Uma barragem de rejeitos da empresa mineradora Vale rompeu, na tarde desta sexta-feira (25), no município de Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte. O Corpo de Bombeiros, por meio do Batalhão de Emergências Ambientais, e a Defesa Civil do estado enviaram equipes ao local para avaliar a extensão do problema.
A Vale informou que, na hora do rompimento, empregados da empresa estavam na área administrativa que foi atingida pelos rejeitos. A mineradora, porém, ainda não informou quantas pessoas estavam no local e o estado de saúde delas. Em nota, confirmou também que parte da comunidade de Vila Ferteco foi atingida pelos resíduos. “A prioridade máxima da empresa, neste momento, é apoiar nos resgates para ajudar a preservar e proteger a vida de empregados, próprios e terceiros, e das comunidades locais”, declarou em nota. O resgate e o atendimento aos feridos estão sendo realizados no local pelo Corpo de Bombeiros e pela Defesa Civil. Ainda não há confirmação sobre a causa do acidente, completou.
Em nota, a Secretaria de Governo do Estado de Minas Gerais informou, no início desta tarde, que uma força-tarefa já está no local do rompimento da barragem, a fim de acompanhar e tomar as primeiras medidas. Dois helicópteros foram disponibilizados para sobrevoar a região. Um “gabinete estratégico de crise” acompanhará as ações na cidade. Estão a caminho da Mina do Feijão, o secretário de Meio Ambiente, Germano Vieira, a secretária de Impacto Social, Elizabeth Jucá, além dos bombeiros e Defesa Civil. Segundo último comunicado do Governo de Minas, “neste primeiro momento, a principal preocupação é prestar toda a assistência às vítimas”.
Nas redes sociais, a Prefeitura de Brumadinho emitiu um comunicado urgente, pedindo à população para que mantenha distância do leito do Rio Paraopeba. O Instituto Inhotim foi evacuado para evitar que novos rompimentos façam vítimas.
Planalto também acompanha situação
(Agência Estado) Um gabinete de crise foi montado no Palácio do Planalto para acompanhar todo o desenrolar da situação decorrente do rompimento da barragem da mineradora Vale na Mina Feijão, em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte. Esse gabinete vai coordenar os esforços de todos os ministérios que estarão envolvidos na busca de soluções para o rompimento da barragem e redução de danos.
O presidente Jair Bolsonaro está reunido em Brasília com vários ministros para determinar as primeiras ações e equipes técnicas serão deslocadas para a região. Não há decisão ainda se o presidente Bolsonaro irá para a região, já que ele chegou ao Brasil na madrugada desta sexta-feira (25), após participação no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça. Além disso, está previsto que Bolsonaro seja internado em São Paulo neste domingo para realização de cirurgia de retirada da bolsa de colostomia, na segunda-feira.
Auxiliares diretos do presidente consideraram o episódio uma verdadeira “tragédia ambiental”. Por determinação do presidente, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, irá para Minas Gerais ver de perto o tamanho do estrago causado. Bolsonaro também orientou o deslocamento para o local dos ministros do Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto, e de Minas e Energia, Bento Albuquerque, além do secretário nacional de Defesa Civil, Alexandre Lucas Alves. O presidente afirmou também que “todas as providências cabíveis estão sendo tomadas”. Ele também lamentou o ocorrido numa postagem.
O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Alberto Santos Cruz, classificou como “lastimável” o acidente. “Deve ter alguma coisa (posicionamento do governo), mas é lastimável. Mais uma na mesma grande região”, declarou o ministro, no Palácio do Planalto, em referência à tragédia de Mariana, no mesmo Estado, em novembro de 2015.
Barragem com capacidade de 12,7 milhões de m³
Lama proveniente do rompimento da barragem de rejeitos da Vale, em Brumadinho. (Foto: Agência Brasil / Divulgação Corpo de Bombeiros
São Paulo (AE) – Segundo informações do site da Vale sobre as barragens da região, a barragem 1 foi construída em 1976 e tem volume de 12,7 milhões de metros cúbicos. Atualmente, a barragem não receberia material, pois o beneficiamento do minério na unidade é feito a seco, ainda de acordo com o site. O Ibama havia informado inicialmente que havia um milhão de metros cúbicos de rejeito no local. Para efeito de comparação, a barragem da Samarco que em 2015 se rompeu, soterrando o distrito de Bento Rodrigues e matando 19 pessoas, tinha 50 milhões metros cúbicos de rejeitos.