informação de que algumas empresas cobram dos trabalhadores o valor roubado.
Sobre a situação das câmeras e o desconto do salário dos cobradores, os Consórcios Integrados do Transporte Urbano (Cinturb) informaram que uma reunião nesta quarta-feira (31) iria tratar o assunto, no entanto, o encontro foi desmarcado e, até o fechamento desta edição, não havia um posicionamento.
Com relação à dificuldade de investigação por meio das imagens, a Polícia Civil informou, por meio de sua assessoria, que não irá se pronunciar. Procurada pela Tribuna, a Polícia Militar também não se manifestou. Em nota, a Settra informou que as câmeras são obrigatórias em todos os veículos, os ônibus que não apresentarem o equipamento podem ser autuados, conforme prevê a legislação. A pasta ressaltou ainda que qualquer irregularidade no transporte coletivo pode ser denunciada pelo 3690-8218.
Três assaltos em menos de 24 horas
Entre a manhã de terça-feira e a manhã de quarta, três ônibus foram alvos de assaltantes. O episódio mais recente ocorreu às 5h de quarta quando um homem armado com faca roubou o coletivo da linha 714 (Chapéu D’Uvas/ Centro). Segundo a PM, o criminoso embarcou em um ponto na Avenida Juscelino Kubitschek, altura do Bairro Benfica. Mediante ameaças, ele roubou R$ 80. Já no início da noite de terça, o ônibus da linha 726 (Igrejinha/ Centro) também foi roubado. O ladrão sinalizou para que o veículo parasse em um ponto na Rua Arno Krambeck, e, assim que entrou, anunciou o assalto. Ele roubou R$ 36 e fugiu.
Também na terça-feira, R$ 40 foram levados do coletivo da linha 712 (Dias Tavares/Centro). Segundo informações da PM, pouco depois das 8h30, quando o coletivo estava parado para o embarque de passageiros na Avenida JK, o assaltante aproximou-se do cobrador e exigiu todo o dinheiro do caixa. Ele fugiu levando a quantia e também não foi encontrado.