Uma pesquisa recente do Instituto Resume Templates revelou que 70% dos jovens da Geração Z, entre 18 e 27 anos, buscou ajuda dos pais para procurar emprego. Além disso, 25% desses jovens levaram seus pais para as entrevistas, indicando uma dependência significativa nas transições para o mercado de trabalho. A pesquisa, realizada nos Estados Unidos com 1.428 jovens, sugere que essa realidade pode ser replicada no Brasil.
O especialista em liderança e co-fundador da empresa de mentoria “Gestores de Sonhos”, Ricardo Castanheira, em entrevista ao portal O Tempo, observa que, embora haja variabilidade entre os jovens, muitos demonstram dificuldade em lidar com frustrações e desafios. Ele acredita que a presença dos pais durante entrevistas serve como suporte emocional, mas também sinaliza uma dependência preocupante. “Essa dinâmica pode criar um padrão de busca constante por intervenção parental em situações difíceis”, ressalta.
Castanheira ainda defende que, embora o apoio parental seja valioso, os pais devem proporcionar autonomia aos filhos, permitindo que enfrentem desafios sozinhos. Ele observa que essa proteção excessiva pode levar a um ciclo de dependência que se estende para outros aspectos da vida. “Dizer ‘não’ é uma forma poderosa de amor; os filhos devem entender que um ‘não’ não é o fim do mundo”, afirma.
Além disso, a presença dos pais durante entrevistas pode impactar negativamente a percepção dos entrevistadores sobre a capacidade dos jovens. Castanheira enfatiza que o suporte deve ser fornecido nos bastidores, preparando os filhos para as entrevistas, mas sem ultrapassar limites que possam comprometer sua autonomia. Ele sugere que elogiar o esforço, independentemente do resultado, é fundamental para fomentar a resiliência e a autoconfiança dos jovens em um mercado de trabalho cada vez mais competitivo.