O presidente Jair Bolsonaro justificou a decisão de mudar os integrantes na Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos por sua corrente política, que é “de direita”. “O motivo é que mudou o presidente, agora é Jair Bolsonaro, de direita. Ponto final”, afirmou. Ele trocou inclusive a presidente da comissão, Eugênia Augusta Gonzaga Fávero.
“O motivo é que mudou o presidente, agora é o Jair Bolsonaro, de direita. Ponto final. Quando eles botavam terrorista lá, ninguém falava nada. Agora mudou o presidente. Igual mudou a questão ambiental também”, afirmou Bolsonaro ao sair do Palácio da Alvorada nesta manhã.
As mudanças ocorrem dias após Bolsonaro atacar o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, dizendo que poderia “contar a verdade” sobre como seu pai, Fernando Santa Cruz, desapareceu na ditadura militar. Bolsonaro também rejeitou publicamente a tese de que o pai do presidente da OAB foi morto pelas Forças Armadas. Um atestado de óbito emitido na semana passada pela Comissão de Mortos e Desaparecidos, no entanto, reconhece que Fernando foi morto pelo Estado Brasileiro de forma “não natural, violenta”.
Questionado por jornalistas se as alterações no colegiado tinham a ver com críticas de Eugênia às declarações que fez sobre o desaparecimento e morte de Fernando Santa Cruz, Bolsonaro disse que pode ser coincidência. “Não tem nada a ver uma coisa com a outra. Pode ser (coincidência). As coisas são tratadas dessa maneira”, respondeu o presidente.
O governo nomeou Marco Vinicius Pereira de Carvalho para a presidência da comissão. Ele é filiado ao PSL, partido de Bolsonaro, e assessor especial da ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves.