O serviço prestado pelo carro fumacê em Juiz de Fora para o combate do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, chikungunya, zika vírus e febre amarela, está suspenso desde a última quarta-feira (30) por falta de inseticida. A ocorrência foi confirmada pela Secretaria de Saúde, que, por meio de nota, esclareceu que a paralisação foi motivada por conta de problemas junto ao Ministério da Saúde, que ainda não teria repassado o produto aos municípios. “A informação é a de que o inseticida já chegou ao porto no Rio de Janeiro e deve ser entregue às cidades, incluindo Juiz de Fora, nos próximos dias”, disse em nota. Diante da falta do inseticida, a pasta não realizou cronograma dos bairros que seriam atendidos, nem soube mensurar quantos seriam prejudicados.
A Secretaria de Estado de Saúde, responsável pelo repasse aos municípios, disse que, desde o início do ano, está havendo atraso no fornecimento do inseticida utilizado nos equipamentos de UBV. “O Ministério tem regularizado aos poucos a entrega do produto, porém há uma alta demanda devido ao momento epidemiológico que estamos passando.” O inseticida é importado e, ao chegar ao país, é entregue ao Ministério da Saúde, responsável por fazer o repasse do quantitativo às secretarias de estado de saúde. No caso de Minas Gerais, ele é encaminhado às superintendências regionais de saúde, que realizam a entrega nas cidades. Em nota, a Superintendência Regional de Saúde de Juiz de Fora disse que o estoque estadual encontra-se todo distribuído para as regionais e os municípios, mas aguarda uma nova reposição, prevista para acontecer nos próximos dias.
No começo de março, a cidade de São João del-Rei também suspendeu o fumacê por falta de inseticida. A situação só foi normalizada seis dias depois. O município de Santana do Deserto também teve o serviço de fumacê suspenso por duas semanas, no final do mês passado. Em Juiz de Fora, o número de casos prováveis de dengue continua a crescer. Na última semana, foram notificados 711 novos casos, subindo para 7.427 pessoas infectadas pelos vírus somente nesse primeiro trimestre. Até o momento, oito mortes já foram confirmadas. A Secretaria de Saúde destacou que tem feito todo o esforço necessário para solucionar o problema de forma imediata.
O Ministério da Saúde, por sua vez, informou, em nota, que enviou para Minas 34,2 mil litros de adulticida (malathion), 3,1 mil quilos de larvicida (pyriproxifen) e 652 quilos de adulticida (bendiocarb), este último utilizado em pontos estratégicos. A assessoria do Ministério ainda acrescentou que é de responsabilidade dos gestores locais o manejo correto dos inseticidas.