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É preciso investir nos esportes dentro das escolas

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Há duas semanas, o mundo inteiro acompanha os Jogos Olímpicos de 2020, em Tóquio. Os brasileiros viraram noites para assistir às competições e torcer por nossos atletas que treinaram, e muito, para esse momento. Ao mesmo tempo, conhecemos histórias de superação, de pessoas que, com o pouco que tinham, conseguiram chegar lá e, por vezes, ganhar medalhas. Isso, na verdade, revela um problema estrutural de falta de incentivo aos esportes, principalmente em países como o Brasil.

O Professor Rogério Santana, coordenador de projetos da AMPAR/CIMPAR Zona da Mata, lembra que esse problema pode ser revertido com o apoio e o desenvolvimento de projetos dentro das escolas que despertem o interesse nos alunos. A associação e o consórcio já têm história com o incentivo a diversos esportes. Agora, o foco é a implementação de programas que vão da estrutura à contratação de profissionais nas cidades para melhorar a participação esportiva e fazer com que as modalidades virem, realmente, um potencial educacional.

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“Vamos fazer uma grande discussão com os professores, que vai começar aqui na Zona da Mata como piloto e levar essa reflexão e proposta para todo o Brasil. Precisamos de estrutura nas escolas e professores com horas remuneradas para trabalhar os alunos”

Paulo Neves
Secretário executivo CIMPAR Zona da Mata

Trabalho começa dentro das escolas

De acordo com Rogério, o primeiro passo tem sido a discussão entre os gestores das cidades associadas para entender a realidade de cada uma. “A gente nota que cada município faz esse trabalho a seu modo. Por isso, queremos que todos entendam que tudo tem que sair de dentro da escola, que é onde estão os futuros esportistas.” Dessa forma, a ideia é também instaurar políticas que estruturam melhor as escolas, com bons equipamentos que são a base para o desenvolvimento na área.

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“A AMPAR/CIMPAR está se organizando para ter um tipo de contratação que possa servir ao município, com licitações facilitadas, por exemplo, para que ele consiga trabalhar dentro da prefeitura, sem entrave”

Rogério Santana
Coordenador de projetos da AMPAR/CIMPAR Zona da Mata

Imerso nessas discussões, Rogério percebeu outra situação: “muitas vezes, as próprias prefeituras possuem barreiras para a contratação de professores exclusivos para o esporte, o que trava a engrenagem. A AMPAR/CIMPAR está se organizando para ter um tipo de contratação que possa servir ao município, com licitações facilitadas, por exemplo, para que ele consiga trabalhar dentro da prefeitura, sem esse entrave”. Ele lembra que é fundamental, inclusive, ouvir o que os professores têm a falar sobre a realidade do local onde trabalham.

Outra ação fundamental é a realização de competições, que são tradicionais em Minas Gerais, mas acabaram perdendo espaço. A intenção é, quando puder, voltar a organizá-las. “É importante lembrar que a competição é social e fundamental para o treinamento e desenvolvimento, é uma política que traz muitos benefícios. As competições são parte do processo. Nossa busca é trabalhar desde o início, ouvir professor, ouvir o gestor, para que a gente possa melhorar.”

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Isso tudo só será possível com o apoio e a discussão entre os gestores. Para isso, Rogério destaca a necessidade de trazer a informação, indicar qual é a melhor saída. “E, junto com a AMPAR/CIMPAR, elaborar todo o projeto que começa na escola e vai até a qualificação. É como um ciclo que, daqui a dez anos, colherá frutos. E esse momento da Olimpíada é muito oportuno para se discutir isso.”

Leia também: Assembleia do CIMPAR reúne cerca de 20 prefeitos

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