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CPI da Covid sugere indiciamento de 70 pessoas, dentre elas Bolsonaro

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A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid teve o seu parecer final divulgado. O documento foi elaborado pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL) e sugere o indiciamento de 70 pessoas, entre elas o presidente Jair Bolsonaro, filhos dele, ministros e mais duas empresas por crimes praticados no enfrentamento da pandemia de Covid-19. O relator atribui a Bolsonaro 11 crimes, entre eles, homicídio qualificado, genocídio de indígenas e crime contra a humanidade. O documento final ainda deve passar por algumas atualizações até esta quarta-feira (20), quando será divulgado. A votação do parecer está marcada para o dia 26, terça-feira que vem. A conclusão será encaminhada aos órgãos de controle, que poderão abrir processos sobre os supostos crimes apontados.

Aziz evita Renan e diz que não quer ‘lavar roupa suja’

As divergências em relação ao relatório final da CPI da Covid colocou os senadores Omar Aziz (PSD-AM) e Renan Calheiros (MDB-AL), respectivamente presidente e relator do colegiado, em pé de guerra. Os dois são os principais senadores do chamado “G-7”, grupo dos sete integrantes que ditam os rumos do colegiado. Por causa das desavenças, a tradicional reunião semanal que o grupo faz às segundas-feiras para discutir as atividades da comissão não aconteceu. Renan também tinha convidado os colegas para debater o parecer em seu gabinete no Senado, mas o compromisso também foi cancelado.

“Vamos esperar um pouco. Ter uma reunião não seria bom. Está todo mundo de cabeça quente, não seria bom. Não é o momento de lavar roupa suja, é o momento de esperar o relatório, ler, equilibrar e a gente ver o que tem que colocar a mais no relatório”, afirmou Aziz.O atrito começou após o jornal “O Estado de S. Paulo” revelar o relatório final de Renan Calheiros. Após a publicação da reportagem, o presidente da comissão decidiu adiar em uma semana a votação do documento.

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Um dos pontos que levaram ao adiamento, de acordo com fontes ouvidas pela reportagem, é a decisão de Renan Calheiros de indiciar o presidente Jair Bolsonaro por homicídio qualificado. Também há divergências entre integrantes do grupo majoritário sobre a acusação de “genocídio indígena” na pandemia, crime que pode levar o governo a ser julgado em tribunais internacionais. O relatório final acusa, além do presidente, o secretário especial de Saúde Indígena, Robson Santos da Silva. O presidente da CPI disse ao Estadão que indígenas foram vacinados e não vê motivo para indiciar o secretário, que nem sequer foi ouvido pela comissão.

Integrantes da CPI viram na divulgação do relatório uma forma de “jogar para a plateia” e forçar que os pontos defendidos por Renan não sejam retirados. Mesmo discordando de alguns pontos, para Aziz, o texto que já foi divulgado não deve ser alterado. “Se tiver alguma coisa que estiver faltando, vou questionar porque não está lá”, disse. De acordo com o senador, isso é uma maneira de evitar críticas caso trechos sejam mudados. Aziz quer evitar, por exemplo, que senadores sejam acusados de ceder a pressões do governo caso partes do relatório sejam mudadas. De acordo com o presidente da CPI, qualquer mudança agora deve ser feita somente durante a votação.

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