Depois de o Brasil registrar recorde no número de mortes pela Covid-19 em um dia, o presidente da República, Jair Bolsonaro voltou a defender nesta sexta-feira (26), o retorno à normalidade no país. O chefe do Executivo afirmou que medidas de restrição “estão na contramão daquilo que o povo quer”.
“Aos políticos que me criticam, sugiro que façam o que eu faço. Tenho um prazer muito grande de estar no meio de vocês. Dizer a esses políticos do Executivo, o que eu mais ouvi por aqui é: ‘presidente, eu quero trabalhar’. O povo não consegue ficar mais dentro de casa”, disse Bolsonaro, em evento do Governo sobre obras rodoviárias realizado em Tianguá, no Ceará.
E declarou: “O povo quer trabalhar. Esses que fecham tudo e destroem empregos estão na contramão daquilo que seu povo quer. Não me critiquem, vá para o meio do povo mesmo depois das eleições.”
A fala do presidente ocorre no momento em que governos locais intensificam medidas contra a Covid-19, como toque de recolher e suspensão de aulas presenciais.
No Ceará vigora até domingo, decreto de toque de recolher de 22h até as 5h como parte de um conjunto de medidas para combater a disseminação do vírus. “Tenho certeza que quando deixar meu governo entregarei um Brasil, apesar da pandemia, muito, mas muito melhor, do que aquele que recebi em janeiro de 2019”, acrescentou o presidente.
Em seu discurso, Bolsonaro também reforçou que Executivo e Legislativo “trabalham juntos”, além de elogiar a atuação de sua equipe de ministros. “Com uma equipe competente e com ajuda do parlamento brasileiro nós vamos vencer desafios e cada vez mais proporcionar a todos dias melhores”, disse.
Recorde
O país registrou na quinta-feira recorde de mortes nas últimas 24 horas, com 1.582 registros de óbitos pelo coronavírus, chegando ao total de 251.661, de acordo com dados do consórcio de veículos de imprensa. Desde o começo da pandemia, mais de 10,3 milhões de brasileiros já foram diagnosticados com o vírus.