Os gambás são pequenos mamíferos marsupiais que fazem parte do cotidiano em várias regiões das Américas, especialmente nas áreas rurais e urbanas do Brasil. Pertencentes à família Didelphidae, esses animais, divididos em mais de 100 espécies, são frequentemente vistos como pragas, mas possuem características e comportamentos únicos que merecem ser conhecidos.
1. Habilidade de “fingir de morto”
Uma das características mais conhecidas dos gambás é a habilidade de “fingir de morto” quando ameaçados. Este comportamento, chamado de “tanatose”, é uma resposta involuntária ao estresse extremo, fazendo com que o animal caia ao chão, imóvel, com a boca aberta e a língua para fora, confundindo predadores.
2. Defesa com odor forte
Algumas espécies de gambás, como o skunk – encontradas no Canadá, Estados Unidos e México -, possuem glândulas anais que liberam um líquido com odor extremamente forte e desagradável como forma de defesa. Isso serve para afastar predadores e é um dos motivos pelos quais esses animais são temidos e evitados.
3. Marsupiais únicos nas Américas
Os gambás são os únicos marsupiais encontrados fora da Austrália e Nova Guiné. Isso significa que as fêmeas possuem uma bolsa em que carregam e protegem seus filhotes após o nascimento, similar a dos cangurus e coalas.
4. Alimentação variada
Gambás são animais onívoros, ou seja, sua dieta é bastante diversificada. Eles se alimentam de frutas, insetos, pequenos animais, aves, ovos e até lixo humano. Essa adaptabilidade alimentar é uma das razões para sua sobrevivência em áreas urbanas.
5. Habitat e distribuição
Gambás são altamente adaptáveis e podem ser encontrados em uma variedade de habitats, desde florestas densas até áreas urbanas. São comuns em toda a América do Sul, Central e do Norte, sendo bastante presentes em áreas verdes de cidades brasileiras.
6. Noites ativas
Esses animais são noturnos, ou seja, são mais ativos durante a noite. Durante o dia, eles preferem se esconder em locais escuros e seguros, como buracos em árvores, telhados de casas ou tocas abandonadas.
7. Não são resistentes à raiva
Estudo dos anos 1960 sugeria que os gambás seriam resistentes à raiva. Contudo, em 2021, uma pesquisa conduzida por cientistas do Instituto Adolfo Lutz e da Universidade de São Paulo (USP) identificou o vírus da doença como a causa da morte de um gambá-de-orelha-branca (Didelphis albiventris), encontrado no Parque Bosque dos Jequitibás, na região central de Campinas, São Paulo.
8. Reprodução frequente
A fêmea do gambá pode dar à luz até três vezes por ano, com ninhadas de até 20 filhotes. No entanto, devido à competição e ao espaço limitado na bolsa marsupial, nem todos os filhotes sobrevivem.
9. Bons escaladores
Gambás são excelentes escaladores, graças às suas garras afiadas e cauda preênsil (que pode segurar objetos). Eles usam essa habilidade para escapar de predadores e encontrar alimentos em locais de difícil acesso.
10. Importância ecológica
Apesar de serem frequentemente vistos como pragas, os gambás desempenham papel importante no ecossistema. Eles ajudam a controlar populações de insetos e pequenos roedores e dispersam sementes, contribuindo para a regeneração das florestas.