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Custo de obra está mais caro em Juiz de Fora

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O Custo Unitário Básico de Construção (CUB) começou 2018 em alta em Juiz de Fora, com uma variação de 0,15% em comparação com dezembro do ano passado. O índice se refere ao valor para obras de projeto padrão normal, intermediário entre as construções popular e luxuosa. Este padrão é definido como residencial multifamiliar com acabamento normal, garagem, pilotis, oito pavimentos-tipo e três quartos. O percentual de variação ficou abaixo da inflação medida pelo IBGE, que foi de 0,29% em janeiro.

A alta do CUB foi impulsionada pelos gastos com materiais de construção que aumentaram 1,15% de um mês para o outro. Já os custos com mão de obra reduziram 0,5% no mesmo período. Na composição do índice também são consideradas as despesas administrativas e o aluguel de equipamentos, que se mantiveram estáveis neste início de ano.

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Foto: Fernando Priamo

Com relação a janeiro de 2017, o CUB avançou 3,7%, acima da inflação para o período que foi de 2,86%. Desta forma, o preço do metro quadrado de construção em Juiz de Fora subiu de R$ 1.168,98 para R$ 1.213,16 em um ano. O cálculo é feito mensalmente pelo Sindicato da Construção Civil de Juiz de Fora (Sinduscon-JF), conforme a Lei Federal 4.591/64 e a Norma Técnica ABNT NBR 12721:2006 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

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O analista do CUB do Sinduscon-JF, Aurélio Marangon Filho, explica a importância da realização do cálculo. “Apesar de o CUB ser um índice ainda pouco conhecido pelo público, ele data de 1964. São mais de 50 anos balizando os custos da construção civil. É um cálculo fundamental para as incorporadoras terem ideia dos gastos com o empreendimento. Ele também auxilia o consumidor final na pesquisa de preços dos imóveis.”

A Câmara Brasileira da Construção Civil (CBIC) define que o índice tem o objetivo de “disciplinar o mercado da incorporação imobiliária” e afirma que “a evolução relativa do CUB tem sido utilizada como indicador macroeconômico dos custos do setor da construção civil”.

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O cálculo é realizado pelos sindicatos da construção civil estaduais. Em Minas Gerais e no Paraná, há mais de uma entidade que acompanha a evolução do CUB e, por isso, ambas as localidades possuem índices regionalizados. No caso do território mineiro, existem cálculos para as cidades de Belo Horizonte, Juiz de Fora e Governador Valadares, além das regiões de Vale do Piranga, Lagos do Sul Mineiro e Norte.

Alta reflete reaquecimento do setor

Foto: Fernando Priamo

Janeiro foi o terceiro mês consecutivo de registro de alta do Custo Unitário Básico de Construção (CUB). Para se ter ideia, em outubro de 2017 o índice não sofreu variação em comparação com setembro do mesmo ano. Já em novembro, houve alta de 0,28% em relação a outubro, e, em dezembro, ocorreu um novo aumento, de 0,11% ante ao mês anterior.

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A alta registrada no início deste ano foi impulsionada pelo encarecimento dos materiais de construção. Na relação de itens que encareceram estão a emulsão asfáltica impermeabilizante, o disjuntor tripolar, a esquadria de correr, o aço CA 50, o azulejo, o bloco cerâmico para alvenaria de vedação e o concreto.

Na avaliação da economista Gabriela Lopes, a variação positiva é reflexo do reaquecimento que o setor da construção civil tem experimentado. “Como o aumento foi desencadeado pelo encarecimento dos materiais de construção, isto nos mostra que as atividades do setor estão sendo retomadas. A tendência dos preços é se estabilizarem, ou até mesmo sofrerem redução, quando não há demanda. Neste caso, a alta mostra que a procura está acontecendo.”

O analista do Sinduscon-JF, Aurélio Marangon Filho, confirma que a construção civil vem reagindo aos impactos negativos vividos por conta da crise econômica que assolou o país. “O setor aqueceu um pouco desde o segundo semestre do ano passado, e estamos acompanhando novos lançamentos na cidade. Ainda estamos muito longe do que é considerado um bom momento para construção civil, como foi o período entre 2007 e 2011, por exemplo. Mas já vivemos um processo de melhora que tem nos afastado cada vez mais do que foi o ano de 2016, considerado o pior para nós.”

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A economista Gabriela Lopes destaca que a construção civil é considerada um termômetro para economia. “Por ser uma atividade econômica que depende da força de trabalho de muitas pessoas, há uma tendência em gerar mais empregos do que outros setores como indústria, comércio ou serviços”, explica. “As contratações na construção civil impactam de forma positiva todas as outras áreas, pois promove a circulação de renda.”

Mão de obra representa 57% do custo

As despesas com mão de obra ficaram mais barata em 2018, chegando ao menor patamar desde agosto do ano passado. Na composição de custos do CUB em Juiz de Fora, o gasto com a força de trabalho corresponde a 57,6% do total. Em seguida, estão material de construção (38%), despesas administrativas (3,8%) e aluguel de equipamentos (0,04%).

De acordo com o analista do Sinduscon-JF, Aurélio Marangon Filho, o percentual referente à mão de obra é considerado alto. “Isto prejudica a retomada da empregabilidade e influencia no produto final, pois a tendência é que as empresas contratem menos.” Ao longo de 2017, o setor da construção civil fechou 117 postos de trabalho, conforme dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

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A economista Gabriela Lopes esclarece que o custo com mão de obra não se refere apenas ao salário do funcionário. “Na verdade, estamos falando da despesa total que a empresa tem para manter aquele empregado. O salário é apenas uma parte deste custo”, diz. “Num período de crise, a tendência das empresas é reduzir o quadro de pessoal exatamente por não conseguir arcar com os valores.”
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Índice pode ficar acima da inflação

A projeção do Sindicato da Construção Civil de Juiz de Fora (Sinduscon-JF) é que o Custo Unitário Básico de Construção (CUB) fique um pouco acima da meta da inflação para este ano. “Não conseguimos estimar o quanto o índice deve aumentar, mas pela movimentação de preços, imaginamos que ele deve seguir um pouco acima da inflação”, diz o analista Aurélio Marangon Filho. Para ele, a consolidação deste resultado não é algo positivo. “O valor da obra mais caro pode prejudicar o interesse de compra do consumidor.”

A meta da inflação estipulada pelo Banco Central para 2018 é de 4,5%, podendo oscilar 1,5% para cima ou para baixo.

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