Com enfoques diversos, mas trabalhando com a mesma mensagem, fiéis de diferentes religiões lembram neste domingo (01) a ressurreição de Jesus Cristo. Para a Igreja Católica, a Páscoa é a maior festa do calendário cristão e sempre está associada a uma preparação anterior, que começa 40 dias antes. O rito começa amparado pela oração intensa, seguida do reconhecimento da situação de fragilidade diante do pecado, a penitência, e ainda a reflexão sobre a fraternidade. Enquanto isso, nas igrejas evangélicas, também se recorda a passagem da libertação do povo de Israel, por meio do movimento liderado por Moisés.
A passagem da morte para a vida é simbolismo que une essa data. “Cristo venceu a morte, não só por si, mas também por todos que nele acreditam. É isso o que lembramos a cada domingo, quando renovamos esse significado”, diz o arcebispo metropolitano Dom Gil Antônio Moreira. Ele explica que além da oração, que é “a união do coração humano com o de Deus”, e da penitência, é o momento de se voltar para a caridade, o reconhecimento do outro como irmão. “Deus não quer que o pecador morra, mas que ele se converta e viva. Isso nos leva a um processo de vencer o mal por meio da prática do bem. Por isso, a Campanha da Fraternidade começa a ser trabalhada nesse período, propondo exercícios especiais para a conversão da pessoa e da sociedade.” Nesse ano, a Campanha visa o enfrentamento da violência, por meio da não violência, do amor e do perdão.
No domingo de Páscoa, segundo Dom Gil, as pessoas devem estar atentas à misericórdia, à bondade. “Quando Jesus ressuscita, o primeiro ato dele é visitar os apóstolos que estavam reunidos com medo dos judeus. Jesus quebra-lhes o medo e sopra a paz. ‘Que a paz esteja convosco’. Logo depois, ele institui o sacramento da penitência dizendo que os pecados perdoados também serão perdoados e os que não forem perdoados, também não serão, e entrega à igreja esse poder de perdoar os pecados.” Nesse sentido, segundo o arcebispo, é o momento de olhar para o outro com misericórdia.
“Nesse ano, no Brasil, diante de tantas confusões políticas, problemas, ameaça de violência entre partidos e ideologias, é preciso que a gente reze para que o nosso país passe dessa situação de agressividade, corrupção de tantos erros para um momento novo. A compreensão interessa a todos. Nós devemos encontrar novos tempos, em que a amizade, a concórdia nos salvem e nos ajudem a chegar a um momento novo. Essa é a Páscoa que desejamos ao país.”
Todas as paróquias terão programações especiais celebrando o domingo de Páscoa. Na Catedral Metropolina, as missas serão realizadas nos seguintes horários: 7h, 8h30, 10h, 11h30, 16h, 18h e 19h30. A celebração das 10h será presidida por dom Gil Antônio Moreira.
Igreja Batista
O presidente da Primeira Igreja Batista, o pastor Aloízio Penido Bertho, conta que a Páscoa surge quando Deus liberta o povo de Israel após 430 anos de escravidão no Egito. “Moisés lidera o movimento para tirar o povo de lá. Deus dá a ele poderes fenomenais, e ele vai fazendo com que o Egito sofra com dez pragas.” Conforme o Pastor, a última praga é a morte dos primogênitos. Moisés sinalizou que as pessoas deveriam pintar as portas das casas com sangue de cordeiro e, naquelas que não tivessem a marca, a praga se confirmaria. “Ali foi instituída a Páscoa. Aquele símbolo de sangue, que significava o derramamento do sangue de Jesus Cristo no futuro. O evangelho de Êxodo estabelece que a celebração da data pelos judeus.”
Ainda segundo o pastor, os evangélicos também lembram na data a morte e ressurreição de Cristo. “A mensagem é essa: assim como no Egito um cordeiro foi sacrificado para libertar as pessoas da morte, Jesus é o cordeiro de Deus, morto na cruz, no lugar de todo aquele que acredita. Quem crê se libertará da morte eterna. Por isso, aproveitamos esse período para fazer musicais sobre essa passagem, também a lembramos em pregações.” Nesse domingo, haverá culto com encenação, às 9h, na Primeira Igreja Batista – Avenida Rio Branco, 921.