Selma Veloso já havia dito, em edições anteriores do Receita de Família, que em sua casa todo mundo gosta de cozinhar. Ela aprendeu o básico com a mãe. Foi recriando os pratos em casa para seus dois filhos. Até que um deles, o mais velho, Arthur, foi cursar jornalismo e ela decidiu fazer pão de mel para ele vender na faculdade. Isso acabou se tornando uma renda para a família. Tempos depois, Arthur quis trocar de curso e fazer gastronomia. Selma, então, decidiu vender bolos de pote para ajudar nas despesas.
Pois bem. Arthur se formou. E se formou muito influenciado por sua mãe. Ele que, hoje, conta essa história. Ele conta, inclusive, que seu contato com pratos diferentes foi mesmo a partir de sua mãe, que assistia aos programas culinários e reproduzia em casa os mais interessantes, de maneira que aguçou o interesse de Arthur na cozinha. Tanto que, desde novo, ele gostava de estar ao lado dela e de seu pai quando cozinhavam para ajudar no que podia: descascar alimentos, cortar alguma coisa, mexer uma panela.
Isso refletiu até quando ele entrou no movimento dos escoteiros. “Eu sempre fui o cozinheiro da minha patrulha. Sempre cozinhei para os meus colegas quando a gente estava acampando. Sempre gostei de poder ter esse cuidado com as pessoas, de servir o prato de comida e poder ver o sorriso no rosto das pessoas que vão comer”, conta.
Cursando gastronomia, Arthur passou por diversos estabelecimentos na cidade, onde teve a oportunidade de se aprofundar na variedade da gastronomia. Ainda na faculdade, decidiu se candidatar a uma vaga de estágio na TV Diversa. Ele passou. “Sem saber do que se tratava”, admite. “Só sabia que precisava de um estagiário para TV. E aquilo me animou. Falei: ‘Opa, televisão e gastronomia é comigo’.” Lá, ele teve a oportunidade de trabalhar com a chef Raquel Novaes no programa Juntos na Cozinha. Quando acabou, ele foi chamado para ter o seu próprio: o Bora Rangar, um quadro que, além de fazer parte da programação da TV, ganha o Instagram da Tribuna semanalmente.
Arthur conseguiu juntar seus interesses: comunicação e gastronomia. Ele encontra no Bora Rangar a oportunidade de ajudar as pessoas a cozinharem e a compartilhar um ensinamento – coisa que sua avó fez com sua mãe, que fez com ele e assim por diante. Para esta coluna, em clima de fim de ano, ele sugere o Charlote de morango: uma sobremesa clássica que leva vinho, a cara do fim de ano, bem refrescante. Perfeito para o almoço deste domingo, com a bebida que sobrou na virada de ano. Mas, se tiver criança em casa e não quiser que a sobremesa seja alcoólica, tem jeito também, e Arthur dá a dica no passo a passo.
Charlote de morango
Por Arthur Veloso
Ingredientes
500ml de água
125g de açúcar
500ml de vinho moscatel (de preferência rosê)
1 pacote de biscoito champagne
2 bandejas de morango
12g de gelatina incolor em pó
2 ovos
200g de creme de leite fresco
80g de chocolate em barra
Modo de preparo
Se quiser que o prato não seja alcoólico, leve a uma panela água, 20g de açúcar e o vinho moscatel e deixe ferver. Se quiser que seja alcoólico, bata esses ingredientes no liquidificador até dissolver o açúcar. Forre uma forma de bolo inglês com plástico filme. Dentro, faça uma cama com biscoito champagne embebido na mistura de água, açúcar e vinho, incluindo as laterais da forma. Em outra panela, ferva o morango até começar a desmanchar e triture até formar um purê de morangos. Misture 80g de açúcar com as gemas de ovo e bata na batedeira até dissolver o açúcar. Em seguida, coloque o purê de morango e dissolva. Dissolva a gelatina incolor em um pouco de água e leve ao microondas por 30 segundos. Coloque o purê e misture.
Faça um chantilly com o resto de açúcar batido com creme de leite fresco até que ele fique bem montado. Quando estiver espesso, coloque o creme da gelatina, fazendo movimentos circulares de baixo para cima. Coloque essa mistura na forma com o biscoito de champagne. Deixe gelar de um dia para o outro e, então, desenforme. Para finalizar, utilize os morangos em natura e as raspas do chocolate em barra.