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Chegada do verão acende alerta para acidentes com escorpiões na cidade

escorpião
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Cathia Cristina vive no bairro Santa Rita, Zona Leste de Juiz de Fora, há 37 anos e, desde 2019, tem enfrentado sérios problemas com escorpiões em sua casa. Embora nunca tenha sido picada, ela comenta que esse tipo de incidente é comum entre os vizinhos. No ano passado, Cathia adotou algumas medidas para garantir sua segurança, como tampar as frestas das portas e janelas com telas e fitas, guardar os sapatos em sacolas e tampar os ralos das pias, mas o problema ainda acontece esporadicamente.

Escorpiões encontrados na casa de Cathia em 2023 / Foto: Arquivo pessoal

 

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Porta tampada com tela e fitas adesivas / Foto: Arquivo pessoal

De acordo com dados do Ministério da Saúde, o Brasil registrou, em 2023, um total de 202.324 notificações de acidentes envolvendo escorpiões, o que representa um aumento de 20.243 casos em relação a 2022. Esse número marca a primeira vez em que as notificações ultrapassam a marca de 200 mil, refletindo uma crescente de acidentes com esses animais. O número de mortes também subiu, passando de 92 em 2022 para 134 no ano passado.

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Em Juiz de Fora, apesar de haver casos como o de Cathia, a situação segue uma tendência diferente. Segundo a Secretaria de Saúde do município, em 2022, foram atendidos 149 casos, sendo que dois pacientes precisaram do soro antiescorpiônico. No ano seguinte, 2023, foram registrados 139 casos de acidentes com escorpiões, dos quais cinco necessitaram de soro. Já neste ano, até o dia 26 de novembro, foram atendidos 107 casos. Comparando os dados de 2022 com os de 2024, há uma redução de quase 30% no número de casos.

Embora os números mostrem uma redução de acidentes em comparação aos anos anteriores, especialistas reforçam a importância de se manter os cuidados no município, especialmente com a chegada da estação mais quente do ano, que favorece a proliferação da espécie.Os acidentes ocorrem quando esses aracnídeos injetam sua peçonha através do ferrão. As altas temperaturas e umidade elevam a incidência de picadas.

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Espécie mais comum no Brasil é ameaça em centros urbanos

Entre as espécies de escorpiões mais comuns no Brasil, o escorpião-amarelo (T. serrulatus) é o mais preocupante devido ao seu alto potencial de gravidade. Esse aracnídeo se adapta facilmente ao meio urbano, o que o torna uma ameaça em áreas densamente povoadas. As picadas podem causar desde sintomas leves, como dor e inchaço, até quadros graves, como necrose em casos mais raros.

Segundo o Ministério da Saúde, a boa notícia é que a maioria dos casos de picadas é classificada como leve (89%), com 5,99% apresentando gravidade moderada. Contudo, a gravidade dos acidentes aumenta significativamente com o tempo de resposta. Pacientes atendidos dentro de 12 horas após a picada têm uma taxa de letalidade abaixo de 10%, enquanto os atendidos após 24 horas ou mais apresentam um índice alarmante de quase 40%.

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Por fim, é importante que a população esteja atenta e procure ajuda médica rapidamente em caso de picadas. Além disso, ações preventivas, como a capina e limpeza em áreas de risco, podem ser solicitadas ao Gabinete Comunitário da PJF via WhatsApp 32 3690-7241.

*estagiária sob a supervisão da editora Júlia Pessôa

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