Consumir de forma consciente não é apenas adquirir e utilizar bens sem exceder as nossas necessidades. O conceito vai além e esbarra em uma mudança de olhar para as nossas atitudes enquanto cidadãos no que tange, principalmente, a preservação do meio ambiente. Caixas, garrafas, revistas, jornais, retalhos de tecidos, entre outros materiais, encabeçam a lista de objetos cujo destino é o lixo. Com um pouco de criatividade e inspiração, esses elementos podem ganhar uma nova função dentro de casa. É nestas horas que vale investir no DIY – Do it yourself -, do inglês “faça você mesmo”, uma mania que tem ganhado muitos adeptos, sobretudo pessoas preocupadas em reciclar e não impactar tanto a natureza.
Sabe aquela garrafa de vidro esquecida no armário? Com um pouco de habilidade manual ela pode se transformar em um vaso para flores ou até mesmo um adorno exclusivo para presentear familiares e amigos. Caixotes de madeira, com uma mão de tinta, viram ótimos apoios ou estantes para livros e peças decorativas. Uma pequena placa de MDF, ao ganhar ganchos, já responde por um belo suporte para roupas, bolsas e chaves. Para a handcrafter Maria Cristina de Oliveira Martins, que trabalha exclusivamente com DIY há cinco anos, trazer este hábito para o dia a dia é estabelecer autonomia em relação ao que se deseja produzir. “Você decide o que é e como quer fazer a sua peça”, destaca a artesã, que ministra, neste mês, um curso de técnicas para DIY em vidro. A melhor forma de recriar objetos, segundo Maria Cristina, é buscando conhecimentos por meio de cursos, workshops, revistas e internet. “A rede ajuda muito nesse sentido. O importante é não deixar de testar e experimentar suas idéias”, recomenda. Além de buscar inspiração na internet, a handcrafter se porta como fonte para outras pessoas. À frente do seu blog, Maria Cristina ensina as principais técnicas que ajudam a modificar objetos. “Comecei o trabalho pela internet, por meio do blog, ensinando semanalmente alguma técnica diferente em um determinado material”, conta. “O DIY está presente em todas as áreas do cotidiano, seja no mobiliário, na decoração, no vestuário, nas datas comemorativas como carnaval, Páscoa, Natal, Dia das Crianças e até na gastronomia. Basicamente, tudo pode ser transformado e reutilizado, dando nova função a objetos que seriam facilmente descartados”.
Reciclar e personalizar
Muita gente pensa que ao reciclar, poucos materiais podem ser utilizados e que o resultado final ficará longe do esperado. Contudo, Maria Cristina conta que a gama é muito maior. “Todos os materiais têm as suas possibilidades, inclusive o gesso, mas a madeira e o vidro são os queridinhos, dada a diversidade de técnicas que podem ser aplicadas.” Découpage, craquelê, douração, aplicação e envelhecimento podem ser muito bem explorados, inclusive, lançando mão de materiais como jornal, filtro de café usado e revistas velhas, barbante, sisal, pintura e muitos outros. Outra vantagem do DIY é ter a customização como consequência. Customizar nada mais é do que emprestar o seu jeito aos mais diversos objetos.