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Casa Design 2018: Para aproveitar o que o imóvel tem de melhor

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Lustre clássico contrasta com elementos contemporâneos, como a cortina cobogó na sala de estar assinada por Fernanda Cotta, que lança mão ainda de tons metálicos para dar sofisticação e elegância ao ambiente (Foto: Marcelo Ribeiro)
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Realizado em Juiz de Fora pelo quarto ano, o Casa Design, a maior mostra de arquitetura, paisagismo e design de interiores da Zona da Mata, tornou-se referência em trazer as tendências destes setores para a região. Todo ano, um imóvel é escolhido, e vários profissionais da área ficam responsáveis por criar os ambientes. Em 2018, a casa fica bem no Centro da cidade, na Rua Sampaio, e data dos anos 1970. Completamente repaginada para o evento por 30 profissionais de Juiz de Fora, Niterói, Muriaé, Leopoldina e Três Rios, ela tem 23 espaços, que mesclam contemporâneo e clássico, e valorizam o que é o tema central do evento neste ano: “experiência”.

“Foi uma tendência que observamos na Feira de Milão, uma das maiores referências mundiais no ramo, de modo a integrar mais as pessoas aos espaços e seus vários elementos”, explica Alexandre Oliveira, um dos organizadores da mostra. Ainda segundo Alexandre, o Casa Design tem um importante papel no aquecimento da economia do setor, além de contribuir para a formação de novos profissionais. “Mobilizamos economicamente desde os expositores, os fornecedores, o visitante final (que pode adquirir parte dos itens) e mesmo o setor acadêmico. Todos os nossos recepcionistas são estudantes de arquitetura que entram em contato com o que há de mais novo em sua área, e hoje, na quarta edição, alguns que já fizeram este trabalho estão como expositores. Isso sem mencionar outros lojistas. Neste ano, por exemplo, temos uma cafeteria, um empório de bebidas e produtos gastronômicos e uma joalheria”, comenta ele.

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Espaços para relaxar

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(...) integra-se ao Jardim do lago, que convida a relaxar. Os ambientes são assinados por Letícia Nery e Laura Giovannini

Na edição de 2018, algumas premissas se destacam: o aproveitamento de alguns elementos que já existiam na estrutura original da casa, o uso de vegetação em diversos ambientes (e não só nas áreas externas) e da madeira no interior dos cômodos, como decoração ou peça funcional, e não apenas no mobiliário e nos espaços ao ar livre.

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Já no jardim do lago e no lounge de entrada, idealizados pela designer Letícia Nery e a arquiteta Laura Giovanini, é possível observar de forma marcante estas tendências. Em primeiro lugar, ambos os espaços dialogam muito com a temática da mostra, “Experiência”. Não há paredes entre os dois espaços. Portanto, quem desfruta do lounge pode escutar o relaxante barulho das águas enquanto descansa sobre os confortáveis sofás dispostos no cômodo, que, aliás, não possuem TV. “Quisemos privilegiar o contato das pessoas, a experiência de se sentar, conversar, afastar-se do que é tecnológico, que já permeia tanto as nossas vidas. A ligação entre os espaços por uma pequena mureta com tampo de madeira também atua neste sentido, para quem está do lado de fora ter contato com quem está no lounge”, explica ela.

 

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No lounge, há um belíssimo aquário com iluminação difusa no lugar onde estaria a TV. O ambiente tem, ainda, outros elementos como um balanço suspenso no teto e uma cadeira de balanço. “São mobiliários que remetem às experiências afetivas, às memórias, e que eu creio que sejam tendências para os interiores, em contraponto à nossa vida tão conectada a aparelhos”, pondera Letícia. Tanto no lounge quanto no jardim, a natureza ganha espaço não apenas na vegetação e nos peixes do lago e do aquário, mas em itens de decoração que remetem a ela: folhas, animais de louça, tecidos naturais, tudo em um clima que traz conforto, elegância, convivência e também modernidade.

