A pandemia pode produzir efeitos na saúde mental em todas as idades. Para os adolescentes, entretanto, que são em sua maioria estudantes, o impacto das restrições e privações do período de isolamento social tende a ser ainda maior em relação a outros grupos. Há razões hormonais e psíquicas para a maneira como essa experiência afeta os jovens. Por isso é tão importante protegê-los.
O fechamento das escolas, o confinamento com a família e a impossibilidade de encontrar colegas há oito meses são apontados por profissionais como as principais fontes do impacto na saúde mental neste momento. “Ter que se adaptar a uma nova modalidade de ensino com os professores do outro lado, com amigos distantes, não é tão simples. É importante buscar uma rotina de estudos, observar a qualidade afetiva dos relacionamentos familiares, ser resiliente, controlar o estresse, exercitar o otimismo, reviver boas lembranças e enfrentar os problemas de modo consciente”, orienta a psicóloga Marli de Carvalho Ferreira.
Especializada em Terapia Cognitiva Comportamental com ênfase em depressão e ansiedade, problemas comuns neste período, ela ressalta que as escolas foram surpreendidas e precisaram se adaptar à modalidade remota. Há de se levar em consideração ainda as desigualdades de acesso às tecnologias. “Esse cenário nos revela que qualquer saber só faz sentido se estiver baseado em princípios como direitos humanos, empatia, altruísmo, generosidade e ligado às circunstâncias reais das pessoas e seus contextos”, destaca Marli, que integra o quadro de psicólogos indicados pela Rede de Ensino Conexão, caso haja necessidade de acompanhamento na área.
Investimento que integra e acolhe
A Rede de Ensino Conexão investiu também em tecnologia para que os alunos se sintam acolhidos e tenham acesso ao ensino de forma igualitária. Por isso, a partir do 6º ano do Fundamental, eles terão direito ao empréstimo do Chromebook, um computador com recursos avançados. Dessa forma, a instituição integra todos e minimiza perdas inerentes ao período, buscando no ensino híbrido a mescla ideal para que os alunos se sintam protagonistas. Por outro lado, os professores podem aprimorar técnicas dentro de seus espaços e envolver a classe de forma lúdica, por meio das salas temáticas.
Assim como a pandemia representa um hiato no desenvolvimento cognitivo e no aprendizado de crianças e adolescentes, também “atrasa” experiências importantes para a formação, sejam elas emocional, sexual ou social. O papel da escola neste momento, além de essencial, é extremamente desafiador, “por exigir trabalho que busque a motivação para adquirir conteúdos diversos, uma vez que os estudantes não haviam experimentado o ensino a distância”, ressalta a também psicóloga disponibilizada pela Rede de Ensino Conexão, Maria Adélia Bicalho.
Ela ressalta o papel fundamental da instituição escolar neste período de mudanças que têm afetado o humor, o sono, a alimentação e têm alterado, inevitavelmente, as rotinas, não existindo, portanto, soluções pré-determinadas para isso. “A relação afetiva e ética entre professores e alunos deve ser mais conectada do que nunca. O afeto deve ser para além da perspectiva emocional. Ele se traduz em tirar os alunos de um lugar confortável, possibilitando-os a conhecer outros modos de vida”, frisa Maria Adélia.
O que é ‘fundamental’ e o que é ‘urgente’
A nova realidade, que não tem prazo para terminar, testa as emoções, a saúde mental, a empatia e a resiliência de todos. “Como cada ser é um universo independente e particular, penso que a principal atitude para prevenir e amenizar dificuldades é o diálogo com os responsáveis por eles.
A conversa pode estabelecer rotinas e limites, trazendo mais equilíbrio neste momento inusitado. É importante que se converse sobre o que é ‘fundamental’ e o que é ‘urgente'”, pondera Marli. Por outro lado, Maria Adélia inclui os professores, parte também essencial no contexto de ensino-aprendizagem. “Eles devem estar atentos a si e aos seus sentimentos em relação à pandemia, a seu planejamento e a suas expectativas, pois só assim conseguirão ampliar o seu olhar para o aluno”, pondera a psicóloga clínica que trabalha com Psicodrama e desenvolveu uma tese sobre “Hierarquia de Valores e Planejamento”, para que as rotinas possam ser otimizadas.
Saúde mental: Entrosamento entre família e escola
O ensino não se restringe apenas à escola. Todos os ambientes em que as relações humanas acontecem são, por definição, também ambientes em que o aprendizado se dá. A educação formal, portanto, fica completa quando família e escola caminham juntas. Em tempos de pandemia, é imprescindível que ambas sejam um elo na promoção do saber. “É o que temos de mais precioso na vida: as relações afetivas”, aponta Marli.
Ainda dentro deste contexto, Maria Adélia defende que “os estudantes devem ser cuidadosamente observados por seus responsáveis, principalmente durante o período de isolamento social, pois podem acomodar-se, desenvolvendo uma apatia, o que não é saudável para eles. Caso ocorra, pode haver queda no interesse e na produtividade do aluno, além de procrastinação das atividades escolares. Atividades extracurriculares e tarefas domésticas são muito apropriadas não só neste momento. Elas contribuem para o aumento da concentração se realizadas com seriedade e ao mesmo tempo como lazer, por ampliar o foco de interesse dos alunos”, finaliza.
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Dicas
- Desenvolva o autocuidado
- Ajude com o que sabe fazer: Use suas habilidades para ajudar outras pessoas
- Assista a filmes e séries
- Medite: Mesmo que seja 10 minutos de meditação pela manhã e à tarde
- Elogie: Faça potes de elogios. Uma vez por dia cada pessoa da família escreve um elogio para os outros
- Exercite a gratidão: Escreva cartas de gratidão. Pelo o que você é grato em sua vida?
- Elabore um quadro de rotina e identifique emoções: Coloque atividades com as pessoas da família, de cuidado, organização e diversão
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