Para construir um jardim em casa, não é necessário muito espaço para cultivar plantas que dão vida e frescor ao ambiente. Quem mora em lugares pequenos pode investir em terrários, montagens que reúnem vários tipos de suculentas e cabem em qualquer cantinho ou recipiente.
Embora o cultivo dos terrários seja antigo, nos últimos dois anos, segundo a engenheira agrônoma e proprietária do viveiro Agriterra, Fernanda Delistoianov Gonzales, as pessoas passaram a dar mais atenção a eles, principalmente pela praticidade de mantê-los dentro de casa. “O interesse começou pelas suculentas e pelos cactos, de clima desértico. Por isso, se desenvolvem nos mais variados tipos de ambientes e com pouco suprimento de água, necessitando de poucos cuidados”, explica. A agrônoma ressalta que as regas devem ser feitas uma vez por semana e recomenda observar o substrato (camada de terra onde as raízes estão inseridas). “O ideal é esperá-lo secar e regar com água apenas o pezinho da planta, nunca as folhas.”
O terrário também precisa ficar disposto em um local que receba a luz solar diariamente, pois é o sol que vai deixá-lo mais bonito, vistoso e colorido. “Quando falta luminosidade, a planta vai estiolar, o caule vai se alongar para buscar a luz, deixando a planta mais tortinha. Quando o sol bate diretamente no terrário, ele ajuda a evaporar a água deixando o terreno menos úmido, o que é ideal. Quanto mais as condições estiverem favoráveis às plantas, mais tempo o terrário vai durar”, ressalta. Quando há umidade, podem aparecer doenças fúngicas, quando a planta fica muito tempo sem receber água, as folhas podem ficar amareladas e até se soltarem.
Decoração
Os terrários feitos em vidro é a opção que mais se adapta aos diferentes estilos de decoração. Mas, conforme a arquiteta Laísa Galil, ele também pode ser montado em estruturas de madeira, rede metálica, acrílico e PVC. “Pela variedade de formas, tamanhos e possibilidade de composições com outros objetos decorativos, os terrários ficam bem em qualquer espaço e ainda podem ser o detalhe que faltava para enfeitar sua casa. Eles ficam lindos em salas, quartos, cozinhas, varandas, banheiros, lavabos e até mesmo fixados em paredes ou suspensos como pendentes presos pelo teto, aumentando ainda mais as possibilidades de uso”, recomenda.
Origem
A ideia aplicada aos terrários da forma como vemos hoje é bem antiga. Foi no final do século XIX que o médico inglês e apaixonado por botânica Nathanael Ward criou as Caixas de Ward ou as Caixas Wardianas. Apesar de possuir mais de 25 mil espécimes em sua coleção, Ward estava inconformado pelo fato de algumas das plantas não se adaptarem. Então, ele tentou cultivá-las dentro de uma caixa de vidro, utilizada para a observação de insetos.
Ele pressupôs que, em um ambiente isolado, as plantas teriam acesso a luz pela transparência do recipiente, mas não teriam contato com o meio externo, fazendo da caixa um miniambiente autossustentável, no qual a umidade criada pela própria planta iria abastecê-las. Como o recipiente não era projetado para plantas, Ward foi aperfeiçoando a ideia até chegar a uma caixa com tampa de vidro, semelhante a uma estufa em miniatura.
O objeto serviu para transportar espécies de um lugar para outro sem danificá-las e impulsionar o comércio delas pelo mundo. A ideia logo abriu espaço para a decoração de interiores. A Caixa de Wardian seria a precursora direta do terrário moderno, mas usada de forma aberta, e serviu de inspiração para a criação dos aquários.