Clássico, contemporâneo e natureza

Com vista para o jardim, a sala de estar com varanda incorpora elementos superclássicos, como um belo e imponente lustre de cristal, ao lado de tendências de cores como dourado, bronze e prata, que aparecem em almofadas, taças, vasos e outros artefatos. “Essas cores metálicas voltam com tudo – e integradas. Não tem mais essa se usar uma só, elas conversam entre si. Algumas tendências vintage também voltam e estão neste ambiente, como a persiana que imita o cobogó e os suportes de samambaia dos anos 1980, que voltam com tudo. Essa pegada de misturar clássico e contemporâneo foi uma forte tendência no Salão de Milão, que influencia o mercado mundial”, aponta a designer de interiores Fernanda Cotta, criadora deste ambiente.

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Teto em tecido e muito verde no lounge do Restaurante (foto: Marcelo Ribeiro)

No restaurante, onde serão realizados eventos com chefs locais, o trabalho da arquiteta Letícia Mendes foi impressionante. O mais amplo dos cômodos costumava ser uma quadra, irreconhecível depois da repaginação, que deu origem a três ambientes: um lounge, o salão com as mesas e a choperia. “Escolhi cores e tecidos naturais e fiz um teto mais baixo, mais aconchegante, somente com eles, já que usar gesso ou outro material poderia tornar o ambiente muito fechado. O balcão do bar é de madeira (não extraída da natureza), e optei também por usar muito verde, para que este ambiente interno dialogasse muito com o lado de fora e ganhasse mais leveza, o que é acentuado pela luz difusa em pontos estratégicos”, explica Letícia.

Intimidade com criatividade

No andar superior, um corredor que antecede os quartos é cheio de irreverências e elementos visuais que se destacam, mas são harmônicos entre si. “Não quisemos um ambiente comum, tudo causa um impacto, mas não são elementos caros ou que destoam entre si. Optamos por fazer o mobiliário à mão, com estruturas de metal, e usar, para almofadas por exemplos, artesanatos como crochê. A ideia foi reduzir produtos industrializados, mecanizados”, diz o designer Filipe Lima, que assina o projeto com Jocely Gravino. Ele mostrou também uma espécie de gaiola que sobrevê a escada de aceso, em que o visitante pode ficar de pé com segurança, mas dá uma sensação de vulnerabilidade. “Além de dialogar com os elementos visuais do resto do cômodo e trazer iluminação a ele, é uma intervenção para que se sinta o que as grandes indústrias fazem com os pequenos artesãos”, pontua Filipe.

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Quarto dos gêmeos, a arquiteta Alethéia Werstermann, respeita as individualidades de cada um (Fotos: Marcelo Ribeiro)

 

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Ainda no andar superior, ficam um terraço, o quarto dos gêmeos, um quarto de bebê, um home office e o home cine. O quarto do casal é homenageia o fotógrafo juiz-forano Aluizio e foi pensado para ele e sua esposa. Entre as criações dos arquitetos Matheus Guerra e Lívia Coura, há objetos e fotografias pessoais da família, e a decoração foi pensada em torno do ofício de Aluizio, a fotografia, com um pequeno espaço no cômodo dedicado, inclusive, para que ele possa trabalhar e aguardar seu material no amplo dormitório. Confira outros espaços nas imagens.

 

Casa Design
De terça a sábado, das 14h às 22h, domingos, das 13h às 21h. Até o dia 18 de novembro.

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Rua Sampaio 261, Granbery

 

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Materiais naturais, como fibras, texturas e madeiras são privilegiados na Sala de jantar, por Jaqueline Bonjour

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Madeira de demolição e recursos de iluminação no espaço Degustação

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Teto em tecido e muito verde no lounge do Restaurante

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Os arquitetos Raphael Salgado e Larissa Kingma assinam o Home Cine, privilegiando tons escuros e tecnologia para automatização

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Croqui, projeto moderno e despojado para os amantes da cerveja

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Home Office projetado pela arquiteta Raquel Fraga se destaca pela otimização do ambiente

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No Quarto do bebê, Lana Rocha aproveita armário embutido e aposta no estilo montessoriano

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Quarto dos gêmeos, a arquiteta Alethéia Werstermann, respeita as individualidades de cada um

 

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