Os publicitários Gioconda Ferraz e João Mendes viveram dias de ansiedade e medo ao conviver com a iminência do furacão Milton, que tem causado estragos na Flórida, nos Estados Unidos. O estado americano foi atingido entre a noite de quarta-feira (9) e a madrugada de quinta (10). Até esta sexta (11), estavam contabilizados 16 mortos, conforme informações da BBC News.
Gioconda é natural de Juiz de Fora e mora desde 2021 em Orlando, uma das cidades afetadas pelo Milton. Ela e o marido, João, relataram à Tribuna a sensação de ver as prateleiras dos supermercados vazias e lidar com a falta de energia, que se estende há quase de três dias. Os primeiros rumores sobre o furacão começaram na semana passada. “Na última sexta-feira (4), começaram os rumores, ainda com pouca informação. Foi no sábado (5), quando a gente tava saindo de uma festa de Halloween, que vimos a informação que de fato era um furacão direcionado para a Flórida.”
Busca por mantimentos
No mesmo momento, o casal correu até o supermercado para garantir os mantimentos. Conforme explica Gioconda, já é cultural do norte-americano se preparar em momentos de alerta de furacões como o Milton. “Fomos procurar coisas que normalmente se compram antes de um furacão, como água, comidas enlatadas, pães, biscoitos, etc. Quando chegamos no mercado, ainda no sábado, a gente se assustou porque já não tinha água e os enlatados estavam acabando. A gente comprou o que deu.”
No domingo, eles continuaram a preparação. Saíram para procurar água e seguiram as recomendações do Governo norte-americano. Uma delas é colocar sacos de areia na frente da porta, para no caso de uma inundação amenizar a força da água. “Outra coisa que a gente fez foi sacar dinheiro e abastecer os carros.” No posto de gasolina, ela conta que a gasolina comum já tinha acabado por conta da alta procura. Para se preparar em relação a falta de luz, o casal comprou sacos de gelo e colocou em coolers para tentar manter os alimentos gelados por mais tempo. Carregaram as baterias extras dos celulares e ficaram à espera por mais notícias.
A previsão inicial era assustadora. O furacão Milton chegou a ser um ciclone de categoria cinco (a mais grave), atingiu a Flórida como categoria três e depois foi rebaixado para a categoria um. “Esse foi de fato o primeiro furacão que passou exatamente em cima da nossa casa. Foi uma situação bem complicada, a gente procurou se preparar muito para isso, se informar bastante.”
O furacão passou por Orlando na madrugada de quinta-feira (10), já com menor intensidade. Gioconda, que está grávida, conta que a sensação de ouvir a força do ciclone do lado de fora é assustadora. “Quando passou pela nossa casa, ele estava na categoria um. Graças a Deus, não foi um grande desastre”. O que fez com que o casal mantivesse a calma foi a orientação das autoridades. De acordo com Gioconda, na área em que moram não foi necessária evacuação. “Seguimos o que as autoridades falaram. Ficamos em casa. A nossa casa é uma construção nova, de 2022, então é preparada para um furacão, de acordo com os critérios que existem para construções aqui na Flórida.”
Falta de luz
Apesar de ainda estarem sem luz, Gioconda e o marido estão bem. “É muito triste ver como ficou a situação das cidades, principalmente as costeiras. A gente não teve nenhum dano maior, graças a Deus. […] A única coisa que aconteceu foi a falta de luz. Ficamos sem luz na quarta à noite e até agora não restabeleceu. São mais de 30 horas sem luz, o que está sendo nosso maior desafio.” Apesar disso, toda a preparação foi fundamental. Os coolers com gelo garantem o armazenamento dos alimentos, as baterias carregadas também possibilitam que eles ainda mantenham a comunicação, principalmente com a família no Brasil.
Em sua conta no Instagram, Gioconda e João gravaram um diário contando a experiência que viveram com o Milton, inclusive com registros do momento em que o furacão passou pela casa da família. Para acessar, basta entrar no perfil @giejoao_.