Na última semana, foi anunciado que um remédio para depressão pós-parto foi aprovado nos EUA para tratamento dessa condição. No entanto, foi revelado que trazer o Zurzuvae ao Brasil não está nos planos atuais da Biogen, que é uma das farmacêuticas responsáveis por produzir a droga. Nessa fase de desenvolvimento, o foco é a distribuição do produto nos Estados Unidos.
A informação foi enviada à Folha, através de uma nota da empresa responsável pela medicação. Essa é a primeira pílula que recebeu a autorização da agência FDA (Food and Drug Administration), responsável por regulamentar e fiscalizar alimentos e remédios que funcionam para o tratamento da depressão pós-parto. De acordo com os estudos, o medicamento age rápido e consegue começar a amenizar os sintomas em até três dias. Essa velocidade é um diferencial até mesmo entre os antidepressivos em geral, e faz com que a pílula precise ser usada apenas durante duas semanas.
A expectativa é de que o remédio fique disponível nos Estados Unidos após o prazo de uma revisão de 90 dias, que é exigido para todas as drogas que podem afetar o sistema nervoso central. No momento, ainda não há preço estipulado, mas a única outra droga aprovada para depressão pós-parto é a brexanolona, que tem um custo de US$ 34 mil (R$ 167,3 mil). Nesse caso, o medicamento requer infusão intravenosa de 60 horas em um hospital e ainda há risco de perda de consciência, e por esses motivos apenas cerca de mil pacientes utilizaram o medicamento até hoje.
A pílula autorizada neste ano também é chamada de zuranolona, e foi feita pela farmacêutica Sage Therapeutics, de Massachusetts, que trabalha com uma produção em conjunto com a Biogen. Também foi requerido que essa droga fosse utilizada em transtorno depressivo maior, que tem um mercado potencial ainda maior, mas o FDA ainda não trouxe uma decisão sobre esse tipo de uso.