A Festa Alemã já nasceu, lá em 1969, com o intuito de mostrar às pessoas da cidade os costumes do Bairro Borboleta que, ainda hoje, mantém a tradição dos imigrantes germânicos que vieram a Juiz de Fora para trabalhar e por ali se instalaram. A verdade é que aquilo que se vê em pouco menos de duas semanas é o cotidiano em essência dos moradores – muitos deles vivem lá desde quando nasceram – que consomem a cultura alemã e, claro, os alimentos mais tradicionais de maneira quase que diária. É normal, por exemplo, que esses costumes se perpetuem de avós para netos. Na casa de Giovana Scoralick foi e ainda é assim.
Giovana é designer gráfica. Mas, na cozinha, encontrou uma forma de seguir a tradição de suas raízes alemãs vindas de seus avós. Ela mostra isso através do Quitutes Scoralick (@quitutesscoralick), seu negócio on-line de produtos caseiros alemães. Sua avó Célia, inclusive uma das fundadoras da Festa Alemã, e seu avô Dirceu sempre foram os que mais cozinharam em casa, e grande parte das receitas eram alemãs. “Minha avó, que sempre adorou ler e escrever, escreveu à mão diversos cadernos com receitas alemãs de presente para mim e para minha irmã.” Com a morte de seu avô, ela começou a se interessar ainda mais pela culinária, como forma de trazer um acalento para a avó, mostrando que, como eles queriam, a tradição estava pregada e não iria se apagar por ali.
Célia ainda hoje ajuda Giovana nos preparativos das comidas alemãs que são vendidas no Quitutes Scoralick. A família guarda, sim, as receitas, mas não as escondem. A ideia é que elas se propaguem cada vez mais para que nunca sumam. O pretzel, pão alemão encontrado tanto doce quanto salgado, é uma dessas receitas carinhosas presentes na mesa dos Scoralick. Giovana explica que sua origem tem algumas versões. “Mas uma das teorias mais aceitas é que tem origem religiosa. Seria feito por monges como forma de recompensa para as crianças que memorizavam com exatidão orações e passagens bíblicas. Os monges teriam moldado pedaços de massa de modo que as tiras representassem braços dobrados em oração.”
O pretzel pode ser frito, mas o de Giovana, que prefere versões mais saudáveis dos alimentos, é assado. Ela ensina a receita que aprendeu com a avó. O pão pode ter a cobertura da preferência do freguês, seja ela doce ou salgada, e é inserida logo após tirá-lo do forno. A sugestão que ela dá é: se for doce, calda de chocolate derretido, geleia de frutas vermelhas, coco, canela com açúcar mascavo; se for salgada, queijo provolone (ou parmesão) ralado, calabresa picadinha, requeijão com ricota. Serve ainda de amostra do que vem por aí na Festa Alemã, que acontece entre os dias 6 e 18 de setembro.
Pretzel
Por Giovana Scoralick
Ingredientes
3 xícaras (chá) de farinha de trigo
1/2 xícara de (chá) de água morna
1/2 xícara (chá) de leite morno
20g de fermento biológico seco
1 pitada de sal
3 colheres (sopa) de açúcar
1 ovo
1/2 xícara (chá) de margarina sem sal
Farinha para trabalhar a massa e enrolá-la
Margarina para untar a forma
Modo de preparo
Peneire a farinha em uma tigela e reserve. No liquidificador, bata a água, o leite, o fermento, o sal, o açúcar, o ovo e a margarina. Faça uma cavidade na farinha e despeje o líquido batido no centro, mexendo devagar com uma colher. Transfira para uma superfície enfarinhada e sove. Se preciso, junte mais farinha até a massa não grudar nas mãos. Cubra a massa e deixe descansar por 45 minutos. Divida a massa em porções iguais e molde os cordões compridos (fazendo uma “minhoquinha”). Depois, molde em formato de coração, trançando-o no meio. Disponha na assadeira untada e leve ao forno, pré-aquecido, por 25 minutos (ou até dourar).