Subiu para dez o número de pessoas mortas em um ataque na Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano, na Grande São Paulo. Os dois atiradores, que se mataram após o ataque, foram identificados pela polícia. Um deles é Luiz Henrique de Castro, que faria 26 anos neste sábado (16), e o outro é G.T.M., de 17 anos.
O coronel Salles, da Polícia Militar, disse que, antes de entrar na escola, os dois atiradores dispararam contra o proprietário de um lava rápido que fica em frente à escola. Neste momento, o homem está passando por cirurgia na Santa Casa de Suzano.
O coronel Salles disse que os atiradores entraram na escola na hora do intervalo. Primeiro, eles atiraram em uma coordenadora pedagógica e em uma supervisora. Depois, se dirigiram ao pátio, onde atingiram alunos de ensino médio. Depois seguiram para um centro de línguas.
Na mochila dos atiradores havia três coquetéis molotov, duas bestas (lança-flecha) e um revólver 38. Uma terceira mochila foi encontrada com uma espécie de bomba, de acordo com informações do Major Caruso, subcomandante do 32º Batalhão com sede em Suzano.
A polícia está fazendo uma varredura na escola porque foram encontrados artefatos com aparência similar a de explosivos. “A preocupação neste momento é desmantelar os artefatos explosivos, prestar socorro às vítimas e atender às famílias”, disse o coronel Salles. A área no entorno da escola está isolada por risco de haver explosivos.
‘Achei que fosse bombinha’
“Estava saindo do banheiro quando ouvi um barulho de explosão, mas achei que fossem os meninos brincando de atirar bombinha. Eles sempre fazem isso. Mas ouvi outras dez, quinze explosões e então percebi que eram tiros”, conta Maria Paula Guimarães de Lima, de 16 anos, que estuda e estava na Escola Estadual Raul Brasil.
Segundo a estudante, antes de ir ao banheiro, ela tinha ido à secretaria da escola, onde os atiradores começaram a disparar. “Quando percebi que eram tiros de verdade e ouvi os professores gritando, voltei para o banheiro para me proteger. Havia umas dez pessoas se escondendo comigo, nós ficamos rezando, pedindo para viver”, conta a estudante.
Ela diz acreditar que ficou entre 30 e 40 minutos dentro do banheiro e só saiu do esconderijo minutos após os tiros cessarem. “A gente não sabia o que estava acontecendo. Eu peguei meu celular e liguei pra polícia e só saí de lá quando senti que não havia mais perigo”, conta.
Maria Paula diz que a escola tinha algumas brigas entre alunos, mas “nada sério” e que tenha chegado à direção. “Eu estudo aqui há dois anos, nunca imaginei que isso pudesse acontecer. Eu gosto da minha escola, dos meus amigos, nunca pensei que alguém pudesse querer nos machucar”, contou a jovem, que estava do lado de fora da unidade de ensino, acompanhada da mãe.