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Materiais de construção encarecem custo de obra

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Mão de obra continua sendo a principal despesa para a construção e representa a maior fatia do CUB. Mesmo assim, o setor criou 142 vagas entre janeiro e maio deste ano (Foto: Marcelo Ribeiro)
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O Custo Unitário Básico de Construção (CUB) em Juiz de Fora registrou o sexto aumento consecutivo de 2018 em junho, uma variação de 0,16% ante ao mês de maio. Com o resultado, o índice acumulou alta de 1,05% neste primeiro semestre. Em janeiro, o valor do metro quadrado para a construção era de R$ 1.213,16, agora passou para R$ 1.225,90. Os números se referem às obras de projeto padrão normal, intermediário entre as construções popular e luxuosa. Este padrão é definido como residencial multifamiliar com acabamento normal, garagem, pilotis, oito pavimentos-tipo e três quartos.

O avanço do CUB é considerado bastante significativo e interfere diretamente no bolso do consumidor. “É importante destacar que estamos falando do custo por metro quadrado. Isto significa que a construção de um projeto multiresidencial, que tem, em média, quatro mil metros quadrados de área, encareceu mais de R$ 50 mil em seis meses. Isto causa impacto direto no preço para o cliente final”, observa a economista Gabriela Lopes.

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A especialista compara que, no primeiro semestre do ano passado, a alta verificada pelo CUB foi de 0,27% para o mesmo tipo de projeto residencial, quando o valor do metro quadrado passou de R$ 1.168,98 para R$ 1.172,19. “O aumento do custo mostra que o setor está em atividade, e este reaquecimento era esperado em 2018. No entanto, uma escalada de preços num momento em que a economia ainda está fragilizada pode ter efeito contrário e prejudicar a retomada do crescimento”, analisa. “Nós acompanhamos um otimismo do setor da construção civil no primeiro trimestre de 2018, que agora está abalado, conforme pesquisas divulgadas recentemente. Se os preços continuarem subindo, as construtoras podem engavetar projetos, e a diminuição dos estoques contribui para o encarecimento dos valores dos imóveis no mercado.”

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Confiança

O Índice de Confiança do Empresário da Indústria da Construção de Minas Gerais (Iceicon-MG) caiu pelo quarto mês consecutivo no mês de junho, chegando ao total de 43,1 pontos, o pior registro dos últimos 11 meses. No primeiro semestre deste ano, o indicador acumulou queda de 8,2 pontos
A assessoria do Sindicato da Construção Civil de Minas Gerais (Sinduscon-MG) explica que o Iceicon verifica tanto as condições atuais quanto as expectativas dos empresários do setor. “Os dois componentes influenciaram a queda do indicador. Os índices variam de zero a 100 pontos, e valores abaixo de 50 revelam situação pior no período avaliado em relação ao anterior e expectativa negativa para o posterior.”

A pesquisa mostrou que a percepção dos empresários com relação à situação atual dos negócios registrou 37 pontos, o pior resultado desde janeiro de 2017. Com relação às expectativas para o próximo semestre, o indicador ficou em 46,3 pontos. “O índice mostrou pessimismo dos construtores pelo segundo mês consecutivo, após oito resultados seguidos acima de 50 pontos.”

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Na avaliação da economista Gabriela Lopes, o aumento dos custos da construção é um dos aspectos que influencia a percepção atual dos empresários sobre os negócios. “As incertezas políticas e econômicas, sobretudo por se tratar de um ano eleitoral, interferem nas expectativas.”

O Iceicon-MG é elaborado pela Gerência de Estudos Econômicos da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) em parceria com o Sinduscon-MG.

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Variável encareceu quase 3% até junho

O encarecimento dos materiais de construção foi o responsável pelo aumento do Custo Unitário Básico de Construção (CUB) em Juiz de Fora. Enquanto esta variável encareceu quase 3% entre janeiro e junho, as demais mantiveram os valores. Além dos gastos com materiais, o índice considera mão de obra, despesas administrativas e equipamentos.

No valor de R$ 1.225,90 por metro quadrado da construção, um total de R$ 476,01 é destinado à compra de materiais de construção, o que corresponde a 38,8%. Em janeiro, eram destinados R$ 463,04. Do total de 25 itens que o CUB acompanha, 17 ficaram mais caros no período. (ver quadro)

O analista do Sindicato da Construção Civil de Juiz de Fora (Sinduscon-JF), Aurélio Marangon Filho, destaca que a mão de obra continua sendo a principal despesa para a construção. “Apesar de ter se mantido estável neste primeiro semestre, ela representa a maior fatia do CUB. Isto continua sendo um desafio para o setor, que voltou a contratar, mas num ritmo mais lento.”

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As despesas com mão de obra são de R$ 699,75 por metro quadrado da construção, o que representa 57% do CUB. De acordo com os dados mais recentes dos Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), o setor da construção civil criou 142 vagas entre janeiro e maio.

 

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