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Cozinha lenta: feijoada direto da panela

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Arthur Carvalho acredita em Deus, e, consequentemente, em milagres. Um dos fatores que o fizeram, hoje em dia, ser chef de cozinha é a igreja. Nos chamados retiros de carnaval, desde novo, ele ajudava na cozinha. Lá já “chefiava”, mesmo sem saber que era isso que estava fazendo, elaborando desde o cardápio às preparações. Antes disso, na escola, ele vendia brigadeiro no recreio e, depois de uma passada de perna do dono da cantina, viveu sua primeira desilusão econômica. Ele estuda o caso até hoje porque, primeiro, fez administração, para depois entrar de vez na gastronomia. As referências na área, mesmo depois de profissionalizado, não mudam: o pai, a mãe e a avó.

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“O que aconteceu foi um chamado. Uma confiança que Deus colocou para mim. Eu tinha muita vontade de criar algo, mas eu tinha um medo.” Saindo da faculdade, onde também vendia sanduíche natural e pizza assada na hora (ele levava consigo um pequeno forno elétrico para isso), ele, por acaso, viu uma fila se formando no Colégio Santa Catarina para conseguir autógrafos do padre Marcelo Rossi. Nesse dia, tinha sobrado algumas coisas e ele decidiu vender por lá. Animado, passou a madrugada na produção e, no dia seguinte, fez suas primeiras marmitas para vender.

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Depois disso, teve coragem de criar o Emporium do Chef (@emporiumdochefjf), restaurante em que o desejo é fazer comida de casa, que é o que ele gosta. E ele quase moveu o mundo para conseguir abrir o estabelecimento onde ainda é hoje, também próximo do colégio e perto de onde mora há quase 20 anos. Arthur, em um vídeo, mostrou como funciona a produção: ele chega mais cedo, faz a comida e deixa tudo na panela. Quando chega o cliente, ele e um funcionário montam o prato. Mas tem outra paixão, que é viajar. Quando vai às cidades mundo afora, o que chama atenção são os estabelecimentos menores, com gestão familiar, em que o tempero sobressai a qualquer coisa. Mas, claro, sem perder o olho na alta gastronomia.

“Eu já fiz muita coisa, mas o que eu amo é o que eu faço, essa comida lenta. Meu estilo é comida de roça, saborosa, de verdade. Eu gosto de alho, de manjericão, de cebolinha, couve, carne de porco, banha, feijoada.” Por esse motivo, o que mais mostra como é sua cozinha é a própria feijoada que ele ensina hoje. Para esse clássico brasileiro, Arthur ainda dá uma dica, que é cozinhar as carnes junto com o feijão, porque, de acordo com ele, assim o grão também fica suculento. Para servir, vai bem com arroz, couve e farofa.

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Feijoada

Por Artur Carvalho

Ingredientes

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1kg de feijão vermelho
250g de linguiça calabresa
100g de paio
250g de lombo
500g de torresmo
250g de bacon
1 cebola
4 folhas de louro
10 dentes de alho
100ml de cachaça
200ml de suco de laranja
Pimenta e sal a gosto

Modo de preparo

Lave o feijão e deixe reservado. Deixe a costelinha e o lombo marinando no suco de laranja. Em uma panela de pressão, coloque uma cebola picada e a metade do alho. Doure tudo. Acrescente o bacon, o toucinho, o paio e a calabresa. Doure também. Quando estiver cozido, escorra a panela de pressão para tirar a gordura, mas sem lavar, deixando a borra no fundo da panela. Coloque a carne para cozinhar com o feijão e cubra com água. Coloque um pouco de sal na água. Tampe e coloque para cozinhar por meia hora, chiando por 10 minutos. Em uma frigideira, doure o lombo e a costelinha. Coloque um pouco de cachaça para flambar. Misture essas carnes na panela de pressão e coloque o louro. Coloque a outra metade do alho e a cebola já dourados na panela, além da pimenta e do sal a gosto. Deixe cozinhando por mais 10 minutos.

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