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De bar a restaurante: Aprenda a receita de moqueca do novo Breu

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breu familia
Katty Cuel, Diogo Fontes e Lua Cuel (Foto: Arquivo Pessoal)
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“Seria mais fácil contar essa história inventando uma mentira deslavada, mas a verdade é que o Breu nasceu desavergonhadamente a partir de uma pródiga bebedeira. Tem gente que gosta de afirmar: ‘meu negócio é fruto de um sonho antigo’. Ou: ‘visualizei uma boa oportunidade de ganhar dinheiro’. A gente, não. Somos completamente diferentes. Batemos no peito e enchemos a boca pra falar com orgulho que o Breu só existe porque antes dele – e de nós – havia um bom punhado de garrafas vazias. Naquela fatídica noite, com passos trôpegos, cruzamos os olhos e atestamos um pro outro tomados pela mais sincera convicção: vamos comprar um bar. No dia seguinte, amanhecemos com as cabeças explodindo e a chave de uma loja na Rua Padre Café”. E foi assim que o casal de sócios Katty Cuel e Diogo Fontes deram início ao Breu, que se tornou espaço obrigatório para muitas pessoas da cidade, que aproveitavam suas noites para relaxar e se aproximar dos amigos. No final do último ano, Luiz Octávio Gonçalves Neto também se tornou sócio do bar.

Mas, com a pandemia de coronavírus, o bar precisou passar por algumas mudanças para continuar existindo. Para atender os clientes com os devidos cuidados, segurança e conforto, o espaço se reinventou, e a marca, também. Segundo Katty, o ano de 2020 trouxe consigo a necessidade incontornável de mudança e de transformação. “O Breu, em seu antigo formato, com mesas próximas, longas filas de espera e gente saindo pelas janelas, seria inviável diante dessa nova configuração de mundo. Hoje, estamos mais afastados da cidade, em um espaço amplo, com a maioria das mesas dispostas no jardim, aproveitando o ar livre, as estrelas, o pôr do sol e toda a natureza que nos circunda”, afirma.

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A necessidade de mudança veio também com a chegada de um novo membro para a família Breu, conforme explicou a sócia Katty. “O Breu era o espelho franco daquilo que éramos. Mais do que qualquer coisa, nós amávamos frequentar o nosso bar: subir a escadaria sem letreiro, aproveitar a meia-luz, ouvir as músicas das nossas playlists, dividir as mesas com os amigos. Agora, de certo modo – até porque estamos com uma filhinha recém-nascida -, o Breu espelha uma outra faceta, um outro momento: estamos mais conectados com a natureza, mais tranquilos no nosso refúgio”, conta.

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A receita escolhida para os leitores da Tribuna foi a moqueca de siri catado, banana tostada e castanha de caju. Segundo Katty, a inspiração veio das inúmeras viagens que o casal realizou. Através das novas descobertas, reuniram vários temperos, cheiros e sabores únicos em um mesmo prato. “Nossos pratos tentam conjugar um pouquinho de todos esses lugares e experiências. E Juiz de Fora é a cidade perfeita para colocar esse conceito em prática, já que estamos entre o mar, do Rio de Janeiro, e a roça mineira; ao lado de Ibitipoca, com queijos, cachaça, palmito, morangos, cordeiros; próximos aos cafezais do Espírito Santo e da fantástica Serra da Mantiqueira. A receita dessa moqueca é resultado dessa conjunção de sabores e experiências. A reunião de Bahia, Tailândia, Minas Gerais e muitas outras paragens de estrada”, finaliza.

O espaço, em meio à natureza, oferece o crepitar da lareira, flores nas mesas e jazz ao pé do ouvido. O novo Breu fica na rua Pedro Gouveia Horta 451 – Chácaras Paço Del Rey, no Bairro Novo Horizonte (entrada no KM 793 da BR-040 sentido Belo Horizonte/Rio). O restaurante aceita entrada apenas mediante reserva, para não correr o risco de nenhuma aglomeração. Para mais informações, basta acessar o perfil no Instagram: @breujf.

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A moqueca de siri catado, banana tostada e castanha de caju foi o prato escolhido para marcar o novo Breu (Foto: Katty Cuel)

Moqueca de siri catado, banana tostada e castanha de caju

Por Diogo Fontes

Ingredientes:

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500g de siri catado
1 banana-da-terra + meia banana-da-terra cortada ao comprido
1 pimentão vermelho
1 pimentão amarelo
1 abobrinha italiana
2 cebolas
20g de gengibre
12 tomates-cereja
100g de castanha de caju na brasa
50 ml de suco de limão
500 ml de leite de coco
1 pimenta dedo de moça (com ou sem sementes)
1 colher (sobremesa) de dendê
Sal
3 colheres (sopa) de açúcar
1 colher (sopa) de cúrcuma
Punhado de manjericão

Modo de Fazer:

Corte a cebola ao meio, depois em meias-luas finas e refogue-as em um fio de óleo de girassol. Acrescente a colher de dendê, o gengibre bem picado e metade da pimenta. Deixe o cheiro se espalhar vagarosamente pela casa. Acrescente os pimentões partidos em fatias e deixe que fiquem na panela por 3 minutos, sem permitir que eles murchem muito e percam textura. Incorpore a carne do siri, tempere com sal e deixe passar mais 5 minutos – que podem ser desfrutados com alguns goles de caipirinha e um beijo nas pessoas amadas. Coloque as abobrinhas cortadas em tirinhas e, depois de 1 minuto, a banana também fatiada em tiras.

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Despeje o suco de limão, a cúrcuma, as colheres de açúcar, o resto da pimenta e o leite de coco. Misture tudo por 2 minutos e acrescente os tomates cortados pela metade. Prove e, se necessário, corrija o sal ou incorpore mais açúcar. A moqueca deve ser ácida e, ao mesmo tempo, adocicada – esse equilíbrio é fundamental. Em uma frigideira à parte, toste, sem medo do fogo, a fatia de banana-da-terra restante. Não se preocupe: o sabor do queimado é um componente importante para a receita.

Finalize a moqueca com as castanhas de caju e folhas de manjericão fresco – que surpreendentemente combinam muito bem. No Breu, a gente serve com uma mistura de arroz negro, vermelho e branco e farofa de farinha panko e dendê. Além disso, acompanha um molho de maracujá, melado de cana e um tiquinho de pimenta. Pra finalizar, uma boa golada de caipirinha pra deixar as pernas mais leves e a vida menos controlada.

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