Por Cliciane Salin
Coordenadora de Pós-graduação do Senac
No domingo passado, 14 de abril, conversamos sobre várias vantagens de se fazer MBA aqui no Senac Juiz de Fora, como: networking, flexibilidade de ensino, reconhecimento no mercado, credibilidade do corpo docente e metodologia diferenciada.
Hoje, como educadora e coordenadora da pós-graduação de Juiz de Fora e Zona da Mata, trago um assunto muito pertinente tanto para profissionais da área de RH que farão nosso MBA quanto para os gestores e empresários que se preocupam com todos os colaboradores de sua organização.
Na literatura acadêmica brasileira sobre Empreendedorismo, Responsabilidade Social e Negócios de Impacto, existe um trabalho com o título “Como Mudar o Mundo – Empreendedorismo Social e o Poder de Novas Ideias”, de David Bornstein, que sugiro a leitura.
Em seu estudo, cujo tema era o papel dos empreendedores do chamado terceiro setor nas mudanças sociais e econômicas, determinantes para o desenvolvimento, foi realizada uma pesquisa qualitativa para a identificação da importância e benefícios das ações sociais e desenvolvimento dessas atividades.
A pesquisa procurou responder como o empreendedorismo e a responsabilidade social agregam valor nos negócios de impacto social.
Cada vez mais esses conceitos vêm sendo utilizados como estratégias organizacionais, e são ações que nos negócios de impacto possibilitam minimizar e preencher deficiências identificadas na sociedade, gerando rentabilidade para o negócio.
O empreendedorismo é um fenômeno que vem crescendo e se popularizando durantes os anos, revelando sua extrema importância de impacto no desenvolvimento econômico e social de uma região. ”Empreendedorismo é o envolvimento de pessoas e processos que, em conjunto, levam à transformação de ideias em oportunidades” (Dornelas 2005, p.39). Um exemplo da importância desse processo é o crescimento das oportunidades encontradas no mercado e sociedade para o desenvolvimento de pessoas e comportamentos que representem essas ações no dia a dia.
O empreendedorismo social “é uma vertente do empreendedorismo, só que alicerçado no propósito de atuação de missão social” (DEES, 2002, p. 3), ou seja, o que difere entre o empreendedorismo e o empreendedorismo social é a forma como ele é empregado, a demanda do social visa corresponder às demandas emergenciais da sociedade.
Já a responsabilidade social passa a existir a partir de um comprometimento da empresa com a sociedade, na qual a sua operacionalização vai além das suas funções básicas como gerar impostos, lucros e empregos. “O papel social das organizações está relacionado a sua atuação ética com o desenvolvimento ecológico, econômico e social” (Barbosa e Rabaça, 2001, p.640).
O ganhador do Prêmio Nobel em 2006, Muhamaad Yunus, foi o pioneiro em estimular a prática do empreendedorismo voltado para o impacto social.
Por meio do Grameen Bank, seu projeto de maior sucesso que teve início em 1976, ele proporcionou, com uma pequena quantidade de dinheiro inicial, o acesso ao microcrédito para 42 mulheres de Bangladesh, na Índia, que viviam à margem da pobreza, o que possibilitou utilizarem o empréstimo para quitar dívidas e dar início ao seu próprio negócio.
No MBA em Gestão Estratégica de Pessoas do Senac, vamos discutir e propor a utilização de práticas empreendedoras como ações inovadoras na gestão e condução dos negócios. Melo Neto e Brennand (2014, p.13) defendem que “a responsabilidade social como objeto de transformação social colabora diretamente na ampliação do resultado do negócio”.
Então vamos juntos desenvolver projetos conscientes para influenciar cada vez mais as organizações a utilizarem modelo de gestão social, a fim de revolver as deficiências sociais e contribuir para a rentabilidade e visibilidade do negócio, ao mesmo tempo, influenciando positivamente no desenvolvimento econômico e social de Juiz de Fora e Zona da Mata.
Termino a matéria de hoje com uma pergunta: sua empresa tem um projeto de responsabilidade social que agrega valor ao negócio?