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7 composições de Cassiano para além do mainstream

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Cassiano ainda teve parte do repertório reunido em uma coletânea lançada por Ed Motta em 2000 (Foto: André Arruda/Divulgação)
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A gravação de “Caso das bossas” denuncia a influência da bossa nova em Genival Cassiano dos Santos. Mas a obra do músico paraibano está na confluência entre jazz, soul e funk. Não à toa, Cassiano é considerado o pai do soul brasileiro. Embora tenha ganhado notoriedade ao assinar “Você fingiu”, “Padre Cícero”, “Eu amo você” e “Primavera” no primeiro álbum de Tim Maia, Cassiano já fiava uma trajetória como expoente da black music carioca na década de 1960 com o Samba Trio e Os Diagonais – o conjunto lançou um álbum homônimo em 1969 e “Cada um na sua” em 1971. A parceria com Tim Maia lhe alçou à carreira solo. Mas a empreitada como intérprete foi tão efêmera quanto a indústria fonográfica lhe fora ingrata. Cassiano perdeu um dos pulmões e o Brasil perdeu a voz de Cassiano. Àquela altura, já havia lançado três discos e trabalhava no quarto. Viria a lançar o derradeiro “Cedo ou tarde” apenas em 1991. A Tribuna então toma licença para indicar 7 músicas, para além das mais bem-sucedidas comercialmente, para conhecer o trabalho autoral do compositor, morto há uma semana, em 7 de maio, após uma arritmia cardíaca.

“Já” (1971)

O primeiro trabalho solo de Cassiano foi o LP “Imagem e som”, gravado pela RCA Victor. A parceria anterior com Tim Maia desemboca no álbum de debute de Cassiano. O disco reúne “Ela mandou esperar” e “Tenho dito”, assinadas por ambos, além da versão de Cassiano para o sucesso “Primavera”, composta em parceria com Sílvio Rochael. Mas seis das 12 músicas são composições tão somente de Cassiano. Dentre elas, “Já”, a quarta do álbum e a mais longa do disco. Os 15 segundos iniciais valeriam por si só.

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“Eu, meu filho e você” (1971)

Apenas três músicas de “Imagem e som” não são assinadas por Cassiano. A primeira faixa, “Lenda”, é de Marcos Valle e Luis Fernando Freire. “O caso das bossas”, por sua vez, é de Zil Rosendo e Dablio Namor. Já “Canção dos hippies” é assinada por Professor Pardal. Mas assim como “Já”, “Eu, meu filho e você”, uma balada romântica sutilmente marcada pelo backing vocal que lhe é característico, é outra do repertório de composições de Cassiano. O LP ainda reúne outras músicas compostas pelo paraibano sozinho, como “É isso aí”, “Uma lágrima”, “Não fique triste” e “Minister”. Para esta, aliás, a Tribuna faz menção honrosa – “já são dez horas, vou fumar o meu Minister, vou deitar e vou dormir”.

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“O vale” (1973)

“O vale” abre o segundo álbum do artista, “Apresentamos nosso Cassiano”, lançado pela Odeon em 1973. Cassiano, desta vez, assina todo o repertório. Das dez músicas, apenas três trazem parcerias, como “Calçada” e “Cedo ou tarde”, ambas com Suzana, e “Me chame atenção”, com Renato Britto. “O vale” valeu a canção que nasceu.

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“Melissa” (1973)

Assim como “O vale”, “Melissa” é assinada apenas por Cassiano. Tão singela quanto linda. Os cinco minutos e 25 segundos merecem a atenção do leitor. Há suspeitas de que cumpriria dignamente a função de colocar uma criança para ninar. Outra de “Apresentamos nosso Cassiano” que merece a escuta é “Castiçal”, a sexta do álbum.

“Onda” (1976)

“Cuban soul: 18 kilates” é o terceiro álbum da discografia de Cassiano. Foi lançado em 1976 pela Polydor. Há quem o considere o disco referência do artista. O título reúne noves canções, todas assinadas em parceria com Paulo Zdanowski. É neste álbum que estão “Coleção” e “A lua e eu”, dois sucessos de Cassiano impulsionados por trilhas sonoras de novelas da Rede Globo. Ainda que não tenha tido a repercussão das duas, a música “Onda” é uma das mais tocadas do músico paraibano.

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“Salve essa flor” (1976)

“Salve essa flor” é a penúltima faixa de “Cuban soul”. Interpretada apenas por Cassiano, a música viria a ser regravada no último trabalho do músico, “Cedo ou tarde”, com a participação de Luiz Melodia. As duas versões merecem a atenção do leitor. “Cuban soul: 18 kilates” foi o último trabalho de Cassiano antes de retirar um dos pulmões. Entre o terceiro e o quarto trabalhos, o pai do soul brasileiro lançaria um single com as autorais “Amor imenso” e “Te dando mole, Zé”.

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“Rio best-seller” (1991)

Além de “Salve essa flor”, o álbum “Cedo ou tarde”, lançado pela Sony Music em 1991, reúne majoritariamente canções gravadas nos LPs anteriores, mas com participações de nomes consagrados. Como, por exemplo, “Primavera”, com a participação de Sandra de Sá, “Cedo ou tarde”, com Marisa Monte, “Coleção”, com Djavan, e “A lua e eu”, com Claudio Zoli. O disco ainda tem no repertório “Eu amo você”, composta em parceria com Sílvio Roachel e outro sucesso na voz de Tim Maia. A canção ainda não havia sido gravada pelo próprio Cassiano. Eram até então inéditas “Bye bye”, interpretada também por Karla Sabah, “Setembro” e “Know-how”, com o sobrinho de Tim, Ed Motta. “Rio best-seller” também estreou no repertório de Cassiano em “Cedo ou tarde”.

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