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Juiz de Fora terá unidade de vigilância sentinela para a febre oropouche

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Unidade de vigilância será instalada na UPA de Santa Luzia (Foto: Fernando Priamo/Arquivo TM)
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Juiz de Fora será implantada uma unidade de vigilância sentinela contra a febre oropouche, instalada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Santa Luzia. A vigilância sentinela é uma ferramenta para realizar de forma sistemática e rotineira a detecção da introdução e circulação dos arbovírus de interesse à saúde pública. “Com ela, será possível analisar o cenário epidemiológico, definir ações prioritárias, atuar com a vigilância entomológica, identificar a cadeia de transmissão, eleger áreas prioritárias de intervenção e implementar medidas de enfrentamento adequadas e oportunas e promover o envio regular de amostras à Funed para testagem”, explica a Superintendência Regional de Saúde, por meio de nota.

Minas Gerais teve 147 casos confirmados de febre oropouche até o final de julho deste ano. Os dados da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) apontam maior incidência de diagnósticos no Vale do Aço, com 96 casos em Joanésia e 30 casos em Coronel Fabriciano. Até o momento não há casos confirmados da doença, que tem sintomas parecidos com os da dengue e os da chikungunya, na Zona da Mata mineira. Mesmo assim, em Juiz de Fora, já estão sendo tomadas medidas de combate ao vírus, como a implantação de uma unidade de vigilância sentinela, para aprimorar a detecção de arboviroses na cidade.

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Além dos 96 casos nos dos municípios do Vale do Aço, o Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen-MG), da Fundação Ezequiel Dias (Funed), identificou também 15 casos em Timóteo, três em Ipatinga, um em Gonzaga, um em Congonhas e um caso em Coroaci. Além desses, foram confirmados três casos em Belo Horizonte, mas de pessoas residentes no município de Botuverá, em Santa Catarina. As primeiras quatro amostras detectáveis foram em maio de 2024, e eram de e Ipatinga, Gonzaga e Congonhas.  

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O diagnóstico da febre oropouche é clínico, epidemiológico e laboratorial. No caso de sintomas e de confirmação do diagnóstico de infecção pelo vírus, o Município de moradia do paciente precisa comunicar ao Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). Sendo assim, a Secretaria de Estado de Saúde conduz a devida investigação epidemiológica, através do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde do Estado de Minas Gerais (Cievs-Minas). Essa vigilância laboratorial é muito importante para confirmar a circulação do vírus e tornar possível o controle do cenário epidemiológico.

Brasil já tem 7 mil casos

O Brasil já contabilizou 7.286 casos de febre oropouche em 2024. A maior parte dos infectados reside no Amazonas e em Rondônia, mas a doença já está presente em 21 estados brasileiros. Na última sexta-feira (2), o primeiro caso de transmissão de mãe para filho, durante a gravidez, foi confirmado. Oito casos ainda estão em investigação – em quatro deles, houve morte do feto, e nos outros quatro, foram diagnosticadas anomalias, como microcefalia. 

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O país concentra o maior número de casos nas Américas, com 90% dos casos, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Frente ao cenário, a entidade pediu aos países que notifiquem qualquer evento incomum relacionado à infecção, incluindo possíveis casos de transmissão vertical (de mãe para filho, na gestação) e mortes.

Febre oropouche tem sintomas parecidos com dengue

Doença é transmitida pelo mosquito Culicoides paraensis, conhecido como maruim ou mosquito-pólvora (Foto: Sociedade Brasileira de Medicina Tropical – Divulgação)

A febre oropouche pode ser confundida com a dengue ou chikungunya devido à similaridade dos sintomas, que incluem, mais comumente, dor de cabeça, dor muscular, dor nas articulações, diarreia, náuseas e febre de início súbito. É uma doença transmitida pelo mosquito Culicoides paraensis, conhecido como maruim ou mosquito-pólvora, sendo um arbovírus do gênero Orthobunyavirus, da família Peribunyaviridae. Animais silvestres e aves também podem ser infectados, assim como humanos.

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Sobretudo em pacientes imunocomprometidos, há a possibilidade de a doença evoluir para quadros severos, em que há o comprometimento do sistema nervoso central, ocasionando meningite asséptica e meningoencefalite.

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