O Custo Unitário Básico de Construção (CUB) em Juiz de Fora registrou o sexto aumento consecutivo de 2018 em junho, uma variação de 0,16% ante ao mês de maio. Com o resultado, o índice acumulou alta de 1,05% neste primeiro semestre. Em janeiro, o valor do metro quadrado para a construção era de R$ 1.213,16, agora passou para R$ 1.225,90. Os números se referem às obras de projeto padrão normal, intermediário entre as construções popular e luxuosa. Este padrão é definido como residencial multifamiliar com acabamento normal, garagem, pilotis, oito pavimentos-tipo e três quartos.
O avanço do CUB é considerado bastante significativo e interfere diretamente no bolso do consumidor. “É importante destacar que estamos falando do custo por metro quadrado. Isto significa que a construção de um projeto multiresidencial, que tem, em média, quatro mil metros quadrados de área, encareceu mais de R$ 50 mil em seis meses. Isto causa impacto direto no preço para o cliente final”, observa a economista Gabriela Lopes.
Confiança
O Índice de Confiança do Empresário da Indústria da Construção de Minas Gerais (Iceicon-MG) caiu pelo quarto mês consecutivo no mês de junho, chegando ao total de 43,1 pontos, o pior registro dos últimos 11 meses. No primeiro semestre deste ano, o indicador acumulou queda de 8,2 pontos
A assessoria do Sindicato da Construção Civil de Minas Gerais (Sinduscon-MG) explica que o Iceicon verifica tanto as condições atuais quanto as expectativas dos empresários do setor. “Os dois componentes influenciaram a queda do indicador. Os índices variam de zero a 100 pontos, e valores abaixo de 50 revelam situação pior no período avaliado em relação ao anterior e expectativa negativa para o posterior.”
A pesquisa mostrou que a percepção dos empresários com relação à situação atual dos negócios registrou 37 pontos, o pior resultado desde janeiro de 2017. Com relação às expectativas para o próximo semestre, o indicador ficou em 46,3 pontos. “O índice mostrou pessimismo dos construtores pelo segundo mês consecutivo, após oito resultados seguidos acima de 50 pontos.”
Na avaliação da economista Gabriela Lopes, o aumento dos custos da construção é um dos aspectos que influencia a percepção atual dos empresários sobre os negócios. “As incertezas políticas e econômicas, sobretudo por se tratar de um ano eleitoral, interferem nas expectativas.”
O Iceicon-MG é elaborado pela Gerência de Estudos Econômicos da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) em parceria com o Sinduscon-MG.
Variável encareceu quase 3% até junho
No valor de R$ 1.225,90 por metro quadrado da construção, um total de R$ 476,01 é destinado à compra de materiais de construção, o que corresponde a 38,8%. Em janeiro, eram destinados R$ 463,04. Do total de 25 itens que o CUB acompanha, 17 ficaram mais caros no período. (ver quadro)
O analista do Sindicato da Construção Civil de Juiz de Fora (Sinduscon-JF), Aurélio Marangon Filho, destaca que a mão de obra continua sendo a principal despesa para a construção. “Apesar de ter se mantido estável neste primeiro semestre, ela representa a maior fatia do CUB. Isto continua sendo um desafio para o setor, que voltou a contratar, mas num ritmo mais lento.”
As despesas com mão de obra são de R$ 699,75 por metro quadrado da construção, o que representa 57% do CUB. De acordo com os dados mais recentes dos Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), o setor da construção civil criou 142 vagas entre janeiro e maio.