
O Ministério da Saúde (MS) anunciou na manhã desta terça-feira (18), que duas novas alternativas para a prevenção do vírus sincicial respiratório (VSR), uma das principais causas de infecções respiratórias graves em bebês, serão incorporadas ao Sistema Único de Saúde (SUS).
O VSR é responsável por cerca de 80% dos casos de bronquiolite e até 60% das pneumonias em crianças menores de dois anos. O MS deve publicar uma portaria oficializando a incorporação nos próximos dias.
As tecnologias aprovadas são a vacina Abrysvo, da Pfizer, e o anticorpo monoclonal Beyfortus (Nirsevimabe), da Sanofi. “A introdução dessas tecnologias representa um avanço significativo na proteção das nossas crianças, com redução das internações diante do alto número de casos. É um marco da nossa política de imunização e no cuidado de gestantes e bebês”, destacou Nísia Trindade, ministra da saúde, em comunicado à imprensa.
A vacina da Pfizer é aplicada em grávidas com 24 a 36 semanas de gestação. Com a aplicação na mãe, o bebê nasce protegido e permanece com anticorpos contra o vírus até os seis meses de idade. Já o produto da Sanofi é aplicado em recém-nascidos e crianças até 24 meses. No SUS, ele estará disponível para bebês prematuros ou com comorbidades.
De acordo com a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec), a vacina para gestantes pode prevenir aproximadamente 28 mil internações anuais. A estratégia combinada irá proteger cerca de 2 milhões de bebês nos primeiros meses de vida, fase em que eles são mais suscetíveis a complicações.
Na última quinta-feira (13), as duas tecnologias já tinham sido recomendadas pela Conitec para serem incorporadas ao SUS. Ao Estadão, Guillaume Pierart, diretor geral de vacinas da Sanofi, disse que a aprovação seria “um grande passo para a saúde pediátrica no Brasil – o primeiro para a construção de uma verdadeira mudança de paradigma. Tanto dados dos estudos clínicos como resultados de vida real que vemos em países que já o utilizam trazem evidências robustas desse potencial”.
Também ao Estadão, Adriana Ribeiro, ginecologista e diretora médica da Pfizer, citou um grande impacto positivo. “Hoje, 70% dos óbitos (por VSR) ocorrem em bebês saudáveis. Com a vacina, esses bebês já nascem protegidos, evitando hospitalizações e óbitos”.
“O vírus é a principal causa de morte em bebês e é altamente contagioso. Estima-se que ele seja responsável por 66 mil a 199 mil mortes por ano em menores de 5 anos no mundo. Protegendo esses bebês, reduzimos o impacto no sistema de saúde, que sofre com a saturação de UTIs pediátricas durante os picos da doença”, acrescenta.