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Conheça a história e curiosidades do Bar do Bigode e Xororó

Conheça a história e curiosidades do Bar do Bigode e Xororó
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Na última sexta-feira (6), Vicente de Paula Fontes e Nilton do Couto Oliveira deram entrevista à Rádio Transamérica, para contar a história e curiosidade do negócio que mantêm há mais de 40 anos na Rua Oswaldo Aranha, Centro de Juiz de Fora. Eles são, popularmente, Bigode e Xororó.

“Nem minha mãe, se chamar de Nilton, ela não sabe quem. Xororó. O apelido foi maravilhoso, através de vir para o bar”, ele inicia, contando que conheceu Bigode, antes de ser pelo torresmo, servindo para ele cachaça e pastel, quando trabalhava na lanchonete Natal. 

Ervália e Argirita

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Bigode conta que é de Ervália, a cerca de 170 quilômetros de Juiz de Fora, e é de uma família de 24 irmãos, dos quais, hoje, ainda estão vivos 12. “Nós saímos da roça, fomos para Belo Horizonte e montamos um bar na Praça da Estação, em 68. O João (irmão dele) trabalhava com meus primos aqui em Juiz de Fora, no bar Três Irmãos, na Mr. Moore, ali que ele aprendeu a fazer o torresmo”. Na capital, Bigode ficou por cinco anos, e, em 75, veio para Juiz de Fora, começando com o “botequim” em 1983 que, antes, era em frente à Rua São Mateus.

No local atual, está desde 1985, com o bar menor, em frente ao mais movimentado. E, na esquina da rua com a Avenida Barão do Rio Branco, havia o Bar do Tião, onde Xororó também trabalhou anteriormente. Ele vem de outra família grande: 20 irmãos (sendo 13 vivos atualmente), com quem também gosta de trabalhar. O caçula, Marcinho, começou no negócio com 14 anos. Também conta que veio “da roça”, de Argirita – a cerca de 70 quilômetros de Juiz de Fora.

O início da parceria

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A parceria foi intermediada por um psiquiatra, o criador do apelido de Xororó. “O Bigode me conhecia, e como ele ia fechar o bar, voltar para Ervália, o Dr. Bruno, que todo dia estava lá, falou: ‘não fecha não, vou trazer um cara ‘bão’”. Ele, que ganhava um salário mínimo, recebeu oferta para triplicar o valor, em 1993. “Lá (onde trabalhava antes), eu vendia uma caixa de cerveja por semana. No Bigode eu vendia dez caixas por dia”.

Com seis anos que Xororó tinha de funcionário, João, irmão de Bigode, resolveu vender sua parte. Foi aí que veio o nome atual do estabelecimento. Antes, eram duas portas, a cozinha na parte de baixo e, em cima, uma espécie de mezzanino, repleto de garrafas de cachaça. Até um espaço ao lado que antes era de uma padaria serviu para expansão.

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Enquanto isso, um outro bar ocupava o grande espaço atual. Mas as pessoas comiam no Bigode e Xororó, e iam para o outro lado apenas para dançar com música ao vivo. O proprietário, então, ofereceu de passar o ponto para os dois, junto das dívidas. Decidiram, então, mudar de lado da rua, reduzindo de um aluguel de R$ 15 mil para um de R$ 8 mil, e pagaram todas as dívidas, com três bancos diferentes.

O novo Bar do Bigode e Xororó

“Hoje é completamente diferente. É uma empresa grande. Nós temos bastantes funcionários”, ressalta Bigode. “Eu tenho orgulho de saber que eu era o único funcionário do Bigode, hoje nós temos 47 funcionários”, completa Xororó.

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O perfil dos frequentadores também foi mudando aos poucos, assim como a forma de atendê-los: “Naquela época eu botava dez mesas na rua. Não tinha problema. Uma hora da tarde eu montava as mesas, botava som alto. Hoje, não. Hoje a gente tem que respeitar, a cidade cresceu”, relembra o argiritense.

A variedade do cardápio também aumentou muito. Antes, era, basicamente, o famoso torresmo, pastéis, coxinhas, e alguns preparos de carne, como moela, carne seca, cozida e coraçãozinho, por exemplo. Aos poucos, foram introduzindo porções e, depois, veio a ideia do almoço, trazendo para o bar, a comida que começou a ser servida em um restaurante de Xororó com a filha.

Curiosidades

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Os dois também revelam algumas curiosidades que o frequentador pode ter. Por exemplo, em uma sexta-feira ou sábado, o bar, hoje, vende cerca de 80 caixas, cada uma com 24 cervejas, um total de 1.920 por dia.

Já o torresmo é comprado da Ciacarne, do Frigorífico Faisão, de Ubá, e de açougues de Juiz de Fora. “E só serve também o de barriga pra dar o torresmão e a ponta que todo mundo conhece e é muito ‘bão’. E, o que sobra, a gente faz o torresminho, que, antigamente, a gente dava de graça, quando o cara tomava uma cachacinha”, explica Xororó.

Bigode, de 78 anos, ficava no caixa, mas revela que, hoje, não lava nem o próprio copo: “O meu sobrinho que gerencia a minha parte. Eu vou lá só pra tomar minha cerveja e vou embora pra minha casa. Não trabalho mais, pra quê? Já trabalhei muito”.

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