Até agora, o governo de Minas investiu aproximadamente R$ 15 milhões nas ações de enfrentamento da febre amarela, em todo o estado. Segundo a Diretora de Vigilância Ambiental da Secretaria de Estado da Saúde, Marcela Lencine Ferraz, os recursos foram aplicados na execução das ações de vigilância de epizootias (macacos mortos), entomologia e imunização, além dos reforços na atenção básica para que as equipes de Saúde da Família pudessem colaborar nas iniciativas.
Deste total, R$ 4 milhões foram destinados diretamente ao atendimento dos pacientes com febre amarela. Conforme o último boletim epidemiológico divulgado em 17 de abril, foram confirmados 467 casos da doençano estado, dos quais 155 evoluíram para óbito. Outros 499 continuam sob investigação.
Proximidade como fator chave
Para o sucesso das iniciativas, Marcela Ferraz afirma que foi fundamental a atuação integrada entre estado e municípios. “Houve uma colaboração importante para a investigação dos casos humanos, nas epizootias ena realização de ações técnicas para a identificação dos vetores”, observa.
Segundo ela, o estado também prestou assessoria financeira e técnica para que os municípios realizassem as ações e organizassem o atendimento aos doentes. “Estabelecemos uma rede de referências para a assistência aos casos humanos identificando hospitais com capacidade técnica e operacional para receber os casos. A febre amarela é uma doença grave que exige atendimento especializado”, pontua Marcela Ferraz.
Houve também intensificação da agenda de reuniões, capacitações e apoio para ampliar a cobertura vacinal. Ao decretar situação de emergência em 94 cidades, em janeiro deste ano, o estado buscou facilitar a implementação das ações autorizando a dispensa de licitação para a aquisição pública de insumos e materiais e a contratação de serviços estritamente necessários ao atendimento da situação emergencial.
“O principal de tudo é que a gente continue falando sobre febre amarela. Há a necessidade de que tenhamos ações contínuas, principalmente no que se refere à ampliação da cobertura vacinal, independentemente do período ou da área ter sido ou não atingida. É importante organizar os serviços de saúde,inclusive nos municípios, para uma rápida resposta às situações de emergência”, destaca Marcela Ferraz.
Manter a cobertura vacinal alta
Outro objetivo perseguido pela SES é manter a alta cobertura vacinal. “Queremos vacinar todas as pessoas que não têm contraindicação. A vacina faz parte do calendário do SUS, sendo recomendada a partir dos 9 meses de idade. Não temos nenhum problema de abastecimento. Ela está disponível nos postos, em quantidade suficiente para a população, em sua dose plena”, reforça a diretora ao afirmar que 1,1 milhão de pessoas no estado ainda não foram imunizadas.
Presença do vírus no inverno
O alerta para a vacinação vale também no período do outono/inverno. “Nos últimos dois anos, verificamos a circulação do vírus apesar das temperaturas mais baixas. Esse comportamento tende a se repetir em 2018. Condições ambientais podem levar ao surgimento da doença mesmo em municípios que não tenham tido registro da circulação do vírus ou casos de epizootias, no verão. Não há porque a pessoa se expor ao risco. É melhor se prevenir com a vacina”, completa Marcela Ferraz.