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Confira o passo a passo para sair do aluguel

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Comprar um imóvel pode parecer uma ideia distante para quem está com o orçamento apertado: as despesas fixas tomam conta da maior parte das finanças, e o dinheiro que poderia ser poupado nunca fica disponível. A promessa de começar a economizar se repete todo mês, mas sempre que uma dívida termina, a outra começa. Esta é a realidade da maior parte dos brasileiros, mas mesmo assim, especialistas garantem que é possível tornar o sonho da casa própria realidade.

Apesar de não ser uma tarefa simples, com planejamento e bastante esforço pode sim acontecer. A Tribuna conversou com economistas que delinearam o passo a passo para quem deseja sair do aluguel.

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Mantenha seu nome limpo

Antes de pensar em realizar qualquer investimento, é preciso quitar as dívidas. “Esta é a primeira coisa a se fazer quando se pretende sair do aluguel. A prioridade deve ser eliminar dívidas com juros mais altos para evitar que elas se tornem maiores. Se a pessoa não possui o dinheiro para pagá-las integralmente que, pelo menos, consiga se reorganizar para assumir o controle”, explica o economista e professor da Faculdade Souza Marques, Marcelo Anache.

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Ele destaca a possibilidade de negociação junto aos credores como alternativa para quem está endividado. “Quem deve, por exemplo, no cheque especial, pode pesquisar a possibilidade de pedir ao banco um empréstimo para pagar esta dívida e se comprometer com outra que garanta juros menores e parcelas que caibam no bolso.”

O consultor e palestrante de educação financeira Fernando Agra destaca que com o nome negativado junto ao serviço de proteção ao crédito (SPC) não é possível conseguir financiamento bancário. “Para conseguir crédito é preciso estar com a vida financeira organizada.”

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Conheça a sua realidade financeira

Para investir na casa própria é necessário conhecer a própria realidade financeira. Os especialistas orientam a colocar tudo na ponta do lápis: quanto ganha, quanto gasta e quanto pode poupar. “Esta é a primeira medida para poder compreender a situação em que se encontra. É também a oportunidade para ver onde estão os gastos supérfluos que podem ser cortados. As dívidas aleatórias são o grande problema para a realização do sonho da casa própria. São aquelas contraídas nas compras de produtos e serviços que, muitas vezes, não agregam valor e acabam desequilibrando o orçamento financeiro mensal”, avalia o presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), Reinaldo Domingos.

Fernando Agra destaca que a educação financeira é válida para a realização de qualquer sonho material. “Pode ser a compra da casa própria, de um automóvel, fazer uma viagem”, exemplifica. “Será sempre preciso gastar menos do que ganha. Ao colocar estas informações numa planilha, é possível ter consciência do padrão de vida que se leva e o esforço que será preciso para atingir o objetivo que se deseja.”

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Comece a poupar

Os especialistas são unânimes ao afirmar que o ideal é comprar um imóvel à vista. No entanto, esta realidade é possível para uma minoria. Desta forma, quase sempre, o consumidor precisa recorrer a um financiamento bancário. “Vale lembrar que nenhum banco financia cem por cento do imóvel, por isso, é essencial ter algum dinheiro guardado”, explica Marcelo Anache. O dinheiro poupado deve ser utilizado para pagar a entrada do financiamento. “Quanto maior este valor inicial, menor será o prazo da dívida”, destaca Fernando Agra.

Uma das formas é economizar custos. “É possível reduzir os gastos no dia a dia. Substituir produtos mais caros por outros em promoção na compra do supermercado, ficar atento ao uso de aparelhos elétricos, como ar-condicionado e chuveiro, para economizar na conta de luz”, exemplifica Anache.
Já as aplicações financeiras são interessantes para contribuir que o dinheiro poupado possa render. De acordo com os especialistas, os tipos de investimento mais conservadores, como poupança, CDB e tesouro direto são os mais indicados para quem deseja sair do aluguel.

Envolva a família

Comprar uma casa é uma decisão que envolve toda a família e, por isso, é importante que todos estejam envolvidos. “É preciso conversar sobre o assunto, o lugar que se deseja morar e as reais condições financeiras”, diz Reinaldo Domingos. “Na hora de economizar, por exemplo, será preciso a colaboração de todos. É necessário que todos se sintam motivados com a ideia de ter uma casa própria e que não terão mais a preocupação a cada fim de contrato se o proprietário vai querer o imóvel de volta”, salienta Marcelo Anache.

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O envolvimento familiar também é fundamental para escolher o novo imóvel para morar. “A família poderá pensar junto se pretende continuar morando na mesma cidade, se o local desejado atende a questão de mobilidade, pois isto representa economia de tempo e combustível”, orienta Fernando Agra.

Pesquise imóveis à venda

Como em qualquer compra, o consumidor deve pesquisar bastante antes de adquirir a casa própria. Além de verificar se o imóvel atende as necessidades da família com relação à estrutura, como número de cômodos ou vagas na garagem, outros aspectos devem ser analisados. “Um ponto a ser levando em conta é o custo de vida da região para a qual irá mudar, que pode ser mais alto que o atual. Isto deve ser considerado no planejamento financeiro da família”, observa Reinaldo Domingos.
Fernando Agra alerta, também, sobre os valores de IPTU e condomínio, que devem ser considerados. “Outro aspecto importante é a vizinhança. É bom saber o que o local oferece em termos de comércio e serviços, assim como, se é tranquilo para se viver.” Outra dica do especialista é ficar atento sobre quem construiu o imóvel.

Avalie os financiamentos

Por fim, quem deseja comprar a casa própria deve conhecer as ofertas de financiamento disponíveis no mercado e avaliar as taxas de juros e prazos. “Acredito que a Caixa Econômica ofereça as melhores condições, mas é fundamental pesquisar. Às vezes, a empresa ou órgão público em que se trabalha pode ter um convênio com banco e oferecer condições diferenciadas”, explica Fernando Agra. “É importante colocar no papel e, se for preciso, buscar a ajuda de um especialista para avaliação do melhor negócio que irá caber no orçamento.”

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