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Granbery é o bairro mais valorizado em Juiz de Fora

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O Bairro Granbery é o mais valorizado em Juiz de Fora, conforme dados do portal Agente Imóvel, responsável pelo monitoramento de preços imobiliários em todo o país. O valor médio do metro quadrado dos imóveis para a venda está fixado em R$ 5.165, 28,5% mais alto do que a média praticada na cidade, de R$ 4.019. Os dados são referentes ao levantamento mais recente do portal, realizado em março deste ano, e mostram que já superou a média de preços dos bairros Santa Helena e Bom Pastor.

Os motivos para a valorização são vários. Situado na região central da cidade, o Granbery permite fácil acesso a uma variada rede de comércio e serviços. Considerado um bairro tradicionalmente familiar, ainda oferece maior tranquilidade e segurança aos moradores em comparação com outras localidades.

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A herança arquitetônica e cultural também é um aspecto diferencial do lugar que cresceu em torno do Instituto Metodista Granbery, patrimônio histórico situado na Rua Batista de Oliveira, considerado uma das sete maravilhas de Juiz de Fora. Outras importantes edificações também são encontradas no bairro, que guarda em suas ruas boa parte da história da cidade.

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Memória

A arquiteta mestre em Ambiente Construído, Ana Carolina Gamarano Moreira, conta que é ex-estudante do Instituto Metodista Granbery e foi por conta desta experiência que optou em direcionar seus estudos para a área de patrimônios históricos.

Dentre os trabalhos realizados, ela se dedicou a dissertações sobre as edificações do Instituto Metodista Granbery e do Castelinho dos Bracher, localizado na Rua Antônio Dias Tostes.

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“O edifício Granbery foi projetado em estilo eclético, com uma torre central em estilo medieval e telhados recobertos com telhas de cimento-amianto fabricadas pela firma que o projetou e o construiu, a Companhia Pantaleone Arcuri & Spinelli”, explica. “Já o Castelinho dos Bracher foi projetado no início do século XX pelo arquiteto Raphael Arcuri. O local passou por vários proprietários até ser adquirido, em 1951, pelos Bracher, família que exerceu um importante papel no ambiente cultural e artístico da cidade.”

Tombamento

Sobre as edificações que compõem o Instituto Metodista Granbery, a especialista destaca que parte delas teve a importância reconhecida através do tombamento. Dentre estas, estão o Conjunto Paisagístico Granbery e as “Casas Gêmeas”, situados na Rua Batista de Oliveira; a “Casa dos Puritanos” onde hoje está o núcleo de empresas juniores, entre as ruas Sampaio e Barão de Santa Helena; e o edifício Walter H. Moore, também na Barão de Santa Helena. “O conjunto de patrimônios tombados conta a história de Juiz de Fora e sua preservação é um referencial da memória coletiva”, avalia a arquiteta.

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O Instituto Metodista Granbery foi criado em 1889. Atualmente, possui 2.660 alunos matriculados do maternal ao ensino superior, segundo dados da assessoria da instituição.

Instituto GranberY foi criado em 1889 e é um dos símbolos da arquitetura juiz-forana que diferencia o bairro (Foto: Leonardo Costa)

Crescimento da demanda cria encontro de gerações

Localização e oferta de serviços é atrativo do bairro para juiz-foranos; diante da crescente demanda, mercado imobiliário investe cada vez mais na região (Foto: Leonardo Costa)

Diante dos vários atrativos, o Granbery é um dos locais mais procurados para se viver, conforme informações da Associação Juiz-forana de Administradores de Imóveis (Ajadi). Esta grande demanda tem modificado o perfil dos moradores do bairro, que cada vez mais se tornou espaço para um encontro de gerações.

No local, convivem famílias que moram há décadas no mesmo endereço e jovens estudantes que vieram de outras cidades atraídos pela vocação de polo estudantil que Juiz de Fora possui.

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Natural de Lima Duarte, a estudante Nicole Pepino Paiva se mudou há quase dois meses para o bairro, onde divide apartamento com duas amigas. “Optamos pelo Granbery por conta da boa localização, da tranquilidade e por oferecer um imóvel de boa qualidade com um preço acessível.”

Morando há um ano na Rua Delfim Moreira, a advogada Nicole Martins, que também nasceu em Lima Duarte e veio para Juiz de Fora estudar, destaca como vantagens o comércio e os serviços do próprio bairro. “É um bom lugar para morar. Além da proximidade com tudo que o Centro oferece, o Granbery possui padaria, farmácia, mercado e clínicas.”

