O presidente diplomado, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), confirmou nesta quinta-feira (22), que o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), será o ministro do recriado Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Além dele, Lula também anunciou que Nísia Andrade, presidente da Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz), chefiará o Ministério da Saúde a partir de janeiro. Ao todo, 16 ministros foram confirmados na sede do governo de transição.
“Resolvi colocar o meu vice para trabalhar. Alckmin vai ter muito trabalho, mas terá imenso sucesso no MDIC. Com sua capacidade de articulação, ele será extraordinário no MDIC”, disse Lula.
Como mostrou o Estadão/Broadcast, a escolha pelo vice ocorreu após empresários de renome recusarem o convite. Estudioso de assuntos como reforma tributária, Alckmin tem bom trânsito no setor produtivo e, na avaliação de Lula, pode atuar como um facilitador do diálogo do governo com o mundo industrial
Nos últimos dias, o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo e filho do ex-vice-presidente José Alencar, Josué Gomes da Silva, recusou o convite por estar enfrentando um movimento para destituí-lo da Fiesp. Já Pedro Wongtschowski, do Grupo Ultra, não teria aceitado a proposta por não poder abandonar suas atividades privadas.
“Josué me disse que não poderia assumir MDIC porque é presidente da Fiesp em disputa na Fiesp. O (Paulo) Skaf tenta convocar assembleia para tirar Josué”, acrescentou Lula.
Saúde
Antes mesmo de ser confirmada no cargo, Nísia Trindade já estava montando sua equipe para a pasta. Ela já sondou Ana Estela Haddad, professora titular do Departamento de Ortodontia e Odontopediatria da USP, e Ethel Maciel, epidemiologista e professora titular da Ufes, para comandarem secretarias no ministério.
Nos bastidores do Ministério da Saúde, circula que Ana Estela, casada com o futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad, poderia assumir a Secretaria de Saúde Digital, que deve ser criada no novo governo. Já Ethel, que se destacou com estudos sobre a covid-19 durante a pandemia, é a favorita para a Secretaria de Vigilância Sanitária no Ministério da Saúde. O nome do presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Nésio Fernandes, circula para a Secretaria de Atenção Primária à Saúde.
Gestão
O presidente diplomado também confirmou a ex-secretária do Planejamento na gestão Dilma Rousseff (PT), Esther Dweck, como futura ministra da Gestão. Ela participou da transição de governo no grupo de trabalho na área de planejamento. Em 1º de janeiro, Lula vai editar uma Medida Provisória com a nova configuração da Esplanada e o atual Ministério da Economia será dividido em quatro: Fazenda, Planejamento, Gestão e MDIC, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio.
Luiz Marinho no Trabalho
No próximo ano, as duas áreas devem ser novamente separadas em ministérios diferentes. O atual líder da Oposição na Câmara dos Deputados, Wolney Queiroz (PDT-PE), é um dos mais cotados a assumir a Previdência em 2023.
Lula anunciou os seguintes nomes, nesta ordem:
- Alexandre Padilha (Relações Institucionais);
- Márcio Macedo (Secretaria-Geral);
- Jorge Messias (Advocacia-Geral da União);
- Nísia Trindade (Saúde);
- Camilo Santana (Educação);
- Esther Dweck (Gestão);
- Márcio França (Portos e Aeroportos);
- Luciana Santos (Ciência e Tecnologia);
- Cida Gonçalves (Mulheres);
- Wellington Dias (Desenvolvimento Social);
- Margareth Menezes (Cultura) – já havia sido anunciada;
- Luiz Marinho (Trabalho);
- Anielle Franco (Igualdade Racial);
- Silvio Almeida (Direitos Humanos);
- Geraldo Alckmin (Indústria e Comércio);
- Vinícius Carvalho (Controladoria-Geral da União);