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Bolsonaro: “Mas o que a Ford quer? Faltou dizer a verdade: querem subsídios”

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O presidente da República, Jair Bolsonaro, disse nesta terça-feira (12) a apoiadores que a Ford manteve uma fábrica na Bahia até agora pela luta do senador Antônio Carlos Magalhães (o ACM), morto em 2007. A afirmação foi usada para criticar o governado Rui Costa (PT), adversário político do presidente. Para Bolsonaro, Costa não conseguiu se antecipar ao problema e buscar soluções.

“ACM podia ter todos os defeitos do mundo, mas era uma pessoa amada na Bahia”, disse Bolsonaro. “Ele, ACM, lutou e a Ford ficou lá. Agora o governador de lá Rui Costa (PT), que tem senadores com ele, não teve a capacidade de se antecipar ao problema e buscar possíveis soluções”, disse o presidente, ponderando, no entanto, que as soluções poderiam vir na forma de subsídios, o que ele reprova. “Se bem que a solução que queriam buscar, repito, eram bilhões de reais a título de subsídios”, emendou na sequência.

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Depois de mais de 100 anos produzindo no Brasil, a Ford anunciou na segunda-feira o encerramento de sua produção de veículos no país. A decisão afeta as fábricas de Camaçari (BA), Taubaté (SP) e Horizonte (CE), mas a montadora segue com sua operação de vendas e assistência técnica no Ppaís, focando em produtos importados.

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Querem subsídios

Bolsonaro afirmou também nesta terça que a Ford não disse a verdade sobre o fechamento dos parques fabris no Brasil. “Mas o que a Ford quer? Faltou à Ford dizer a verdade: querem subsídios. Vocês querem que continuemos dando R$ 20 bilhões para eles como fizemos nos últimos anos, dinheiro de vocês, impostos de vocês, para fabricar carro aqui?”, perguntou o presidente e ele mesmo respondeu na sequência: “Não. Perdeu para a concorrência, lamento”.

Na segunda, pouco depois da Ford anunciar o fechamento da fábrica dos modelos Ka e EcoSport em Camaçari, o governo da Bahia emitiu comunicado em que diz já trabalhar em busca de “alternativas” para substituir a montadora, já sondando, inclusive, investimentos chineses.

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Segundo o texto, o governador entrou em contato com a Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb) para discutir a criação de um grupo de trabalho onde serão avaliadas as possibilidades. O governo estadual, segue a nota, também entrou em contato com a embaixada chinesa para sondar possíveis investidores com interesse em assumir o negócio na Bahia.

Argumentos “meio fracos”, avalia Mourão

Já o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, avaliou que os argumentos da Ford para deixar de produzir carros no país foram “meio fracos”, reforçando que a empresa poderia ter esperado mais até que o mercado brasileiro se recuperasse.

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Em conversa com jornalistas na manhã desta terça, Mourão reconheceu as dificuldades enfrentadas pela Ford e pelo setor automobilístico, mas avaliou que o mercado brasileiro teria condições de se recuperar. Na segunda-feira, o vice-presidente já havia comentado o assunto e avaliado que o anúncio da empresa não era uma “notícia boa”.

No período da manhã, Mourão repetiu que a Ford ganhou “bastante dinheiro” no Brasil e destacou que ela recebeu incentivos ao longo dos 100 anos de atuação no país. “A gente entende que no mundo inteiro a empresa está passando por problemas. A indústria automobilística está passando por problemas. Está havendo uma mudança”, disse na chegada à Vice-Presidência.

No comunicado divulgado na segunda-feira, a Ford destacou “anos de perdas significativas no Brasil”, intensificadas pela pandemia da Covid-19, como um dos motivos para o fim da produção no Brasil.

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