O presidente do Senado e do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), divulgou uma nota nesta quinta-feira defendendo solução rápida e negociada para o conflito entre Rússia e Ucrânia, apontando consequências inimagináveis com a crise atual.
“Consoante a política externa brasileira, que historicamente tem-se orientado pela busca da paz e pela solução negociada dos conflitos internacionais, como presidente do Congresso Nacional e, em nome de meus pares, reafirmamos a necessidade de um diálogo amplo, pacífico e democrático com vistas a uma rápida solução negociada que contemple os legítimos interesses das partes envolvidas”, diz a nota.
A invasão da Rússia à Ucrânia motivou preocupação de líderes mundiais e cobrança por sanções, além de fuga do risco nos mercados financeiros. No Brasil, o Itamaraty pediu “suspensão imediata” das hostilidades. A Embaixada da Ucrânia, por sua vez, cobrou uma condenação clara do governo brasileiro ao ataque.
“A magnitude da atual crise e sua rápida deterioração têm potencial de impactos político, econômico e social difíceis mesmo de imaginar”, diz a nota de Pacheco, manifestando expectativa de uma “solução pacífica, mutuamente acordada”.
Câmara
Já o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), pediu nesta quinta-feira que a Rússia e a Ucrânia busquem entendimento por meio de “caminhos diplomáticos”.
“O mundo já enfrenta o luto de milhões de perdas da pandemia de Covid-19. À medida que voltamos à normalidade, assistimos uma escalada sem precedentes entre Rússia e Ucrânia”, escreveu Lira, no Twitter. “Neste momento, precisamos de paz, entendimento e que as duas nações busquem os caminhos diplomáticos”, acrescentou o deputado.
Bolsonaro
O presidente Jair Bolsonaro, que fez publicações nas redes sociais hoje, ainda não se manifestou sobre o assunto. Já o vice-presidente Hamilton Mourão disse que o Brasil não está neutro e não concorda com a invasão russa.
Na semana passada, Bolsonaro viajou para a Rússia e se reuniu com Putin. Na ocasião, o chefe do Executivo se disse “solidário” a Moscou, o que gerou repúdio dos Estados Unidos. A porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, chegou a dizer que talvez o Brasil estivesse “do lado oposto” ao da comunidade global.
Tropas russas avançam e chegam aos arredores de Kiev
Horas depois do início da ofensiva militar contra a Ucrânia, tropas russas alcançaram a região de Kiev na manhã desta quinta-feira (24). Pelo menos uma equipe de imprensa internacional já confirmou a presença de soldados russos nos arredores da capital, a poucos quilômetros do centro da cidade.
Em uma invasão coordenada, que tem forçado o Exército ucraniano a combater em diversas frentes, as tropas russas avançam rapidamente pelo território do país do Leste Europeu.
O chefe militar da Ucrânia, Valerii Zaluzhnyi, confirmou pela manhã que um combate estava sendo travado perto da base aérea de Hostomel, sete quilômetros a noroeste da capital, Kiev. O líder militar também confirmou que batalhas estavam sendo travadas ao sul, perto de Henichesk, Skadovsk e Chaplynka.
Nos arredores de Kiev, a cerca de 30 km do centro da capital, uma equipe da CNN registrou o momento em que um grupo de paraquedistas russo estabelecia um perímetro de segurança ao redor de uma base aérea recém-conquistada.
De acordo com a emissora americana, oficiais ucranianos temem que o plano russo seja não apenas cercar a capital, mas invadi-la, depondo o governo atual e substituindo por um governo pró-Rússia.
O Ministério da Defesa russo confirma que 74 instalações militares ucranianas foram destruídas até o momento, incluindo 11 bases aéreas.
O ministro da Defesa, Serguei Shoigu, ordenou que os militares ucranianos fossem tratados “com respeito” e aqueles que depuserem suas armas sejam retirados com segurança.
Mais cedo, o presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, comparou o ataque russo à invasão promovida pela Alemanha nazista na 2ª Guerra. “A partir de hoje, nossos países estão em lados diferentes da história mundial. A Rússia embarcou em um caminho do mal, mas a Ucrânia está se defendendo e não desistirá de sua liberdade, não importa o que Moscou pense.”