O uso da tecnologia não só vai agregar mais qualidade ao transporte coletivo público como provocar uma verdadeira revolução na forma como esse serviço pode se conectar a diversos outros. Essa é constatação do especialista José Ricardo Daibert, ao avaliar que os avanços tecnológicos no sistema de bilhetagem eletrônica podem melhorar e muito a experiência dos usuários. Com o wi-fi que já é oferecido nos ônibus e aplicativos de telefone celular associados a sites interativos e modernos, novas formas de aquisição de passagens e atendimento “na palma da mão”, por exemplo, será possível oferecer uma série de opções, considerando o enorme volume de pessoas que circulam diariamente nos coletivos urbanos.
Há várias possibilidades que podem ser desenvolvidas em longo prazo, explica o especialista, como associar o pagamento da passagem de ônibus a programas de benefícios. Assim, o usuário somaria pontos que poderiam ser convertidos em forma de cashback com devolução em dinheiro, em tarifa do próprio transporte público ou ainda em créditos para o celular.
“Existem inúmeras possibilidades a partir da implantação de um novo sistema de bilhetagem eletrônica moderno. Podemos oferecer ao usuário produtos e serviços até então não oportunizados. Hoje, mais de 40% da população que usa o transporte coletivo não é bancarizada. Podemos oferecer um cartão de débito ou crédito sem custo junto com o cartão de transporte, assim como programas de saúde para acesso a consultas e exames mais baratos”, observa José Ricardo.
O sistema de bilhetagem também pode atuar no controle de frequência e uso dos passageiros e no dimensionamento da própria oferta do serviço de transporte. “Com o uso desta tecnologia, passamos a ter uma massa de dados bastante confiáveis que podem balizar melhorias no próprio transporte coletivo”, acrescenta o especialista. A implementação de um novo sistema de bilhetagem deve ser feito em caráter de teste inicialmente para que não traga grandes impactos aos passageiros, e ao mesmo tempo possibilite que os resultados sejam avaliados e monitorados pela Prefeitura e pela concessionária.
“Para uma cidade do porte de Juiz de Fora, é interessante acompanhar a evolução dos custos e a relação com a geração de receitas. É preciso enxergar o benefício social que o investimento nesta modernização proporciona. Claro que não pode ser inviável economicamente e não será”, observa José Ricardo, confiante que a cidade atravessa um ótimo momento, porque há vontade política e interesse da concessória na oferta de novos serviços.
“O novo sistema de bilhetagem eletrônica permite o carregamento do cartão do ônibus de modo mais fácil e rápido, além de reduzir a circulação de dinheiro em espécie dentro dos coletivos até por questões de segurança. Eu diria que teremos tempos bons pela frente com a adoção de novas tecnologias no transporte coletivo”, finaliza José Ricardo.