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De Maripá para o mundo, realmente

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Adriana Machado é chef de cozinha. Ela já passou por vários lugares, trabalhou mundo afora. Isso porque, aos 40 anos, ela simplesmente acordou um dia, olhou-se no espelho e achou que estava desinteressante e, ao mesmo tempo, teve vontade de ser cozinheira. “Mas não qualquer cozinheira. Se for para ser, que seja uma cozinheira boa”, lembra de seu desejo no dia e conta que, desde nova, demonstrava interesse pela cozinha. Ela juntou isso com sua vontade de ir à Europa e ficar por dois anos. Em 15 dias, tudo estava certo para a ida. Mas os dois anos viraram 12, “do tipo: ok, sei tudo sobre comida italiana, já suguei o chef, agora quero trabalhar com comida portuguesa, e por aí vai”.

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Mesmo visitando várias cidades, estando próxima a chefs dignos de admiração, conhecendo novas possibilidades, seu assunto mais recorrente – em qualquer lugar do mundo – é Maripá, sua cidade natal. Tanto que, depois de um restaurante que apresentava a comida verdadeiramente mineira – para além da feijoada – aos portugueses, o seu próximo, já no Brasil, foi na cidadezinha com pouco menos de 6 mil habitantes. Não à toa, a receita de hoje remete a esse seu passado que não foi corrompido, em hipótese alguma, pela globalização. Ela ensina a fazer a sua chamada Cinco Delícias.

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Minas Gerais e, principalmente, a Zona da Mata são quase como uma perseguição, mas no bom sentido. Em Lisboa, por exemplo, o primeiro trabalho de Adriana foi em um restaurante com o nome “Uai”. Para sua surpresa, a dona era de Viçosa, e o cozinheiro anterior, um juiz-forano. Tudo em casa. Mas ir à Europa para fazer o que se faz em casa era pouco. Já em um outro restaurante, uma vista marcou: ela preparou um peixe para Gordon Brown, na época primeiro ministro da Inglaterra. No dia, ela conta que ainda falou: “Ah! Se ele soubesse de onde eu vim, lá de Maripá”, ri.

A história da receita da Cinco Delícias, inclusive, começa lá. Adriana lembra que, antigamente, mais que hoje, existia uma hierarquia nas famílias: começando pelo pai, a melhor parte da comida era distribuída de acordo com essa ordem familiar de poder. Se tivesse alguma visita, então, a caçula praticamente não comia. Um dia, ela brigou por causa disso. Sua mãe entendeu a reclamação e achou uma solução: desfiar o frango, ao invés de servir em pedaços pequenos para não mais ter brigas, e buscar por receitas que fizessem ele render. De acordo com ela, na época não era tão comum os cadernos de receitas e, por isso, não consegue imaginar de onde surgiu essa – quase – torta, com base de banana e coberta por batata palha. Até que, já em outros ares, ela comeu coisas parecidas. A origem ainda é desconhecida, mas não deixa de ser uma receita de família.

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Cinco Delícias

Ingredientes
6 bananas para fritar
500g de frango desfiado
½ lata de ervilha
½ vidro de palmito
200g de batata palha
150g de mussarela
200ml de creme de leite
2 ovos

Modo de preparo
Corte a banana em 3 fatias e frite-as. Deixe escorrer sobre um papel absorvente. Forre o fundo de um refratário com as bananas e sobreponha em camadas: metade da batata palha, o frango desfiado refogado com palmito e ervilhas, e a mussarela. Cubra com o creme de leite batido com os ovos e leve ao forno médio pré-aquecido por cerca de 20 minutos. Retire do forno, coloque o restante da batata palha e sirva em seguida.

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