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Quem tem cardiopatia congênita pode praticar exercício físico?

idoso exercicio pexels
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Um estudo recente do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP) desafia a antiga crença de que indivíduos com malformações no coração, conhecidas como cardiopatias congênitas, devem evitar atividades físicas. A pesquisa indica que, além de seguros, os exercícios supervisionados podem trazer grandes benefícios para esse grupo.

A pesquisa, parte do doutorado da profissional de educação física Daniela Regina Agostinho, acompanhou 42 adultos com cardiopatia congênita, com idade média de 30 anos. Metade desses participantes realizou um programa de exercícios em casa por três meses, enquanto a outra metade manteve sua rotina normal.

Os voluntários que participaram do programa de exercícios faziam quatro sessões semanais de 40 a 45 minutos, com intensidade que aumentava gradualmente de leve para moderada e intensa ao longo dos três meses. Os treinos incluíam exercícios aeróbicos (como polichinelo e corrida estacionária) e de resistência muscular (com peso corporal e elásticos).

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Resultados Promissores

Ao final do estudo, os participantes do grupo de exercícios apresentaram melhorias significativas em diversos aspectos, incluindo:

Segundo Agostinho, os exercícios se mostraram seguros para os participantes. A cardiologista Luciana Janot, do Hospital Israelita Albert Einstein, reforça que, muitas vezes, pessoas com cardiopatias congênitas ficam sedentárias por insegurança, mas o estudo comprova os benefícios dos exercícios orientados e controlados.

A Importância da Avaliação Médica

Apesar dos resultados positivos, os especialistas alertam que a avaliação médica individualizada é fundamental antes de iniciar qualquer programa de exercícios. As cardiopatias congênitas são um grupo diversificado de condições, com diferentes níveis de complexidade.

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Janot explica que algumas condições podem impor maiores limitações e exigir supervisão rigorosa, enquanto outras permitem uma gama mais ampla de atividades. A pesquisadora Daniela Regina Agostinho acrescenta que, mesmo em casos mais graves, a atividade física é possível se o paciente estiver clinicamente estável e sob supervisão adequada, diferenciando-se apenas a intensidade dos treinos. No entanto, para casos de arritmias descontroladas, o esforço pode ser contraindicado.

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