A rede de comércio e serviços também inclui bares, restaurantes, livraria, escritórios de contabilidade, advocacia, consultórios, pet shops e instituições de ensino.

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Oferta imobiliária está em expansão

De olho nesta crescente demanda, várias construtoras passaram a investir em empreendimentos imobiliários no bairro. A oferta foi diversificada, entre casas e apartamentos para venda e locação, e segue em expansão.

A Rezato construiu quatro residenciais nas ruas Santos Dumont e Delfim Moreira. O quinto empreendimento, localizado na Rua Barão de Santa Helena, será entregue em setembro. “Enxergamos no Granbery um enorme potencial devido às muitas vantagens que oferece. É um bairro com característica residencial, mas com comércio consolidado, apresenta facilidade na mobilidade urbana e está próximo do Centro. Por tudo isso, é um dos mais procurados pelos nossos clientes”, afirma o sócio-proprietário, Wilson Rezende.

A imobiliária Rezende Imóveis também está com o lançamento de um residencial no Granbery, situado entre as ruas Marta Waltemberg e São Jorge. “Temos poucas ofertas de imóveis e muita procura. O bairro é muito bem localizado, estruturado e tranquilo”, explica Kelvia Rezende.

Moradores cobram estrutura de captação pluvial

Vivendo há 40 anos na Rua Antônio Ribeiro, a aposentada Ana Maria Monteiro Amadeu, viu de perto o crescimento do bairro. “Na minha rua, tínhamos apenas três prédios, e o restante eram casas. A região era mais arborizada e possuía minas de água. Este cenário mudou muito.” Ana, que é uma das fundadoras da Associação de Moradores do Bairro Granbery, se diz preocupada com o processo de crescimento do lugar. “Casas que eram moradias de uma família se tornaram prédios com vários apartamentos. Este adensamento populacional tem ocorrido sem uma intervenção do poder público na estrutura do bairro. Nossas manilhas são antigas e não temos captação pluvial, o que causa um transtorno quando chove.”

Ela também afirma que, diante do crescimento do bairro, seria preciso rever a oferta de transporte público. “Nós temos apenas uma linha de ônibus. Sempre ouvimos a justificativa de que estamos perto do Centro, mas quem mora na parte alta do bairro precisa ser melhor atendido.” Outra demanda dos moradores é a revitalização da praça como forma de aumentar a segurança local.

As reivindicações apontadas por Ana são reiteradas pelo atual presidente da Associação, Jorge Ramos. “Nós não somos contra o desenvolvimento do bairro, apenas enxergamos que não há preparação no sistema de esgotamento sanitário, o que causa problemas quando chove, sobretudo, aos moradores das ruas Antônio Ribeiro, Santos Dumont, Ambrósio Braga e Barão de Santa Helena.”

Outro ponto crítico que ele destaca é com relação ao asfalto. “O Granbery faz ligações com os bairros Bom Pastor e Poço Rico, sendo uma rota alternativa para quem quer desviar do trânsito nas vias centrais, mas não temos uma malha asfáltica que comporta este tráfego.”
Jorge adianta que a Associação irá realizar uma reunião com representantes do poder público para cobrar mais planejamento para a realização de novas edificações. “Também gostaríamos de uma contrapartida social das empresas que têm investido no bairro.

Execução de projeto depende recurso

Procurada pela Tribuna, a assessoria da Secretaria de Obras informou que tem projeto para construção de rede de drenagem no Granbery, orçado em mais de R$ 2 milhões. “Para executá-lo, é necessário realizar a captação de recursos externos, pois é uma obra muito onerosa. A Prefeitura de Juiz de Fora tem um pré-projeto que precisará ser revisto quando esta captação de recursos for efetivada. No entanto, o Governo federal não tem liberado verbas para esse fim.”

Em nota, a assessoria da Secretaria de Atividades Urbanas (SAU) explicou que a Lei de Uso e Ocupação do Solo, que tem por finalidade estabelecer normas gerais para disciplinar o território municipal, “permite coeficientes e construções de maior porte na região central”. O texto diz ainda que a SAU “analisa se os projetos propostos estão de acordo com as leis que regulam o assunto. Sendo assim, são verificados os coeficientes de construção possíveis, gabaritos, afastamentos, recuos, dentre outras situações previstas no Código de Obras do município”.

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