
Eles são pioneiros em várias técnicas de implantes praticadas em Juiz de Fora e região. Coordenadores da pós-graduação em implantodontia da Suprema e sócios no Centro de Odontologia Avançada, os mestres e doutores Leonardo Picinini e Rodrigo Guerra de Oliveira contam nesta entrevista porque o implante é a prática mais segura para quem perdeu um ou vários dentes e até para quem usa dentadura. Alertam para a necessidade das visitas regulares ao dentista após os implantes – sobretudo com a chegada de novas doenças -, e explicam porque um bom planejamento e uma relação de confiança entre dentista e paciente são fundamentais para o sucesso da técnica antes e depois do implante.
Quando o implante é indicado?
Leonardo Picinini – A melhor opção para paciente que perdeu um ou mais dentes são os implantes que hoje oferecem muita segurança. Se o paciente perdeu um dente central, o cuidado cirúrgico é maior por uma questão estética. Às vezes é necessária uma intervenção também na gengiva ou ainda aumentar o volume de osso, para que não haja uma retração com o tempo que deixe exposta a sombra do implante. O desafio é fazer um dente igual ao outro. Na odontologia de alta performance estética, o profissional quase nunca faz apenas um central. Ele vai trabalhar o outro em laboratório também. É aí que entram as facetas, coroas e lentes de contato.
Quais são os tipos de implantes?
Rodrigo Guerra – Quando o paciente chega com as estruturas ainda preservadas, ou seja, ainda tem os dentes, mas apresenta uma doença periodontal que levará à perda, a tendência é fazer o implante de forma separada, unitária. Isto porque conseguimos manter as características de gengiva, o tamanho do dente, a proporcionalidade por ele estar com o alvéolo ósseo preservado. Mas quando ele já chega com uma dentadura ou um aparelho similar para compensar muitas perdas, o ideal é realizar um implante múltiplo. Com a perda do dente, sempre hátambém uma perda natural de osso. Perde-se volume, tamanho e altura. Nestes casos, realizamos o implante múltiplo, repondo gengiva artificial também para garantir um bom contorno e uma boa estética. É o que chamamos de carga imediata que pode ser feita em 24 horas.Há situações em que o enxerto ósseo é necessário, para que haja base para a implantação posterior das próteses.
Por mais difundida que a técnica esteja, ainda existe o receio de pacientes que a consideram uma prática muito invasiva. Como vencer esse tipo de barreira?
Leonardo – As técnicas utilizadas na odontologia avançaram significativamente. Os instrumentais evoluíram muito, os anestésicos são mais confiáveis, além de podermos trabalhar com sedação oral, para que o paciente se sinta bem durante e depois da cirurgia. As chances de um pós-operatório ruim são mínimas. Às vezes, a extração de um dente é mais complexa que a cirurgia de um implante.É claro que a habilidade cirúrgica conta muito. Nós temos mais de 20 anos de prática, e o que consideramos mais importante é a parceria entre o paciente e o dentista. A confiança, a empatia e o carinho são fundamentais. Conta muito também o trabalho em equipe desde a recepção, para que o paciente encontre um ambiente acolhedor e se sinta seguro em relação ao que está sendo proposto. A forma de se fazer implantes é simples, tanto que treinamos 12 alunos por ano na pós-graduação. Usamos técnicas minimamente invasivas, com pequenas incisões que permitem um pós-operatório mais tranquilo.
Quanto tempo dura um implante?
Rodrigo – Quando a implantodontia contemporânea surgiu, o paciente que mais viveu utilizando essa técnica foi um cantor de ópera, na Suécia, que morreu com 95 anos, sendo mais de 50 deles com os implantes instalados. Infelizmente, e para nossa tristeza, desde o início deste ano, já removemos 16 implantes malsucedidos feitos por outros profissionais. Às vezes, o dentista quer entregar rápido o serviço, mas o cliente não tem qualidade de gengiva e nem de osso para suportar a prótese. O que a gente percebe nesses casos de insucesso é a falta de planejamento para o tratamento que,consequentemente,leva a problemas na instalação do implante. Se ele for feito na posição adequada, se a prótese estiver bem estruturada e for instalada corretamente, se o cuidado de higiene e o acompanhamento forem observados, um implante deve durar por toda a vida. Lógico que o paciente que perdeu os dentes muito cedo vai exigir muito mais dos implantes. A forma como trabalhamos é sempre para dar garantias sobre o tratamento.
Quem faz implante precisa continuar indo ao dentista regularmente?
Leonardo – Por muitos anos, a gente chamou os implantes de terceira dentição e isso pode ter contribuído para que as pessoas pensassem que pode haver uma quarta, quinta. De fato, o implante é uma oportunidade de ter saúde de novo, recuperar a mastigação, a confiança, o bem-estar, a autoestima. Mas é uma técnica que precisa de cuidados posteriores. É preciso ir ao dentista, pelo menos, duas vezes por ano, para checar se tudo está bem. Essa periodicidade dos retornos será definida pelo profissional. O implante é uma prótese que precisa ser acompanhada. A indústria já desenvolveu escovas e pasta de dente apropriadas. Apesar da disseminação da informação, de modo geral, o paciente ainda pensa que nunca mais vai ter problema com os dentes por serem implantados. É preciso entender que a prevenção é a base de toda cadeia para uma boa saúde, inclusive, do bolso, por seu custo ser bem menor.
Inclusive, há novos tipos de doença surgindo a partir dos implantes. Por isso, a prevenção é sempre fundamental, certo?
Rodrigo – A doença para os próximos anos é a perimplantite e as enfermidades do implante. Nos últimos congressos que temos participado, a grande discussão tem sido a terapêutica mais adequado para quem está apresentando este tipo de doença. É algo novoque surge 60 anos após a invenção da técnica. Isso evidencia que a prevenção, ou seja, as visitas regulares ao dentista são fundamentais. Depois da doença instalada é sempre pior. Por isso, motivamos nossos pacientes, deixando claro que a prótese exige cuidados de higiene, de manutenção, assim como um carro, uma casa. E a prevenção tem sempre um custo muito mais baixo.
Como escolher bem um profissional? Que tipo de preocupação o paciente deve ter ao procurar um implantodontista?
Leonardo – O básico é uma relação de confiança que pode vir a partir da indicação de um amigo, por exemplo. É fundamental que esse profissional tenha experiência na área, formação e possa apresentar resultados com os pacientes que já atendeu. A experiência somada ao bom relacionamento é uma ótima escolha. A odontologia apresenta com muita rapidez novas ferramentas e novos materiais em implantodontia. O bom profissional está sempre em um ciclo permanente de formação. Nós, inclusive, atuamos no desenvolvimento de equipamentos, enviando sugestões a partir da nossa prática para a indústria. A boa estrutura física da clínica sempre agregará ao bom profissional, mas ela não é o ingrediente principal. O conhecimento e o carinho com o paciente são os fatores fundamentais.
Onde ir
- Centro de Odontologia Avançada
Av. Barão do Rio Branco, 2406 – Sala 503
(32) 3213-7040
@centrodeodontologiaavancadajf
- Pós-graduação em Implantodontia – Suprema
Rua José Lourenço Kelmer, 1300/111
(32) 3083-3268