Assim como os humanos, cachorros e gatos estão suscetíveis a acidentes que podem colocar a saúde e até mesmo a vida deles em risco. Quedas, cortes e envenenamentos são apenas alguns exemplos de situações que podem ocorrer. Em muitos casos, o conhecimento do tutor em prestar os primeiros socorros pode fazer grande diferença, estabilizando o animal até que seja possível obter ajuda profissional. Por isso, a seguir, confira como agir em algumas emergências.
1. Fraturas durante brincadeiras
Apesar de os tutores tomarem todas as precauções, algumas brincadeiras de cachorros e gatos em casa ou durante os passeios podem resultar eventualmente em fraturas. Isso geralmente acontece porque os animais podem se empolgar demais, pular de móveis altos, correr em áreas escorregadias ou se chocar uns contra os outros.
Esses movimentos bruscos e quedas podem causar lesões sérias nos ossos. Por isso, é muito importante que os tutores fiquem atentos a esses momentos e saibam identificar os sinais de uma possível fratura, como dor intensa, inchaço ou incapacidade de se mover.
Em casos de suspeita, prestar os primeiros socorros adequados é fundamental para garantir o bem-estar e a recuperação rápida do animal. O cuidado mais importante quando isso acontece, segundo Paloma Calerio dos Santos, médica-veterinária clínica geral e intensivista do Veros Hospital Veterinário, é não medicar o animal por conta própria.
“Em caso de fraturas, o ideal é tentar pegar o animal com cuidado, para que não sinta dor, deixando o local da fratura o mais estabilizado (imóvel) possível, e ir para o veterinário mais próximo para avaliação médica”, recomenda.
2. Acidentes envolvendo sangramento
Durante brincadeiras ou mesmo em situações inesperadas, os pets podem se cortar em objetos afiados, quebrar unhas ou sofrer mordidas e arranhões mais profundos. O sangramento, dependendo da gravidade, pode levar à perda significativa de sangue, colocando a vida do animal em risco.
Por isso, é importante que o tutor saiba como agir para controlar a situação. “Quando falamos de lesões perfurocortantes temos que lembrar que precisamos manter a calma para conseguir operar naquele momento”, alerta a veterinária.
Segundo ela, é importante que o tutor faça uma compressão no local do sangramento com um pano limpo, a fim de evitar que o animal perca mais sangue. “Caso seja visto sangramento em jatos (possibilidade de cortes profundos com comprometimento arterial), a indicação é fazer um torniquete acima da lesão para que consigamos cessar a circulação temporariamente na região”, explica.
Em seguida, em ambos os casos, é indicado ir rapidamente para um hospital veterinário para avaliação e contenção do sangramento.
3. Intoxicação com alimentos e produtos de limpeza
Cachorros e gatos são animais naturalmente curiosos, o que pode levá-los a ingerir alimentos e produtos químicos tóxicos, colocando a saúde em risco. Carambola, abacate, chocolate, alho, cebola e uva, entre outros, são comidas que não podem ser ingeridas por animais de estimação. “Em casos de intoxicação por ingestão de alimentos tóxicos, vamos ter alterações como vômitos, diarreia e muita salivação, que caracteriza a náusea”, lista Paloma Calerio dos Santos.
Nesses casos, ela recomenda que o tutor não medique o animal sem a orientação de um profissional nem tente induzir ao vômito, pois pode causar problemas secundários e piorar a saúde do pet. O importante é levá-lo ao hospital veterinário imediatamente.
Esse tipo de cuidado também deve ser adotado em casos de ingestão de produtos de limpeza. “Ao identificar uma possível ingestão, o ideal é que seja levado ao veterinário mais próximo com a embalagem do produto para que o profissional consiga identificar os possíveis riscos e entrar em contato com o centro de informações e assistência toxicológica”, indica.
4. Envenenamento
Infelizmente, cães e gatos estão sujeitos a envenenamento causado por outras pessoas, especialmente quando o pet tem acesso à rua ou ao portão de casa. Esse tipo de situação pode ocorrer de forma deliberada ou acidental, colocando a vida dos animais em risco. Os sintomas variam, mas frequentemente incluem vômitos, diarreia, salivação excessiva, tremores, convulsões e, em casos graves, dificuldade respiratória e perda de consciência.
A intervenção rápida pode fazer a diferença entre a vida e a morte, pois o tratamento precoce aumenta significativamente as chances de recuperação do pet. “O primeiro passo é, em hipótese alguma, dar qualquer tipo de alimento ou medicação para o animal”, alerta a veterinária.
Todavia, caso o animal esteja consciente, conforme orienta Paloma Calerio dos Santos, o tutor pode dar carvão ativado diluído em água para ajudar a reduzir os danos causados pela intoxicação. Em seguida, é importante levar o bichinho urgentemente ao veterinário mais próximo.
“Caso o animal esteja apresentando sinais de ausência de consciência, tremores e intensa salivação, é importante tomar cuidado com acidentes como mordidas e manter o animal em posição de forma que ele não se engasgue durante o transporte”, recomenda.