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A beleza também vem pelo ar

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Reconhecida por sua contribuição efetiva na melhoria da qualidade dos processos de cicatrização, a medicina hiperbárica vem atraindo cada vez mais a atenção das clínicas especializadas diante dos benefícios alcançados pelos pacientes submetidos ao tratamento no pré e no pós-operatório. A cirurgia plástica – estética e reparadora – é uma das áreas que têm encontrado na oxigenação nas câmaras hiperbáricas uma aliada nas complicações decorrentes de enxertias cutâneas e reparação com retalhos tissulares.

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A cirurgiã Lucilia Brigato explica o uso da oxigenoterapia como adjuvante na cirurgia plástica reparadora e estética

A cirurgiã plástica Lucilia Brigato, com mais de 15 anos de experiência na área, explica que a oxigenoterapia já é empregada na cirurgia plástica reparadora, há mais tempo, com sucesso, principalmente em pacientes que necessitam ser submetidos à correção de grandes defeitos, decorrentes do tratamento radioterápico do câncer – como na reconstrução das mamas – e nas situações pós-traumáticas como lesões e esmagamentos. Nesses casos, a indicação da oxigenoterapia pode ser feita preventivamente. “Um paciente que tem uma patologia ou que fez radioterapia e precisa ser submetido a uma nova intervenção, no âmbito da reconstrução, tem indicação na literatura para a preparação com a medicina hiperbárica, a fim de que sejam minimizadas as chances de complicações”, afirma a cirurgiã.

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Ação bactericida

Segundo ela, nas lesões causadas por traumas como esmagamento e fraturas complexas, com perda de substância, a oxigenoterapia atua tanto para acelerar o processo que prepara para a enxertia e melhora a qualidade do enxerto, quanto no pós-operatório, por sua ação antibacteriana. Isso porque o sangue rico em oxigênio combate a ação dos fungos e das bactérias, atinge tecidos com deficiência de circulação pela obstrução ou destruição dos vasos – nos casos de esmagamentos e amputações –, neutraliza substâncias tóxicas e potencializa a ação de alguns antibióticos.

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Nas queimaduras graves, a medicina hiperbárica tem dupla função: auxilia na definição do quadro e na cicatrização. “Enquanto o paciente aguarda o processo para que seja identificada a profundidade da queimadura, sua saúde se torna mais debilitada e o sofrimento é maior. Se esse processo puder ser acelerado, melhor para ele. Além disso, o aumento da quantidade de oxigênio na circulação influencia na qualidade do resultado final da cicatrização”, pontua Lucilia Brigato. O grupo das plásticas reparadoras inclui ainda a remoção de grande quantidade de pele, após a realização da cirurgia bariátrica e grande perda ponderal.

Estética também se beneficia

Os bons resultados do uso da medicina hiperbárica na cirurgia reconstrutora abriram caminhos para o seu emprego na estética, principalmente quando ocorrem intercorrências como isquemia e sofrimento da ferida operatória. Os retalhos são o ponto de atenção para o cirurgião, pois apresentam de riscos de infecção. “Logo após a cirurgia, é preciso acompanhar a evolução. Ela será desfavorável na presença de edema e cianose, por exemplo”, alerta.  A causa dessas possíveis complicações pode estar no histórico de saúde do próprio paciente em função de diabetes, hipertensão e tabagismo. “Essas condições são, às vezes, consideradas contraindicações para algumas cirurgias estéticas. É necessária uma avaliação criteriosa”, afirma a cirurgiã.

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Cirurgia mamária e abdominoplastia

Entre as principais cirurgias plásticas realizadas hoje no Brasil estão a mamoplastia redutora e a abdominoplastia. As complicações mais comuns relacionadas a elas são a deiscência da sutura cirúrgica – quando os pontos se abrem – isquemia arterial, edema e necrose, nos casos mais avançados. Quando necessária, a oxigenoterapia é indicada no pós-cirúrgico, até a melhora do quadro. “Ainda não existe a comprovação de que ela melhora o tecido sadio, por isso não a indicamos no pré-operatório. No entanto, sabemos que os tabagistas, os hipertensos e os diabéticos têm uma oxigenação tecidual prejudicada, seria interessante que tivessem acesso mais facilitado à técnica como prevenção”, observa Lucilia. Para ela, os estudos e a informação sobre a oxigenoterapia são fundamentais. “Como nosso objetivo é garantir um processo cirúrgico sem complicações, torná-la mais conhecida poderia facilitar o acesso dos pacientes que precisam contribuindo para a sua rápida recuperação”, acrescenta.

Enxerto de sucesso

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A oxigenoterapia ajudou o engenheiro e professor Francisco de Almeida Bessa Júnior, 61 anos, a se recuperar com sucesso do esmagamento no dedo mindinho da mão direita, no ano passado, após um acidente envolvendo um boi. O enxerto foi feito com tecido retirado do punho. “Para que a cirurgia desse certo, o médico recomendou o tratamento nas câmaras hiperbáricas. Fiz 45 sessões e já não estava usando antibiótico e anti-inflamatório, o resultado foi impressionante. Até a unha cresceu”, conta Francisco.

 

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