A laje sobre o córrego que corta a Avenida Ibitiguaia, em Santa Luzia, Zona Sul de Juiz de Fora, que solucionaria o problema do mau cheiro e das enchentes, ao mesmo tempo em que passaria a ser um espaço para feira livre e uma área de lazer, tornou-se uma dor de cabeça a mais para os moradores do bairro. A área foi interditada pela Defesa Civil de forma preventiva, pois apresenta rachaduras. Mas, apesar das fitas zebradas sinalizando a interdição, e, consequentemente o perigo, adultos e crianças continuam utilizando a área, aumentando o risco.
Iniciada há mais de 20 anos, no governo Custódio Mattos, a obra sobre o córrego de Santa Luzia nunca foi concluída. Morador do bairro há mais de 50 anos, o comerciante Aladir Carvalho afirma que teme a queda da estrutura. “Acompanhei todo o processo da obra, ainda na década de 1990. Na época, a Prefeitura se reuniu com moradores e comerciantes do bairro, e a ideia era de que o córrego fosse coberto com uma estrutura de ferro e concreto e serviria como uma área de lazer e, até mesmo, a feira livre do bairro passaria a ser realizada no espaço. Não vimos nada disso acontecendo. A estrutura é fraca, de laje pré-moldada. Tanto que a outra parte, no final da avenida, desabou com as chuvas. O nosso medo é que o outro lado, que é maior, também não resista”, destaca Aladir.
O desabamento apontado pelo comerciante aconteceu em 2013, quando parte da laje, em frente à UPA do bairro, desabou, depois de fortes chuvas. O trecho só foi reconstruído dois anos depois, sendo colocado uma floreira no local.
Por ser uma área cercada, o espaço é utilizado por skatistas e há pessoas que realizam caminhadas no local. Por isso a preocupação é com o grande fluxo em cima da estrutura, segundo o presidente da Sociedade Pró Melhoramento (SPM) de Santa Luzia, Ary Raposo.
Segundo ele, já foram pedidos relatórios técnicos à Defesa Civil sobre a situação da área, mas ele não obteve resposta. Já fizemos várias reclamações, pois os moradores estão com medo. “Não sabemos o perigo que estamos correndo.”
De acordo com a assessoria de comunicação da Defesa Civil, o local foi interditado como precaução, pois a laje está abaulada. Mas não há risco de queda iminente, principalmente por ser período de estiagem. Apesar disso, a faixa zebrada indica que o local está interditado e, por medida de segurança, pede que a população não transite no local. A assessoria lembra ainda que qualquer cidadão pode pedir uma cópia do relatório técnico à Defesa Civil para ficar ciente do problema que já foi denunciado por meio do telefone 199. O pedido do relatório deve ser feito no Espaço Cidadão JF, que fica na Avenida Rio Branco 2. 234, em frente ao Parque Halfeld.