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Saiba como incluir o pão no cardápio de uma dieta saudável

pão
Estudos mostram que nutrientes presentes no alimento ajudam a reduzir o risco de câncer no intestino (Foto: Felipe Couri)
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Ele convive com a humanidade há, pelo menos, 6 mil anos e, desde então, aparece nas mesas dos quatro cantos do mundo, em diferentes formatos e receitas. No entanto, mesmo com tamanha popularidade, nas últimas décadas, o pão tem sido acusado de desencadear danos à saúde. Na lista de problemas estão a obesidade, as inflamações e até mesmo o câncer.

Cientistas de universidades dos Estados Unidos e do Reino Unido resolveram investigar a possível relação entre o pão e o desenvolvimento de tumores e elaboraram uma revisão de estudos, publicada recentemente no periódico Current Developments in Nutrition. A conclusão diz que o consumo do alimento não apresenta relação com o aumento do risco de câncer.

“Inclusive, o trabalho mostra que pães integrais podem até ter efeito protetor”, afirma a nutricionista do Espaço Einstein Esporte e Reabilitação, do Hospital Israelita Albert Einstein, Giuliana Modenezi. Existem evidências de que as fibras e os outros nutrientes presentes no alimento ajudam a reduzir o risco de câncer no intestino.

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Cuidado com dietas da moda

O pão tem sido banido da rotina alimentar de muita gente sem justificativas científicas, muitas vezes, na onda de dietas “do momento”, sobretudo as low carb, aquelas que propagam a restrição de carboidrato. Contudo, o que prega a nutrição moderna é que, dentro do equilíbrio, esse macronutriente jamais deveria ficar de fora.

O carboidrato é fonte de energia, portanto, indispensável para a realização de atividades cotidianas, de exercícios físicos e ao funcionamento do cérebro. Sua falta pode desencadear desânimo e afetar o humor, até porque ele participa da produção de neurotransmissores — os mensageiros químicos responsáveis pela comunicação entre os neurônios — envolvidos com o bem-estar, caso da serotonina.

Outro motivo por trás da reputação negativa do pão é o glúten. Trata-se de uma proteína presente no trigo e em outros cereais, como a cevada e o centeio, além de seus derivados. O glúten é o responsável pela consistência do pãozinho, dá sustentação à massa e está por trás da crocância da casca e da maciez do miolo.

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Apesar desses predicados culinários, a substância provoca danos aos portadores da doença celíaca, um distúrbio autoimune que acomete 1% da população mundial. Nos celíacos, um dos componentes do glúten, chamado de gliadina, desencadeia uma resposta inflamatória, capaz de danificar os enterócitos, ou seja, as células intestinais. O resultado desse processo é diarreia, má absorção de vitaminas e minerais e o comprometimento do estado nutricional. A exclusão total de alimentos com glúten é a estratégia de tratamento para essa condição específica.

Também há indivíduos com intolerância ou sensibilidade ao glúten — nesse caso, a digestão dessa proteína não ocorre de maneira eficiente, resultando em distensão abdominal, desarranjos e outros desconfortos. Para bater o martelo, tanto para a doença celíaca quanto para a intolerância, é fundamental o diagnóstico médico após a realização de exames.

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No caso de quem não sofre com essas condições, não existem motivos para eliminar o pão e outros alimentos com glúten do dia a dia. Porém, nos últimos tempos, pipocaram as chamadas dietas “antiglúten”, com foco no emagrecimento e sem nenhum respaldo da ciência. Também se observa a mesma escassez de estudos para a acusação de que o glúten teria efeito inflamatório.

Quem não sofre com doença celíaca, intolerância ou sensibilidade ao glúten não precisa excluir o pão da dieta para garantir uma alimentação saudável (Foto: Idec)

Como inserir o pão no cotidiano

Em planos alimentares considerados exemplares, caso da Dieta Mediterrânea, o pão tem seu espaço garantido, mas é consumido dentro de um contexto equilibrado, sem excessos. “Pode aparecer no café da manhã, no lanche intermediário e até mesmo no jantar, como opção de carboidrato”, explica Modenezi.

Confira estratégias para que o alimento faça parte do cardápio de maneira saudável:

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