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Senac implementa Inteligências Artificiais na grade de cursos gratuitos

Luiz Paulo Smargiassi, diretor do Senac em Juiz de Fora, em entrevista para a Rádio Transamérica (Foto: Tribuna de Minas)
Luiz Paulo Smargiassi, diretor do Senac em Juiz de Fora, em entrevista para a Rádio Transamérica (Foto: Tribuna de Minas)
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Integrado ao Sistema Fecomércio-MG, o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), desde 1946, é referência em educação profissional na área de comércio de bens, serviços e turismo. São oferecidos, nas modalidades presencial e à distância, cursos livres e técnicos, além de graduação, MBA e o programa de aprendizagem comercial.

Para seguir colocando profissionais de referência no mercado há mais de 78 anos, é preciso implementar na grade os avanços tecnológicos e ensinar, também, a adaptação. É por essa razão que, agora, os alunos não só têm acesso aos recursos de inteligências artificiais, como também aprendem como e onde aplicá-los no mercado de trabalho.

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“É uma revolução tecnológica, assim como outras lá atrás, como a Revolução Industrial. É algo que a gente não vai voltar atrás mais”, garante o diretor do Senac em Juiz de Fora, Luiz Paulo Smargiassi, em entrevista à Rádio Transamérica, nesta segunda-feira (29). Ele explica que o investimento em questões tecnológicas dentro dos ambientes pedagógicos é grande, simulando ambientes de trabalho dentro da unidade, similares ao que acontecerá no mercado. Isso é chamado de “situações de aprendizagem”.

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Para o diretor, a Inteligência Artificial (IA) está presente no cotidiano das pessoas, com algoritmos e palavras-chave direcionando os conteúdos exibidos nos celulares, por exemplo. Logo, não só o técnico em informática, mas o cabeleireiro e a manicure também podem utilizar a IA no mercado de trabalho. 

Metodologia inovadora

Por isso, outro conceito próprio do serviço é o “Modelo Pedagógico Senac”: “Hoje, a gente tem uma inundação de informação. O que a gente tem facilidade hoje, na palma da mão, de buscar a informação (…) é diferente de você ter conhecimento. O conhecimento você precisa entender e refletir. Você tem que ir numa metodologia já posta, como nós temos, que é pautado em competência. O Senac não trabalha com nota de 0 a 10 há mais de uma década. Temos nossas ferramentas para aferir se realmente o profissional, o aluno, teve a competência de fazer. É o saber fazer”, explica Smargiassi.

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Ele também faz um paralelo sobre as profissões que já desapareceram com a chegada de outros mecanismos mais evoluídos, e a incerteza que existe na atualidade: “Pensando que daqui a pouco você vai ter um veículo autônomo, é muito diferente você treinar um motorista para virar um programador de software, são realidades completamente distintas. Mas, hoje, essa questão do que já sumiu e do que a gente pode se adaptar é muito rápida, só que tentamos imaginar um futuro que a gente nem sabe se vai ser concreto, esse é um grande erro. Precisamos viver um pouquinho do presente, tentar melhorar aquilo que temos hoje, porque o amanhã é incerto”.

‘A IA não é um bicho de 7 cabeças’

Essa incerteza pode levar algumas pessoas a pensarem quais empregos estão ameaçados pela IA, mas Smargiassi tranquiliza: “Ela não vai roubar emprego de todo mundo e, nesse momento presente, muito menos – com exceção daqueles empregos mais automatizados, que seguem um padrão”.

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Com a evolução rápida e constante do mecanismo, nem todos conseguem dominá-lo completamente, o que gera um grande desafio enfrentado pelo Senac na oferta deste tipo de ensino: a evasão. 

“Quando as pessoas têm esse contato, muitas desistem, porque acham difícil, não faz parte da realidade. Sabemos que, infelizmente, têm uns gargalos na educação regular de anos, então as pessoas não foram preparadas”, observa o gestor, que lamenta a resistência a mudanças, mas também aponta a saída encontrada: “Tentamos trabalhar isso mostrando que a inteligência artificial pode ser utilizada tanto na questão profissional quanto na questão pessoal. O Senac tem muito essa preocupação de, além de formar o profissional, formar o cidadão também”.

“Ela é muito intuitiva, então é muito fácil de ser utilizada. Ela mesma te dá os caminhos, porque um humano – que sabe o que ele gostaria – programou para que ela fosse assim. A gente tem que pensar nisso”, conclui.

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Público é ‘maciçamente’ de JF

O Senac instrui, por ano, de 7 a 8 mil alunos de toda a região, em mais de 200 cursos, sendo 95% deles gratuitos, de acordo com o administrador. As oportunidades são em diversas áreas, como Saúde, Segurança do Trabalho, Tecnologia da Informação, Aprendizagem Comercial, Comércio e Gestão.

Também existe o Senac+, que é um programa voltado para empresas do comércio de bens, serviços e turismo – as mantenedoras da instituição. É feito um credenciamento, e a empresa pode indicar os próprios funcionários para serem qualificados de maneira totalmente gratuita, ou pessoas do mercado de trabalho, que potencialmente podem ser recrutados no futuro.

Mais detalhes sobre a programação ao longo de todo ano estão disponíveis no site. A unidade de Juiz de Fora fica na Avenida Barão do Rio Branco 3.330, e funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 22h.

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