Diversas autoridades mundiais se manifestaram a respeito da morte do papa Francisco nesta segunda-feira (21). Nascido em 17 de dezembro de 1936 em Buenos Aires, Jorge Mario Bergoglio sofria de uma doença pulmonar crônica que o vitimou. O pontífice continuava sua recuperação de um grave episódio de pneumonia bilateral.
Ministros do Governo Lula
Em mensagens publicadas nas redes sociais, ministros do Governo federal elogiaram a trajetória do pontífice e enalteceram o legado deixado por ele. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, classificou Francisco como “luz eterna”. “O papa Francisco foi um grande defensor do acesso gratuito à saúde, durante toda a pandemia ergueu sua voz em favor da vacina contra o negacionismo, orou pelos doentes, pelos médicos e por todos os profissionais da saúde”, escreveu na rede social X, antigo Twitter, no período da manhã.
O ministro da Casa Civil, Rui Costa, também contou que conheceu Francisco, que identificou como “homem simples e de gestos grandiosos” e que liderou a Igreja Católica com humildade, resiliência e amor. “Hoje, todo o mundo chora a morte do papa Francisco. Que seja eterna sua memória e contribuição para um mundo mais justo e fraterno”, afirmou.
O ministro dos Transportes, Renan Filho, citou que o pontífice “pautou sua vida na construção de uma Igreja mais acolhedora, amorosa e de olhos voltados aos mais humildes, como ensinou Jesus”. Segundo ele, Francisco deixa como lição “a prática da simplicidade e do amor generoso por aqueles que mais precisam”.
O ministro do Turismo, Celso Sabino, foi outro integrante do governo Lula que lamentou a morte de Francisco. “Um líder espiritual que marcou o mundo com sua fé, humildade e compromisso com os mais vulneráveis”, classificou. “Seu legado de compaixão, diálogo e paz permanecerá entre nós.”
Governador Romeu Zema
Também pela rede social X, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), destacou a humildade do pontífice. “Com pesar, nos despedimos do Papa Francisco. Líder que enxergou nos mineiros a alma da liberdade e da paz. Sua humildade e coragem inspiraram o mundo. Minas Gerais agradece e presta sua homenagem a esse grande homem que fez da fé um caminho de esperança e amor”.
Presidentes da Argentina e da França
O presidente da Argentina, Javier Milei, escreveu nesta segunda-feira, em post na rede X, que recebeu com “profunda dor” a notícia da morte do papa Francisco. “Apesar de diferenças que hoje parecem menores, ter podido conhecê-lo em sua bondade e sabedoria foi uma verdadeira honra para mim. Como presidente, como argentino e, fundamentalmente, como um homem de fé, despeço-me do Santo Padre e me solidarizo com todos que hoje recebem essa triste notícia.”
ADIÓS
Con profundo dolor me entero esta triste mañana que el Papa Francisco, Jorge Bergoglio, falleció hoy y ya se encuentra descansando en paz. A pesar de diferencias que hoy resultan menores, haber podido conocerlo en su bondad y sabiduría fue un verdadero honor para mí.… pic.twitter.com/3dPPFoNWBr— Javier Milei (@JMilei) April 21, 2025
Já o presidente da França, Emmanuel Macron, lamentou na mesma rede pelo falecimento do pontífice. “De Buenos Aires a Roma, o Papa Francisco queria que a Igreja levasse alegria e esperança aos mais pobres. Que unisse os seres humanos entre si e com a natureza. Que essa esperança possa ressuscitar perpetuamente além dele.”
Vice-presidente dos EUA
O vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance, que esteve no domingo (20), com o papa Francisco no Vaticano, publicou nesta segunda, no X, sobre a morte do pontífice. “Acabei de saber do falecimento do Papa Francisco. Meu coração está com os milhões de cristãos ao redor do mundo que o amavam. Fiquei feliz por tê-lo visto ontem, embora ele estivesse obviamente muito doente. Mas sempre me lembrarei dele pela homilia que ele fez nos primeiros dias da Covid. Foi realmente muito bonita. Que Deus descanse sua alma”. O papa e Vance se encontraram por alguns minutos no domingo na Domus Santa Marta “para trocar saudações de Páscoa”.
Ambos se envolveram em uma discussão à distância sobre os planos de deportação de imigrantes em massa do governo Trump. Poucos dias antes de ser hospitalizado em fevereiro, Francisco criticou duramente os planos de deportação do governo Trump, alertando que eles privariam os imigrantes de sua dignidade inerente. Em uma carta aos bispos dos Estados Unidos, o papa também pareceu responder diretamente a Vance por ter afirmado que a doutrina católica justifica tais políticas.
Líderes árabes destacam legado de paz e diálogo do papa Francisco
Diversos líderes do mundo árabe recorreram à rede social X para se manifestar sobre o legado do papa Francisco. O presidente do Egito, Abdel Fattah El-Sisi, expressou seu pesar: “O Papa Francisco foi uma voz de paz, amor e compaixão.” As declarações foram divulgadas na plataforma X e no portal Arab News.
O xeque Mohamed bin Zayed, presidente dos Emirados Árabes Unidos destacou o empenho do pontífice em promover valores de convivência e respeito mútuo. “Estendo minhas mais profundas condolências aos católicos de todo o mundo pelo falecimento do Papa Francisco, que dedicou sua vida a promover os princípios da convivência pacífica e da compreensão mútua. Que ele descanse em paz”, afirmou, também pela rede X.
O primeiro-ministro dos Emirados, xeque Mohammed bin Rashid Al-Maktoum, ressaltou a liderança e o impacto humano do papa, reconhecendo seu papel conciliador. Em nota publicada na plataforma, declarou: “Seu legado de humildade e unidade inter-religiosa continuará a inspirar muitas comunidades ao redor do mundo.”
Pelo mesmo canal, o rei Abdullah II da Jordânia também se pronunciou: “Minhas mais profundas condolências aos nossos irmãos e irmãs cristãos ao redor do mundo. O Papa Francisco foi admirado por todos como o Papa do Povo. Ele uniu pessoas, liderando com gentileza, humildade e compaixão. Seu legado viverá em seus bons feitos e ensinamentos.”
No Líbano, o presidente cristão Joseph Aoun lamentou publicamente a partida de Francisco, a quem descreveu como “amigo querido e forte apoiador” de seu país, marcado por uma convivência inter-religiosa complexa. “Nunca esqueceremos seus repetidos apelos para proteger o Líbano e preservar sua identidade e diversidade”, disse Aoun.
O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, também prestou homenagem ao papa, conforme noticiado pela agência oficial Wafa. Chamou-o de “amigo fiel do povo palestino” e afirmou: “Hoje, perdemos um amigo fiel do povo palestino e de seus direitos legítimos”. Abbas lembrou ainda que o papa Francisco “reconheceu o Estado Palestino e autorizou o hasteamento da bandeira palestina no Vaticano”.
O Irã, por sua vez, também divulgou condolências oficiais.
Já o presidente de Israel, Isaac Herzog, exaltou as qualidades humanas e espirituais do pontífice: “Um homem de fé profunda e compaixão sem limites.”
Papa Francisco foi o primeiro pontífice da história a celebrar uma missa em solo do Oriente Médio – nos Emirados Árabes Unidos, em 2019 – e se destacou por estabelecer uma nova dinâmica nas relações com o mundo islâmico, incluindo visitas emblemáticas à Península Arábica e ao Iraque.