Comuns na Europa e nos EUA, as casas de madeira aparecem na Região Sul do Brasil devido ao clima frio e à colonização alemã e italiana, mas podem ganhar áreas urbanas de qualquer parte do país. E ganham vantagem no processo de construção, por contarem com componentes pré-cortados, o que torna a execução mais prática, rápida e limpa, com prazo específico para finalização, reduzindo custos dependendo do tamanho do projeto.

“A maioria das construções em madeira é para residência permanente, e não só para opção de lazer. Qualquer lugar que seja escolhido para se colocar uma casa de madeira, seja na cidade, no campo, na montanha ou na praia, será constatado que a madeira, por si só, é muito mais harmoniosa com a natureza e traduz este sentimento, refletindo no bom gosto de quem a elege como abrigo”, destaca Marcus Vinicius de Alcântara Pereira, diretor técnico da Arquitetura da Madeira, empresa especializada em projetos residenciais em madeira.

Essa fácil adaptação a diferentes climas e relevos, segundo o profissional, se dá pelas propriedades do material. A madeira não é condutora e nem acumuladora de calor, frio e umidade, absorve 40 vezes menos calor que o tijolo, além de manter a temperatura ambiente. “As casas de madeira são mais frescas no verão e mais quentes no inverno. Inclusive muitos médicos as recomendam para quem tem problemas de asma, bronquite entre outras doenças respiratórias, por serem mais saudáveis que as construções tradicionais. Além disso, a madeira tem um excelente isolamento acústico, por absorver ruídos com mais facilidade”, observa Marcus.

Cada região demanda um projeto específico. “Uma casa projetada para Manaus não seria indicada para a Serra Gaúcha, e vice-versa. O ideal é contratar um profissional que entenda as necessidades de cada região, para obter o melhor aproveitamento da edificação”, orienta.

Em Juiz de Fora, também há investimento no empreendimento. Proprietário da TCM Casas de Madeira, Tiago Ramos de Farias afirma que executa projetos com mix de madeiras do tipo jatobá, angelim, maçaranduba e roxinho. Ele atribui a procura pelas casas de madeira ao valor do metro quadrado. “O custo na alvenaria gira em torno de R$ 1.250 a R$ 1.450 o metro quadrado. Já a madeira não passa de R$ 900.”

Etapas de construção

O processo de construção de uma casa de madeira é relativamente simples, e não há limitações de tamanho, apenas cuidado com o corte e a montagem. Conforme Marcus Vinicius de Alcântara, é preciso desenvolver o projeto arquitetônico e, posteriormente, escolher o tipo de madeira. Em seguida, encaminhar para o corte e transportá-las até o local da obra, finalizando com a montagem. “Enquanto as madeiras são preparadas na indústria, a equipe de construção edifica a fundação da casa e a parte de alvenaria, geralmente a cozinha, a área de serviço e os banheiros. Cada projeto tem suas particularidades, e muitos agregam materiais como pedra, vidro, tijolos aparentes e gesso”, comenta.

As casas de madeira também necessitam de manutenção, sobretudo na área externa, como lavagem e pintura. A periodicidade depende do local onde o projeto foi executado. Em regiões litorâneas, a manutenção é mais constante devido ao sal e à areia que agridem as paredes, funcionando como uma espécie de lixa. Já em áreas úmidas, como no campo, é necessário fazer a retirada de folhas em calhas e fungos nas paredes. Uma boa alternativa para minimizar esses efeitos é aplicar óleo de linhaça, que ajuda a hidratar a madeira, expulsando a umidade e dando elasticidade. Recomenda-se a aplicação a cada 12 meses, no período total de três anos. Depois de seca, é indicado realizar o acabamento final com produtos de embelezamento e preservação, como stain, vernizes e tintas.

 

Madeiras mais usadas

• Cedro-mara
• Grápia ou garapeira
• Angelim-pedra
• Cumaru
• Pinnus
• Eucalipto autoclavado

Fonte: Arquitetura da Madeira