O Governo federal lançou, nesta quarta-feira (16), nova versão do plano nacional de imunização contra a Covid-19. No documento, a pasta não estima data para começo da vacinação, mas afirma já negociar cerca de 350 milhões de doses para 2021, o que seria suficiente para imunizar 175 milhões de brasileiros.
O governo diz ter firmado memorando de entendimento para a compra da Coronavac, desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac e o Instituto Butantã, órgão ligado ao governo paulista, comandado por João Doria.
Além dos acordos já mencionados na versão anterior do plano, que incluíam as vacinas de Oxford/AstraZeneca (210 milhões), Covax Facility (42,5 milhões) e Pfizer (70 milhões), o Ministério da Saúde adicionou ao planejamento 38 milhões de doses da farmacêutica Janssen, que também está sendo testado no Brasil. De acordo com o Governo, três milhões de doses seriam disponibilizadas no segundo trimestre de 2021, oito milhões no terceiro trimestre, e 27 milhões, no quarto trimestre.
O ministério também citou negociações com as farmacêuticas Bharat Biotech (Índia), Moderna (EUA) e Gamaleya (Rússia). A pasta disse ter solicitado “informações de preços, estimativa e cronograma de disponibilização de doses”, além de dados científicos dos estudos de fase 1, 2 e 3.
O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, voltou a afirmar que a vacinação deve ser iniciada no país em “meados de fevereiro”. Para este cronograma, ele considerou que os dois laboratórios que participam do desenvolvimento de vacinas, Fiocruz e o Instituto Butantã, devem apresentar ainda em dezembro os dados finais de pesquisa e pedir o registro do produto na Anvisa.
Em evento no Palácio do Planalto em que anunciou o novo plano, o presidente Jair Bolsonaro adotou um tom de conciliação em seu discurso. “Se algum de nós extrapolou, ou exagerou, foi no afã de buscar solução”, afirmou o presidente. Ontem, em entrevista à TV Bandeirantes, Bolsonaro disse que não iria se vacinar, numa declaração que foi criticada por especialistas.
Quatro fases
O plano mantém quatro fases de vacinação de grupos prioritários, sendo que as três primeiras devem imunizar 49,65 milhões de pessoas. Nessa etapa inicial, a ideia é usar doses da vacina de Oxford/AstraZeneca, que será fabricada pela Fiocruz, em profissionais de saúde, idosos e doentes crônicos, além de aplicar a vacina da Pfizer em trabalhadores da saúde de capitais e regiões metropolitanas que lidam diretamente com infectados pelo coronavírus. A estimativa é receber dois milhões de doses da Pfizer no primeiro trimestre.
Públicos prioritários
Após críticas de especialistas que participaram das discussões de elaboração do plano, o Governo voltou a considerar a população carcerária como parte do grupo prioritário para vacinação. O ministério incluiu ainda na população-alvo da campanha quilombolas, comunidades tradicionais ribeirinhas, pessoas com deficiência severa grave e população em situação de rua. Também passaram a ser considerados prioritários na imunização trabalhadores do transporte coletivo e transportadores rodoviários de carga.
Todas essas categorias deverão ser vacinadas na quarta fase da campanha, após os profissionais de saúde, idosos e portadores de doenças crônicas.