Ele afirma que entrou para a política quase ao acaso, após se aposentar como engenheiro agrônomo. Secretário municipal em duas gestões nas áreas de planejamento e obras, o prefeito de Ubá, Edson Teixeira Filho, que está no segundo mandato, revela, nesta entrevista, os maiores desafios que já enfrentou no comando de uma das cidades que mais crescem na região.
“Os problemas aparecem todos os dias e tentamos resolver da melhor forma possível. Mas eu acho que a população de Ubá se orgulha da história do município e do desenvolvimento e crescimento em todos os setores”.
Se Ubá fosse uma pessoa, como o senhor a descreveria, considerando seu temperamento, seus talentos e suas possibilidades?
Edson Filho – Ubá é uma cidade com bons empreendedores. Uma cidade com colonizações diversas, de várias origens. Uma cidade com 166 anos de emancipação política. Uma cidade que não é muito nova, mas também não é muito antiga. Tem fundamento no trabalho, na educação muito forte e em desenvolvimento constante. Se desenvolve a cada dia. Busca novos fundamentos para o crescimento em função das pessoas que participam ativamente da sociedade.
Do que os moradores da cidade têm mais motivos para se orgulhar nesses 166 anos?
– Nós temos uma frase interessante. Ubá é a cidade carinho. A cidade recebe muito bem as pessoas. Não só os visitantes, mas também quem vem aqui para trabalhar e fixar residência. Nós criamos aqui na região o maior polo moveleiro de Minas Gerais, o segundo maior do Brasil. E também hoje temos uma área de educação, de saúde muito fortes. Isso é motivo de orgulho. Os problemas aparecem todos os dias e tentamos resolver da melhor forma possível. Mas acho que a população do Ubá se orgulha da história do município e do desenvolvimento e crescimento em todos os setores.
O senhor está quase concluindo seu segundo mandato. Quais foram suas melhores experiências como prefeito?
– Passamos por muitos problemas. Acho que foi a resiliência da administração em função de enchentes constantes em 2020. Vivemos um drama em 70 dias. Três grandes enchentes que mudaram a vida da cidade, com dificuldade para todas as pessoas atingidas e para o município inteiro. A pandemia também mexeu com todos nós. Uma época complexa que atrapalhou bastante a administração como um todo. Mas tenho conseguido fazer muito investimento nas áreas de educação, saúde, infraestrutura, principalmente na questão viária, de redes pluviais, melhorando a drenagem, diminuindo alagamentos em diversos bairros. Também acredito que o maior trabalho que estamos fazendo é a implantação do sistema de tratamento total do esgoto de Ubá, não só da sede, mas também nos distritos. É um investimento muito alto e está em construção. A estação de tratamento já está quase pronta. Temos um trabalho premiado em nível estadual de recuperação dos nossos mananciais, projetos de recuperação de nascentes, recuperação de áreas verdes. Estamos conseguindo avançar muito e, também, agora, com a implantação de usina fotovoltaica. São vários temas: a abertura de novas vias para diminuir o tráfego pesado na cidade, pois temos mais de 300 indústrias de móveis. Estamos construindo diversas escolas, modernas, grandes, bem posicionadas, com acessibilidade. O novo centro administrativo também, para modernizar a administração pública. São várias obras em andamento.
Como acredita que será reconhecido no futuro pela sua passagem na prefeitura de um dos maiores municípios de Minas?
Difícil falar, porque a percepção de população tem dois vieses. O viés de política partidária, e esse é complexo, porque nem todo mundo concorda com o que fazemos. Natural que haja pessoas que pensem de forma contrária. Mas, de um modo geral, acredito que a sensação é de muito trabalho e muita dedicação. Todos os dias estamos presentes nas ações do município, criando e desenvolvendo novas práticas, novas atividades. Também sou presidente do Consórcio Intermunicipal de Saúde da Região Sudeste. Fui eleito em 2020 e reeleito em 2022. Isso também é um reconhecimento da região ao trabalho que a Prefeitura de Ubá executa. Somos um polo regional com 22 municípios. Polo da indústria moveleira, mas também com esse trabalho muito forte do consórcio em 143 municípios. Isso também será uma marca de dedicação, de administração coerente e séria. Trabalhar com recursos financeiros finitos, sem deixar que falte nada à população, dentro do espírito de cumprir todos os compromissos. Muito trabalho, muita dedicação, reconhecimento ao papel dos nossos servidores, da importância que eles têm para o município. É uma expectativa que não é minha, mas das pessoas, e cada uma é capaz de pensar de uma forma, podendo ser diferente ou parecida.
Em um exercício de futurologia como projetaria a cidade nos próximos 20 anos?
Olha, não é muito fácil fazer futurologia no Brasil. Passamos por diversas fases, é um vai e volta constante. Mas imaginar o seguinte: Ubá vai continuar sendo o grande polo de atração de empresas, emprego e renda. Achamos que é possível evoluir muito tanto na educação fundamental e básica quanto na educação técnica e superior. A cidade trabalha no mesmo patamar do ponto de vista da educação e na saúde também. Esperamos que nossos hospitais cumpram cada vez mais o papel de atendimento regional. Ubá, Juiz de Fora, e Belo Horizonte em uma escala maior, são municípios que atraem as regiões vizinhas. Queremos criar também, junto com o governo de Minas e com o governo federal, novas opções para melhorar as rodovias e atrair mais emprego. Entendemos que hoje temos um campo muito forte para buscar novas empresas, opções industriais, comerciais, de prestação de serviço. Eu imagino Ubá se desenvolvendo bastante nos próximos 20 anos, e estamos tentando dar essa estrutura, para que a cidade possa crescer harmonicamente, conservando o meio ambiente. A geração de emprego e renda é o maior desafio para qualquer dirigente em nível municipal, estadual ou federal.