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Animais ilhados em Brumadinho são sacrificados a tiros

animais brumadinho ALEXANDRE GUZANSHE EM DA PRESS
Resistente, nome dado pelos bombeiros, chegou a receber um pouco de feno e água (Foto: Alexandre Guzanshe/EM D.A Press)
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Os helicópteros que cortavam o céu de Brumadinho na tarde desta segunda-feira (28) não estavam ocupados apenas em apoiar a retirada de corpos dos escombros e da lama, ou encontrar sobreviventes em meio à destruição. Ao menos uma das aeronaves tinha a missão de executar, com tiros, animais ilhados, presos na lama ou feridos.

Eram 14h37. Um helicóptero da Polícia Rodoviária Federal (PRF) fazia voos rasantes em uma área devastada do Córrego do Feijão, numa região isolada e mais próxima da barragem de rejeitos. Um agente armado com fuzil mirava, de dentro do helicóptero, locais onde enxergava animais na lama. E disparava.

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Do meio da mata, o jornal O Estado de S. Paulo acompanhou a movimentação da aeronave. Foram mais de 20 disparos, até o que o helicóptero partiu. O sacrifício dos animais ocorreu numa área próxima do local onde mais de 20 brigadistas tentavam abrir um ônibus coberto pela lama, com vítimas dentro. Há muitos bois ilhados ao longo de todo o trecho da cidade que foi varrido pelo barro. Outros estão com parte do corpo presos na lama.

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Sacrifício

A decisão de executar os animais foi confirmada à reportagem pelo chefe da Defesa Civil de Minas, coronel Evandro Geraldo Borges. “O que vamos fazer? Deixar o animal sofrendo? Estamos sim, com equipe em campo executando esse trabalho, mas essa decisão só é tomada nos casos em que não há outra opção.”

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Outra parte da equipe, disse o coronel, está empenhada em socorrer animais “em condições de serem retirados” da lama. Mas em muitas situações, declarou, só resta o tiro de misericórdia. “Não tem jeito. Tem animal preso, outro com perna quebrada. Temos de fazer escolhas, de retirar as pessoas, ir atrás de sobreviventes. Tudo que está sendo feito foi pensado. É isso.”

Próximo da equipe de brigadistas que tenta abrir o ônibus tomado pelo barro, um boi cansado, sobrevivente da tragédia, foi batizado de Resistente pelos agentes. Um helicóptero se aproxima da área onde Resistente está. Não veio executá-lo, mas carregar o primeiro corpo de uma vítima que os agentes conseguiram retirar do ônibus.

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Durante as oito horas em que o Estado acompanhou a operação, Resistente chegou na receber um pouco de feno e água. Nesta terça-feira, 29, disseram os brigadistas, o boi deverá ser sedado, para que seja retirado dali. Com vida. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Defesa Civil diz que acompanha situação

(Agência Brasil) A Defesa Civil de Minas Gerais informou que acompanha, junto a outros órgãos das esferas estadual e federal, a situação de animais.  Os resgatados com vida, segundo o órgão, estão sendo encaminhados para um sítio próximo ao local, onde recebem tratamento, alimentação, medicamentos e aporte necessário por uma equipe de veterinários.

Por meio de nota, a Defesa Civil do estado destacou que há bichos vivos que permanecem no local do rompimento da barragem e que eles estão recebendo alimentação, água e cuidados até que seja possível resgatá-los. “Contudo, existem animais que não reúnem condições para resgate com vida em decorrência do estado e características do local do desastre. Para esses casos, uma equipe de veterinários está apta a realizar a eutanásia por meio de injeção letal”.

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Ainda de acordo com o comunicado, o procedimento de eutanásia tem sido realizado apenas por médicos veterinários em casos considerados extremos, quando constatado que as condições de bem-estar e saúde dos animais encontram-se irreversivelmente comprometidas e sem possibilidade de recuperação. “Cabe ressaltar que, em nenhum momento, houve autorização por parte do Gabinete Militar do Governador/Coordenadoria Estadual de Defesa Civil para o abate de animais aleatoriamente ou por meio de métodos em desacordo com as normas”, concluiu a nota.

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